26 de abril de 2012

ESPECIALISTAS ENFATIZAM A ELEVAÇÃO DA QUALIDADE DE LEITURA NA SOCIEDADE MODERNA - Chen Ying


Atualmente, é difícil definir o que é "livro" na China. Uma última pesquisa nacional mostra que a proporção de leitura digital entre chineses está aumentando, o que desperta a atenção de críticos e especialistas. Eles pediram a prevenção da "leitura fast-food" e a elevação da qualidade da leitura digital e tradicional.

Jiang Shan, funcionária de uma empresa de relações públicas em Beijing, disse que com o trabalho árduo e a popularização da Internet, agora ela já não tem tempo nem paciência para ler livros.

"Sempre estou bastante ocupada, então já não leio livros há muito tempo. Mas normalmente estou online por causa do meu trabalho e às vezes, leio livros eletrônicos pela Internet, mas esqueço tudo logo depois de lê-los. Acho que se tivesse tempo para ler livros tradicionais, teria conhecimentos mais profundos que favoreceriam meu futuro desenvolvimento. É uma pena que as pessoas não possam fazer isso devido ao tempo livre limitado da sociedade moderna."


Agora a leitura digital é bem popular na China. Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto de Ciência de Publicação da China em 57 cidades do país revela que em 2009, mais de 24% dos chineses entre 18 e 70 anos leram livros via Internet, celular e outros aparelhos eletrônicos portáteis.

Alguns autores e especialistas se preocupam com essa nova forma de leitura. O crítico Bai Ye apontou:

"Hoje em dia, as opções de leitura estão se tornando mais variadas. Esta época eletrônica nos trouxe vários problemas relacionados a leitura. As pessoas dão uma olhada rápida dos livros só para buscar entusiasmo. Porém, acho que a leitura enriquece o mundo espiritual. Ler livros, apesar de ser um tipo de entretenimento, deve ter outras funções, como elevar a formação de uma pessoa. Por isso, pedimos que os leitores aprofundem e ampliem a leitura, sobretudo os jovens e crianças." 


O diretor da Faculdade de Línguas Estrangeiras da Universidade Central para Nacionalidades, Guo Yingjian, considera que deve-se promover a leitura de obras clássicas e que a China precisa aprender com as experiências de outros países sobre projetos de ensino e recomendar uma lista de livros ao público.

"Por exemplo, os EUA têm uma tradição muito boa. Todos os alunos, da escola primária até universitários, devem ler livros clássicos. Os jornais também recomendam os melhores livros do mês ou do ano aos seus leitores. No entanto, na China, ainda não existe nenhum órgão que pode recomendar uma lista de livros de alta qualidade reconhecida pelos leitores, com ampla influência no país."


Guo sempre pede que os estudantes da escola secundária leiam mais livros clássicos. De acordo com ele, "existem inúmeros livros bons no mundo, mas a vida é curta e por isso, ler obras clássicas pode poupar mais tempo e elevar a eficiência da leitura". No ano passado, ele iniciou o projeto "Ler o mesmo livro" em sua universidade. Os alunos e professores lêem o mesmo livro clássico e discutem sobre a obra.

O vice-presidente da Biblioteca Nacional da China, Zhang Zhiqing, também realizou algumas pesquisas e descobriu que pouca gente tem paciência de ler um livro grosso, o que representa um grande desafio ao seu trabalho. 


"Para tornar os livros mais aceitáveis, precisamos descobrir uma maneira de leitura adequada para a sociedade moderna e publicar livros mais atraentes e populares a fim de satisfazer a demanda dos leitores. Esta é a nossa responsabilidade."

Nos últimos anos, algumas editoras da Internet também tentaram mudar a impressão negativa das pessoas sobre a "leitura digital". A Shengda, maior produtora de literatura online da China, está promovendo o projeto "um livro para cada um". Eles esperam garantir que cada leitor chinês tenha um livro eletrônico de alta qualidade, o que é uma maneira de leitura mais conveniente que favorece a preservação ambiental. O responsável da empresa, Zhou Hongli, disse:


"Temos um pessoal que é responsável pela compra de direitos autorais dos livros de várias editoras. Podemos publicá-los via Internet, celular ou livros digitais, a fim de satisfazer a demanda dos diferentes leitores. Esta é uma troca de informações entre editora tradicional e editora eletrônica, e acredito que será uma cooperação de ganha-ganha."

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