28 de março de 2012

MILLÔR FERNANDES (1904-2012)

http://www2.uol.com.br/millor/
O jornalista e escritor carioca Millôr Fernandes morreu às 21h de terça-feira (27), aos 88 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro. Ele morreu de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.

Milton Viola Fernandes nasceu no dia 16 de agosto de 1923 e foi registrado apenas em 24 de maio de 1924 como Millôr por conta de uma caligrafia incerta. Começou a carreira muito cedo, quando foi trabalhar como contínuo na revista O Cruzeiro aos 14 anos, em 1938. No mesmo ano, ganhou um concurso de contos da revista A Cigarra, onde foi trabalhar. Nesse período, criou o pseudônimo Vão Gogo, que só abandonou em 1962. Voltou a trabalhar na revista O Cruzeiro em 1941, onde criou a coluna "Pif-Paf" ao lado do cartunista Péricles.

Autodidata, fez sua primeira tradução em 1942, para o livro Dragon seed (A estirpe do dragão), da escritora americana Pearl S. Buck. Foi considerado o principal tradutor de William Shakespeare. Traduziu também obras de Anton Tchekov, Bernard Shaw, Dario Fo, Luigi Pirandello, Molière, Mario Vargas Llosa, Samuel Beckett, R. W. Fassbinder e Tennessee Williams

Millôr Fernandes em 16 de fevereiro de 2000 (Foto: Ana Branco / Agência O Globo)
Seu primeiro livro, Eva sem costela, foi lançado em 1946. Ao longo de sua carreira, lançou mais de 40 obras literárias, entre peças, coletâneas de contos e textos curtos, reuniões de aforismos, livros de poesia e peças de teatro. Entre suas principais obras estão as peças Liberdade, liberdade, escrita em parceria com Flávio Rangel, e Pigmaleoa, ambas de 1965, o livro Fábulas fabulosas, de 1964, e a grande coletânea Millôr definitivo - A bíblia do caos, de 1994.

Foi um dos principais membros da redação do jornal O Pasquim, em 1969, que ficou conhecido pela oposição ao regime militar. Trabalhou também em alguns dos mais importantes jornais do país, como Folha de S. Paulo, Correio Braziliense, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo.

Mantinha um site desde 2000, que reunia textos publicados ao longo de sua carreira e produções recentes. Sua conta no Twitter tinha mais de 285 mil seguidores.

O jornalista Zuenir Ventura, em entrevista à Globo News, afirmou que a morte de Millôr foi uma "perda terrível para o jornalismo, para a tradução e para o teatro. Ele conseguia o milagre de misturar palavras e desenhos, que faziam rir, mas tinham base filosófica. Ele era simplesmente genial. Seu humor era acessível e fazia pensar".

Em 2011, o escritor foi internado duas vezes na Casa de Saúde São José, no RIo de Janeiro, mas os motivos não foram divulgados.

O velório está marcado para quinta-feira (29), das 10h às 15h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. O corpo do escritor será cremado.


Extraído do sítio da Revista Época

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