6 de março de 2012

MOSTRA ONDE NÃO VALEM OS "CERTINHOS" - Luiz Antonio Mello*

Companhia das Letras começa a publicar obra de Carlos Drummond


A passagem dos direitos de publicação das obras produzidas pelo poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) da editora Record para a Companhia das Letras foi pivô de um dos principais episódios do mercado editorial brasileiro deste ano. A mudança foi anunciada em março de 2011.

A nova casa do escritor tem cinco títulos agendados para este mes, todos já disponíveis em sistema de pré-venda. Eles são "Fala, Amendoeira", "Contos de Aprendiz", "Claro Enigma", "A Rosa de Povo" e "Sentimento do Mundo".

"Sentimento do Mundo", que está na lista de leitura obrigatória do vestibular da USP de 2013, deve estar saindo esta semana. Enquanto isto, alguns dos livros do poeta editados pela Record podem ser comprados com desconto, em uma promoção especial, válida por tem limitado, da Livraria da Folha. Este é um ano importante para a memória do autor, que será homenageado na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) deste ano.

Festival de teatro em SP quer difundir cultura ibero-americana


Difundir as culturas espanhola, portuguesa e latino-americana é um dos objetivos do 5º Festival Ibero-Americano de Teatro, que começa segunda (12), no Memorial da América Latina, em São Paulo. Até domingo (18), 19 peças serão apresentadas – todas gratuitas.

“O festival vem crescendo muito. A importância dele está estreitamente ligada ao intercâmbio que acontece durante o evento”, disse à Agência Brasil Fernando Calvozo, diretor de Atividades Culturais da Ação Memorial e coordenador-geral do festival.

Calvozo destacou a importância do festival contando a história de uma companhia boliviana, muito bem montada, que, numa das edições do evento, não tinha um diretor. “Ela (companhia boliviana) acabou encontrando uma diretora uruguaia dentro do festival e nasceu uma parceria entre eles."

Para esta edição, Calvozo disse que as peças de teatro ganharam ainda mais liberdade. Esse fator, segundo ele, permite que o festival seja definido como uma “colcha de retalhos”, composto por companhias e grupos variados, apresentações individuais e coletivas e textos clássicos e contemporâneos. “O que tem de novo no festival é que cada vez ele está mais livre na sua forma de acontecer. Não temos uma temática específica ou uma linguagem teatral específica."

Não há peças inéditas no festival. “Todo o material que temos já foi apresentado. Nada é inédito. Apresentamos (no festival) o que já foi testado e que teve garantia de boa recepção de crítica e de público”, destacou o coordenador.

A curadoria está a cargo do crítico de arte Edgar Olímpio e do ator Caco Ciocler. A grande homenageada do festival este ano é a atriz Cleyde Yáconis, que começo a carreira artística em 1950, encenando a peça O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams.

Além das peças teatrais, também foram programadas uma oficina sobre cenografia e mesas de debates, que vão discutir temas como a arte de escrever para o teatro, a interpretação e a representação de atores e os desafios do diretor de teatro. Mais informações e a programação do festival podem ser encontradas no site www.memorial.sp.gov.br.

Mostra do Filme Livre chega a mais uma edição com proposta de incentivar produções independentes


Espaço aberto à produção audiovisual brasileira independente e ousada, tanto do ponto de vista estético como do ideológico, a Mostra do Filme Livre (MFL) chega à sua décima primeira edição exibindo 180 filmes, selecionados entre um número recorde de 801 inscritos de todas as partes do país. O festival, com sessões gratuitas, vai até 22 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro.

A mostra seguirá depois para Brasília, onde será apresentada pela primeira vez, e São Paulo, que já recebeu o evento em 2011. Os organizadores esperam atrair um público de cerca de 10 mil pessoas nas três capitais, nas sessões realizadas nos CCBBs e em cineclubes parceiros do projeto.

Criada em 2002 pelo cineasta e produtor Guilherme Whitaker, a MFL exibe longas, médias e curtas que fujam do lugar comum. A mostra abre espaço para filmes produzidos por conta própria, independentemente dos mecanismos de financiamento governamental, como as leis de incentivo. “Nós consideramos legítimos os filmes produzidos assim, com baixo orçamento”, explica um dos curadores do festival, Christian Caselli.

Outro diferencial é quanto à própria linguagem cinematográfica. “Nossa seleção não passa pelo filme `certinho`. A gente quer um outro tipo de versão, na verdade de subversão da linguagem narrativa. Isso é o que nos interessa”, definiu o curador falando a Agência Brasil.

Este ano, a MFL tem como homenageado o cineasta baiano Edgard Navarro, que exibirá seu novo filme, O Homem Que Não Dormia, com previsão de entrar em breve no circuito comercial. No final do evento, haverá o debate Cinema de Borda ou Trash Mesmo, sobre esse tipo de filme, que ganha, nesta edição da mostra, seis sessões de curtas e longas.

A programação do festival está dividida em vários segmentos, alguns dedicados a curta-metragens, como Panoramas Livres e Outro Olhar, com sessões em vídeo. O Curta o Longa apresenta nove longa-metragens precedidos de curtas, enquanto Pílulas é voltado para filmes de até cinco minutos. Já Sexuada, como o próprio nome indica, é o segmento destinado a filmes de temática sexual, e Mundo Livre traz filmes feitos por brasileiros no exterior.

As senhas podem ser retiradas uma hora antes de cada sessão nas salas de cinema e vídeo do CCBB, localizado no centro do Rio. A programação completa está disponível no site www.mostradofilmelivre.com/12.


* Luiz Antonio Mello é jornalista, radialista, produtor musical e escritor. Trabalhou nas rádios Federal, Tupi e Jornal do Brasil. Criou, juntamente com Samuel Wainer Filho, o projeto "Maldita", na Rádio Fluminense FM. Foi colunista ainda dos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, Opinião, Folha de Niterói e O Estado de S. Paulo. Foi diretor de criação da Tech & Midia Comunicação Integrada, cronista dominical de O Fluminense, editor de cultura da revista Caffè Magazine e cronista do jornal International Magazine.


Extraído do sítio Direto da Redação

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