7 de março de 2012

UTOPÍA - Mario Benedetti



Cómo voy a creer / dijo el fulano
que el mundo se quedó sin utopías

cómo voy a creer / dijo el fulano
que el universo es una ruina
aunque lo sea
o que la muerte es el silencio
aunque lo sea

cómo voy a creer
que el horizonte es la frontera
que el mar es nadie
que la noche es nada

cómo voy a creer / dijo el fulano
que tu cuerpo / mengana
no es algo más de lo que palpo
o que tu amor

ese remoto amor que me destinas
no es el desnudo de tus ojos
la parsimonia de tus manos

cómo voy a creer / mengana austral
que sos tan sólo lo que miro
acaricio o penetro
cómo voy a creer / dijo el fulano
que la utopía ya no existe
si vos / mengana dulce
osada / eterna
si vos / sos mi utopía.


Trad: Utopia (versão: C. de Assis c.deassis@gmail.com)
Como vou crer / disse o fulano / que o mundo ficou sem utopias // como vou crer / disse o fulano / que o universo é uma ruína / ainda que o seja / ou que a morte é o silencio / 
ainda que o seja // como vou crer / que o horizonte é a fronteira / que o mar é ninguém / que a noite é nada // como vou crer / disse o fulano / que teu corpo / sicrana / não é algo mais do que apalpo / ou que teu amor // esse remoto amor que me destinas / não é o despir-se de teus olhos / a moderação de tuas mãos // como vou crer / sicrana austral / que és tão somente o que vejo / acaricio ou penetro / como vou crer / disse o fulano / que a utopia já não existe / se tu / sicrana doce / ousada/ eterna / se tu / és minha utopia

Extraído do sítio Banco da Poesia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.