14 de abril de 2012

LITERATURA BRASILEIRA RUMO AO ESTRELATO?

A Feira do Livro de Bogotá, que este ano presta homenagem à literatura brasileira, acontece de 18 de abril a 1 de maio.

Mesmo sem ter um prêmio Nobel, autores que figuram em importantes listas internacionais de best sellers, números formidáveis de leitores ou de livrarias e bibliotecas a seu dispor, dá para dizer que a literatura brasileira está alcançando a crista da onda. Fala-se de Brasil e, então, começa a importar o que acontece culturalmente aqui.

E o primeiro passo para saciar essa curiosidade quem dá é a Feira do Livro de Bogotá, que este ano presta homenagem à literatura nacional, tendo o Brasil como convidado de sua 25ª edição, de 18 de abril a 1 de maio. Depois desse encontro, que para ambos os lados é uma oportunidade de estreitar laços comerciais e culturais (mas para nós serve também de ensaio), o Brasil segue rumo à Alemanha, onde será o convidado principal da Feira de Frankfurt em 2013. Em 2014, vai para França, como estrela o do Salão do Livro de Paris, e Itália, para ocupar o palco principal da Feira do Livro Infantil de Bolonha. Todos são eventos de primeira categoria, fazendo-se a mesma pergunta que a Colômbia: o que acontece no Brasil?

Feira do Livro de Bogotá presta homenagem à literatura brasileira
“O Brasil já é a sexta economia do mundo, mas falta demonstrar que também é uma potência cultural, e começará em Bogotá um ciclo de apresentações internacionais", disse o presidente da Câmara Colombiana do Livro, Enrique González. Assim como as de Gonzáles, são altas as expectativas de todos os envolvidos no evento. Do lado de cá, investiu-se bastante: 3,4 milhões de reais desembolsados pelos Ministérios da Cultura e de Relações Exteriores.

Já a Filbo, como é conhecida, separou um pavilhão de três mil metros quadrados no principal espaço feiras da capital colombiana, chamado Corferias, só para as atrações brasileiras. Lá estarão reunidos 50 escritores e ilustradores convidados, além de representantes das principais editoras nacionais. Não faltarão debates, leituras e exposições-tributos, e, claro, os livros: 10 mil títulos brasileiros em português e espanhol. Mas a programação não se restringe a eles– e nem aos muros do Corferias – e incluirá shows de música, dança, teatro e encontros de gastronomia para atrair um público superior ao da feira do ano passado, estimado em 400 mil visitantes.

Menu degustação

A curadoria da feira, encabeçada por Guiomar de Grammont, insiste em que a ideia é ampliar o espectro de autores brasileiros já conhecidos pelos colombianos e demais visitantes do evento literário – que é o terceiro mais conhecido da América Latina, depois de Guadalajara e de Buenos Aires.

Por isso, figuram entre os nomes selecionados escritores menos conhecidos internacionalmente, como Daniel Galera, Marcelino Freire e Adriana Lisboa. Mas não faltará a presença de veteranos como Nélida Piñón (dos nomes brasileiros mais conhecidos lá fora, ganhadora do prêmio Príncipe das Astúrias em 2005) e nem espaço garantido para as obras nacionais mais lidas na Colômbia, com destaque para as de Jorge Amado, Clarice Lispector e Rubem Fonseca.

Um dos objetivos do evento é apresentar ao público escritores como Daniel Galera, autor de Até o dia em que o cão morreu
Sem dúvida, começa aí uma enxurrada de oportunidades de se aproximar culturalmente de outros países, em especial dos vizinhos hispânicos. Que o Brasil aproveite o momento próspero, afinal “país rico é país sem pobreza”, como diz a tal publicidade, mas também aquele que se conhece e também explora as riquezas ao seu redor.


Extraído do sítio Opera Mundi

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