25 de março de 2012

ARTISTA "INVISÍVEL" LIU BOLIN SE ESCONDE EM MOSCOU



O artista chinês Liu Bolin não é menos conhecido no mundo do que o pintor dissidente Ai Weiwei. Os seus trabalhos estão expostos nas melhores galerias do mundo e Moscou não é exceção.



Na foto vemos uma estante com revistas e jornais. Mas basta olharmos com mais atenção para percebermos que temos perante nós uma pessoa cujo corpo, artisticamente pintado, nos causa a impressão de ser completamente transparente. Ele como que se funde com o meio ambiente, abdicando voluntariamente da sua própria individualidade.



Hoje não é fácil criar algo completamente novo no mundo da arte, mas Liu Bolin conseguiu-o. A sua arte está na confluência da Body Art, fotografia e performance, atraindo a atenção dos amantes da Arte em todo o mundo. Juntamente com um grupo de assistentes, que lhe pintam o corpo e a roupa, Liu Bolin viaja pelo mundo, ao mesmo tempo que se mantém praticamente impercetível. Chamam-lhe o homem invisível mas, a julgar pela atenção que lhe é dispensada pelos jornalistas, especialistas em Arte e curadores, Liu Bolin pode ser considerado um dos mais conhecidos modernos artistas plásticos do seu país.



O artista converte-se a si próprio em escultura, se transformando no elemento central da obra artística. Com a ajuda de assistentes, que dominam na perfeição a técnica de Body Art, a sua figura funde-se a pouco e pouco com o meio ambiente até desaparecer. No fim, surge a fotografia. Às vezes, Liu Bolin repete a foto, transpondo - a para a tela.



As obras do artista chinês estão agora expostas em Moscou, no âmbito da Foto Bienal 2012.



Segundo ele próprio, veio a Moscou para “se dissolver na realidade russa”. Como diz o artista, ele planeava fazer uma atuação na Praça Vermelha, mas não lhe foi autorizado. Teve que mudar de planos: Liu Bolin fez-se fotografar à frente de uma estante com revistas que, na sua opinião, “refletem muito bem a situação informativa da cidade, aquilo que preocupa as pessoas neste momento”.



Formado pela Academia de Belas-Artes da província de Shandong, Liu Bolin começou a sua carreira como escultor. No entanto, depois de as autoridades de Pequim terem encerrado, há sete anos atrás, o Acampamento Artístico Internacional na capital chinesa e destruído osateliers dos artistas, Liu Bolin inventou uma forma original de expressar o seu protesto: foi assim que surgiram as fotografias do artista “invisível” escapando à Polícia.

Atualmente, já não se pode dizer que arte de Liu Bolin é de protesto. Ele dedica os seus trabalhos às pessoas anónimas, desprovidas de qualquer tipo de atributos pessoais que as possam diferenciar na multidão.


Extraído do sítio Voz da Rússia

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