20 de junho de 2012

EMBAIXADA DA CHINA PRESSIONA FESTIVAL DE CINEMA PARA CANCELAR DOCUMENTÁRIO DE AI WEIWEI - John Smithies

O artista Ai Weiwei no documentário ''Never Sorry''. (Ted Alcorn)
Um festival de documentários em Sheffield, no Reino Unido, se recusou a remover um filme sobre Ai Weiwei de sua programação apesar da pressão da embaixada da China, segundo os organizadores do festival.

O documentário "Ai Weiwei: Never Sorry" estava programado para exibição em 15 e 16 de junho no Sheffield Doc/Fest. Uma delegação de 10 editores chineses, que participariam do festival, retirou-se do evento.

Os organizadores do festival foram contatados diretamente pela embaixada chinesa em Londres, depois que souberam que a exibição incluiria um documentário sobre Ai Weiwei e o "High Tech, Low Life", sobre usuários de internet na China contornando a censura do Estado.

"Oficialmente, fomos informados que a razão da delegação chinesa cancelar está relacionada a uma restrição no número de viagens que podem fazer à Europa", disse Heather Croall, diretora do Sheffield Doc/Fest, num comunicado. "Extraoficialmente, porém, houve uma série de conversas difíceis sobre alguns filmes que estão em nosso programa que contestam questões como a liberdade de expressão na China. [...] Fomos pressionados a não mostrar certos filmes. Nós resistimos à pressão e os filmes permanecerão no programa", acrescentou a Sra. Croall.

A delegação chinesa era composta de executivos da CCTV, CETV, Phoenix TV e do Canal Documentário Golden Eagle que participariam em sessões de conferências destinadas a aprender sobre como trabalhar na China.

"Estamos muito desapontados que a delegação chinesa não estará presente agora no festival, mas continuamos muito esperançosos de que eles participarão no futuro. Cineastas chineses, distribuidores e comissários serão sempre bem-vindos no Doc/Fest", disse a Sra. Croall.

"Ai Weiwei: Never Sorry" segue o provocativo artista enquanto ele trabalha fazendo arte que tem irritado o regime chinês. "High Tech, Low Life" mostra como jornalistas-cidadãos estão aproveitando o poder da internet para fornecer relatos em primeira mão de suas vidas na China apesar da rigorosa censura.

Demandas de autoridades chinesas para alterar eventos culturais não são novidade.

Esta semana foi revelado que o Conselho Leeds se recusou a cancelar uma aparição do Dalai Lama numa conferência de negócios após as autoridades chinesas ameaçarem buscar um novo local de treinamento para seus atletas olímpicos, segundo a BBC.

Em 2009, o Festival de Cinema de Melbourne foi pressionado pelo consulado chinês para retirar um documentário sobre o líder uigur Rebiya Kadeer. Nesse caso, os organizadores do festival também se recusaram a se curvar às exigências.


Extraído do sítio The Epoch Times

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