3 de maio de 2012

EDITORA ESTADUNIENSE PATHFINDER, DEFENSORA DAS CAUSAS JUSTAS

Havana (Prensa Latina) A inclinação por apoiar tudo o que se encaminhe ao propósito de fazer o bem é a rota eleita pela editora estadunidense Pathfinder.

Ao seguir essa linha, propôs-se, entre outras questões, manter vivo o legado histórico-político e a contribuição do dirigente da classe operária dos Estados Unidos, Malcolm X (1925-1965).

Malcolm Little, mais conhecido por Malcolm X, foi um produto das lutas do povo negro estadunidense, disse em conversa com Prensa Latina um dos integrantes do coletivo dessa editora, o nicaraguense Roger Calero, residente nos Estados Unidos.

Essa casa editorial não só tem publicado os discursos de quem adotou esse nome, substituindo simbolicamente seu sobrenome, derivado da herança do escravismo, por um X que representava o nome desconhecido de seus antepassados africanos.

Pathfinder também mantém uma coleção muito ampla de entrevistas, livros e revistas sobre dirigentes da Revolução Cubana, expressou Calero ao referir ao objetivo social da entidade.

"Nós, também colocamos em circulação volumes referentes a outras revoluções, como a russa e granadina, porque são muito necessários, sobretudo no mundo de hoje em que a crise capitalista se aprofunda ainda mais".

"Há que ter em conta o impacto que esses processos tiveram em milhões de trabalhadores dos Estados Unidos e de outras partes do mundo, o qual impõe buscar alternativas e formas de resistências ante os ataques contra nossas condições de vida e de trabalho".

Segundo Calero, o exemplo de Malcolm X e da Revolução Cubana servem como referências ao tipo de movimento revolucionário necessário na atualidade, e a modalidade de revolução que há que fazer em todas as partes, sobretudo nos Estados Unidos, apontou.

Muitos dos títulos de Pathfinder são populares em Cuba; hoje se pode falar de um nível de familiaridade de múltiplos leitores deste país com eles, reconheceu.

Durante a festa literária cubana, em fevereiro, acrescentou que um dos textos com mais demanda foi Malcolm X, a libertação dos negros e o caminho do poder operário, de Jack Barnes, secretário nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores (PST).

"O autor trata de 150 anos de luta de classe nos Estados Unidos (desde a Guerra Civil e a reconstrução radical até hoje), e o papel dos negros nessas lutas".

Assim, acrescentou, aborda no último ano na vida de Malcolm X, quando deu de sim o melhor produto revolucionário.

Ao referir a outros títulos, mencionou As mulheres em Cuba. Fazendo uma revolução dentro da revolução, um compêndio de entrevistas às dirigentes femininas cubanas Vilma Espín, Asela dos Santos e Yolanda Ferrer.

"Para nós esse volume é um instrumento muito importante a fim de descrever como os trabalhadores na medida em que nos organizamos e lutamos, não só transformamos a sociedade, senão evoluímos nós mesmos".

O jornalista de Pathfinder ressaltou o princípio que enfeitam as protagonistas, que concordaram na necessidade de fazer "uma transformação sem esquemas e estruturas pré-concebidas, mas sim com a confiança de que através da mobilização e a organização do povo e as mulheres como parte dele, se pode fazer a revolução".

Em tal sentido, achamos que assim é necessário materializa-lo nos Estados Unidos, considerou o partidário da Revolução Cubana e das campanhas de oposição ao embargo econômico imposto pelo governo dos Estados Unidos.

"A editora tem uns 300 títulos em circulação, abarcadores de diferentes temas", indicou.

Entre eles mencionou A classe trabalhadora e a transformação da educação, A desordem mundial do capitalismo e O rosto cambiante da política nos Estados Unidos, todos de Barnes, que considera Washington o maior aparelho repressivo na história mundial.

Também tem a coleção mais completa de discursos de Malcolm X, e achamos que para conhecer sobre sua vida e obra há que os ler, a fim de captar o calibre de revolucionário que foi, e, sobretudo a transformação pela qual atravessou no último ano de sua vida, disse.

Através de Pathfinder, apontou, pode-se ver seu internacionalismo proletário, seu intransigente oposição aos partidos capitalistas dos Estados Unidos, seu vinculação com outros revolucionários e como deu apoio e buscou aprender de outras revoluções, como a cubana.

Em seus discursos, o dizia: "A Revolução Cubana, essa sim é uma revolução". O compreendeu que somente a tomada do poder pelos trabalhadores nos podia prover de uma arma para começar a combater o racismo, o sexismo e todas as formas de exploração que o capitalismo mantém, estimou.

"A lista de títulos que mantemos sobre a maior ilha das Antilhas é mostra disso." 

Para nós a Revolução Cubana é nossa revolução, e sua defesa não somente é a apresentando e combatendo a distorção que Washington faz dela muito deliberadamente, bem como os imperialistas europeus e de outras partes do mundo, explicou.

"Também nos dá a oportunidade de poder mostrar concretamente aos jovens e trabalhadores dos Estados Unidos que uma revolução não só é possível, senão necessária".

Por isso, o defensor pela liberdade dos Cinco cubanos presos em cárceres estadunidenses disse que a salvaguarda da Revolução Cubana se cumpre também ao incidir em outras partes do mundo, incluídos os Estados Unidos.

Fernando González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e René González monitoravam nos Estados Unidos a grupos terroristas que planificavam agressões na contramão de Cuba.

Como a maioria de nosso público é de fala inglesa, publicamos em inglês, mas hoje se nos faz impossível, sobretudo nos Estados Unidos o fazer somente em tal idioma. Nessa nação a classe trabalhadora é mais internacional que nativa.

"Em tal sentido, nossos volumes saem também em espanhol, francês, inclusive a lista de títulos em idioma persa tem crescido enormemente", apontou o revolucionário, quem também se uniu aos protestos contra as guerras do Iraque e Afeganistão, exigindo a retirada das tropas estadunidenses.

Calero significou a acolhida que tem tido publicar em árabe e grego A primeira e segunda declaração de Havana.

Eu nasci na Nicarágua, mas, sem entrar em muitos detalhes, me sento parte dessa classe operária estadunidense, por cujos direitos tanto lutou e foi assassinado em 1965 Malcolm X.

Calero reside nos Estados Unidos desde 1985; a partir de então tem participado ativamente na luta pela legalização dos trabalhadores ilegais.

Também têm apoiado as campanhas pela liberdade dos revolucionários portorriquenhos, presos nos Estados Unidos por lutar pela independência de seu país.

Extraído do sítio Agência Prensa Latina

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