14 de novembro de 2011

ÚLTIMO FIM DE SEMANA DA 57ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

A participação de Cuba está cada vez mais forte na Feira do Livro

Pelo segundo ano consecutivo, Cuba marca presença na Área Internacional da Feira do Livro de Porto Alegre. Desde a edição passada, a Editora Multimedia Citmatel, de Havana, compartilha o estande com a Sur Libros, livraria catarinense especializada em obras no idioma espanhol. 

É tanta a procura pelas obras de autores cubanos em formato CD e DVD que a editora já articula, para a 58ª da Feira do Livro de Porto Alegre, instalar estande próprio. A cubana Yanes Bellon, responsável pelas tratativas junto à Câmara Rio-Grandense do Livro, planeja trazer, também, obras impressas editadas no seu país.

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Divulgada nova parcial de livros na Feira do Livro

A Câmara Rio-Grandense do Livro divulgou, nesta sexta-feira, 11 de novembro, a terceira parcial de vendas da 57ª Feira do Livro de Porto Alegre. Em 14 dias do evento de 2011, foram comercializadas 308.026 obras, o que representa 3% de livros a mais do que igual período no ano passado.

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Escritor mexicano fala sobre a paixão de Frida Kahlo

A história da pintora Frida Kahlo é a base do livro de Francisco Haghenbeck, um arquiteto, que ainda escreve, produz e edita histórias em quadrinhos. O mexicano esteve na Sala dos Jacarandás no final da tarde desta sexta-feira (11/11) falando sobre a obra O Segredo de Frida Kahlo (Planeta).

O livro está pincelado com receitas gastronômicas do caderno da própria artista: O Erva Santa. “Frida tinha paixão por cozinhar, circulava em todos os grupos e muitas das receitas do livro fazem parte do banquete dos mortos” explica. Para ela a morte é uma celebração da vida e sua casa abrigava muitas festas com esses banquetes, conta Francisco.

Um café da manhã mexicano e A refeição de Trotski e Breton são dois títulos das diversas receitas escritas, paralelas a histórias que, segundo o autor, usam cores, cenários, sabores e música, como um cinema na literatura. “A obra é sobre o amor de Frida pela morte e como ela afeta todas as pessoas”, conclui.

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Uma outra versão da história da América Latina

Histórias de heróis e revoluções, talvez um pouco exageradas, equivocadas ou mentirosas e míticas dos países latinos foram contadas pelo jornalista e escritor Leandro Narloch. Autor do Guia Politicamente Incorreto da América Latina, ele falou sobre o tema na tarde desta sexta-feira (11/11), na sala Leste do Santander Cultural.

Com mediação do também jornalista e escritor José Mitchell, o encontro foi bastante dinâmico. Narloch falou sobre a geração de historiadores com conceitos marxistas. “A partir da década de 90, mestrandos e historiadores começaram a se basear em documentos de cartório para tirar conclusões a respeito de suas convicções”, explicou.

O mediador questionou sobre o fenômeno do ícone de Che Guevara nas camisetas. “Os guerrilheiros foram os grandes heróis da América Latina. Che Guevara foi o falso herói latino-americano, pois foi responsável por várias execuções. Ele via o crime como um passo para a revolução”, disse Narloch.

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Tango na Praça dos Livros

Assim como nas praças portenhas, a Praça da Alfândega foi palco de tango, nesta sexta-feira (11/11), dia da América Latina na 57ª Feira do Livro de Porto Alegre. 

Os dançarinos do grupo 8 Adelante, comandados por Daniel Osvaldo Carlos, bailaram em frente à Livraria Calle Corrientes, na Área Internacional. Leonardo Carlos e Helena Dillenburg (foto), cada um com 16 anos, formam o casal mais jovem do grupo.

Livros com letras de tango são, justamente, uns dos mais procurados pelo público no estande da Calle Corrientes, especializada em obras no idioma espanhol. Literatura gauchesca e títulos de renomados autores argentinos também estão entre os mais vendidos. 

O argentino Miguel Angel Gómez abriu a Calle Corrientes na capital gaúcha em 1995 e, já no ano seguinte, como associado da Câmara Rio-grandense do Livro, passou a participar, anualmente, da Feira.

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"Ouis"... A França está aqui!

A Livraria Francesa, de São Paulo, marca presença na Área Internacional da Feira com cerca de cinco mil exemplares. Os interessados na cultura e no idioma francês encontram, no estande, material didático e livros das diversas áreas como Filosofia, Psicologia, Cinema e Literatura.

O clássico “Le Petit Prince” (O Pequeno Príncipe), de Saint-Exupéry, é tão procurado que não há mais nenhuma edição à venda. Em segundo lugar, na lista dos mais procurados para primeira leitura em francês, figura “Le Petit Nicolas” (O Pequeno Nicolau), da editora Folio, escrito por René Goscinny e ilustrado por Jean-Jacques Sempé, obra transposta para o cinema e que virou um filme de sucesso em 2009.

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Roda de Chimarrão celebra a gentileza na 57° Feira do Livro de Porto Alegre

O chimarrão, um dos ícones da cultura gaúcha, foi a forma escolhida para celebrar o Dia Mundial da Gentileza na Feira do Livro. Jane Tutikian, patrona da Feira, abriu a roda ao lado de João Carneiro, Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro. Entre um chimarrão e outro, que passava de mão em mão, o presidente leu o poema “O Chimarrão”, extraído do livro Historias de Um Canto Do Mundo - Memórias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, da companhia de Solos e Bem Acompanhados (Tomo Editorial). O público visitante aderiu à roda e celebrou o momento, que contou ainda com a presença do escritor francês Jean Bruno Renard e do jornalista, professor e escritor Juremir Machado da Silva. 

Conheça o poema lido por João Carneiro durante a roda de chimarrão:

“O Rio Grande do Sul é uma verdadeira colcha de retalhos: pedacinho por pedacinho de paisagens, unidas pelas estradas de asfalto, pelas picadas, pelas escarpas, pelos rios. Tem um retalho onde o horizonte é largo e o vento Minuano varre as planícies verdes onduladas, de quando em vez, pelas coxilhas. O cheiro do pasto, o grito agudo do quero-quero e um gaúcho conduzindo a tropa lá longe e nada mais até perder de vista.
Neste momento se entende o significado da palavra liberdade. 
Rio Grande do Sul: uma Babel étnica, colcha de retalhos geográficos,
povo com identidade própria, e um símbolo, o chimarrão.
É esta tal beberagem amarga que a estrangeirada faz careta quando
bebe e a gente nunca lembra qual foi a primeira vez que tomou.
– O que vocês vêem neste chazinho? – me perguntou um uma vez um europeu.
Fiquei pensando.
Até que não é muito ruim... Mas para bom também não serve. Não é pelo gosto que a gente bebe. Então por que índios, italianos, alemães, gente de todo mundo se apaixona por ele? Por que a gente vê a cuia na mão de tropeiros, comadres, gente do povo, homens letrados, avós e adolescentes?”

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Feira do Livro na internet: