30 de abril de 2012

TARSILA DO AMARAL (90 ANOS DA SEMANA DE 22)

Nasceu na cidade paulista de Capivari, perto de Sorocaba, filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral. Cresceu na fazenda de Santa Teresa do Alto, município de Jundiaí, na fazenda Bela Vista, e na fazenda São Bernardo, em Capivari. Por isso Oswald de Andrade a chamava afetivamente de “caipirinha vestida por Poiret”. Viajou com a família para a Europa, onde estudou no colégio Sacré Coeur de Marie em Barcelona.

Tarsila do Amaral - Operários
Do seu primeiro casamento com o Dr. André Teixeira Pinto, nasceu sua filha Dulce, fica em São Paulo com idas regulares a fazenda. E 1917 estuda desenho com Pedro Alexandrino, em São Paulo. Em 1920 embarca para Paris onde estuda na Academie Julian. Em 1921 viaja para a Espanha e Inglaterra. Em 1922 já expõe tela o “Salon Deficiel Des Artistas Français”. Regressa em junho deste ano. Integra-se no grupo Modernista de São Paulo através de Anita Malfatti, formando o Grupo dos Cinco, com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita.

Tarsila estava na Europa quando da Semana de 22, mas através de carta enviada por Anita Malfatti contando todos os detalhes. Ela se considera como participante daquele importante evento cultural que marcou sensivelmente a vida cultural brasileira.

Com influência dos ventos do Modernismo Parisiense Tarsila quis fazer um quadro que assustasse Oswald (com quem se casou no ano de 1926) e assim aconteceu a pintura desta obra prima que teve o titulo de “ o Aba- Puru” que era uma figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, perna compridas, enormes, um cacto , sol.

Eu quis dar um nome selvagem ao quadro e encontrei em um dicionário da língua indígena, esta palavra que quer dizer antropófago, disse ela, Simbolizando assim o movimento antropofágico que marcou a nossa cultura no idos da década de 20 do século passado.

Tarsila foi a primeira Dama da Arte Brasileira. O seu currículo é invejável e com um estilo inconfundível, participando de exposições coletivas, individuais, tanto no Brasil como na Europa, tendo acontecido exposições retrospectivas.


Tarsila do Amaral - Abaporu
Os anos passaram, em certo momento, em sua cama, no apartamento onde residia, no bairro de Higienópolis (São Paulo), pois foi acometida por um desvio de coluna que a levou a ter uma vida reclusa e era assistida pela sua fiel enfermeira-secretária D. Anete, disse: “ Sou otimista e tenho muita fé: Ainda quero, ver a Sala Tarsila no Palácio Boa Vista em Campos do Jordão, que reúne minhas melhores obras, ou assistir um concerto de minha velha amiga, Guiomar Novais, só que agora ela não tem mais aquela cara bem brasileira, parece uma alemãzinha…

Não perguntamos a idade de Tarsila. “Artista não tem idade” disse ela, mas espero chegar aos 100 anos. Vemos assim que, assim como Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Lasar Segal, Tarsila também é ligada a Campos do Jordão, grupo este que revolucionou a arquitetura, pintura, música, literatura brasileira, dando assim um novo rumo a vida cultural brasileira.

Extraído do sítio Jornal O Povo

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