17 de junho de 2012

GILBERTO GIL DÁ O SEU 'DEPOIMENTO PARA A POSTERIDADE' - Luiz Antonio Mello


O Museu da Imagem e do Som do Rio, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, registrou o Depoimento para Posteridade de Gilberto Gil. Depois de fazer um show memorável na cidade no mês passado, o músico e ex-Ministro da Cultura, que completa 70 anos no próximo dia 26, relembrou fases da infância alegre no interior da Bahia, parceiros que conheceu ao longo da estrada, relacionamentos amorosos, momentos musicais e a carreira política.

Segundo Camila Lamha, do site da Secretaria de Cultura do Estado do Rio, Gil sentou-se ao lado do escritor Carlos Rennó, do pesquisador Hermano Viana, do produtor cultural Marcelo Fróes, do compositor Jorge Mautner e da presidente do MIS, Rosa Maria Araújo. Ele revisitou fases da sua vida repletas de arte e de amor. “Tenho índole cordial, coloco o entendimento e a compreensão à frente de tudo. A compaixão é maior do que a paixão em mim”, autodefiniu-se.

As primeiras notas arriscadas por Gil no violão foram tocadas já na adolescência, quando ele ainda era apaixonado por outro instrumento. “Eu tocava acordeão e minha irmã tocava piano. Um dia, ela resolveu comprar um violão, e isso coincidiu com a chegada da Bossa Nova e de João Gilberto. Eu entendi, a meu modo, como ele fazia aquilo: em Chega de saudade, por exemplo, ele não tocava samba, mas baião. Logo em seguida, comprei meu primeiro método de violão e praticamente sequestrei o instrumento da minha irmã. Quando, enfim, decidi que queria me dedicar àquilo, pedi dinheiro para a minha mãe e comprei o meu”.

Entre os tópicos abordados no encontro, não faltaram detalhes sobre a amizade com famosos conterrâneos. O ex-Ministro contou, por exemplo, como foi o primeiro contato com a família Veloso. “Foi na TV Itapuã, no programa que eu participava: Show dos novos, do Jorge Santos. Canô, Bethânia e Caetano me viram lá ‘Caetano, venha ver aquele neguinho que você gosta tanto’. Isso virou música depois”, lembrou ele, destacando que a experiência no canal baiano lhe rendeu treinamento de TV e prática de estúdio musical, fundamentais para a sua carreira. “Depois vim a conhecer Caetano pessoalmente na rua, na época em que começamos as noitadas. Aí vieram Bethânia, Gal, Tom Zé, e assim foi sendo formada aquela teia”, acrescentou o autor de sucessos como Domingo no parque, Aquele abraço, Expresso 2222 e Andar com fé.


Extraído do sítio Direto da Redação

Gilberto Gil - Expresso 222

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