1 de junho de 2012

POEMAS DEL SILENCIO (I) - Aurelio Arturo



Siento crecer el silencio en la estancia
y es cual si fueran cayendo, en mi torno,
invisibles ladrillos, idénticos.
Construcción que fantástica sube
cada instante y se hace más sólida.

De improviso mi voz salta y caen
derruídos los muros... mas, luego
la construcción nuevamente comienza.
El obrero no siente fatiga. 
Y los muros caídos de un golpe
nuevamente se alzan, me cercan.

Al fin un día se harán tan espesos
que para siempre estaré emparedado
entre muros de insomne silencio.

Sobre los prisioneros del cementerio, la muerte
amontona silencio; los muros
que los tienen tan lejos dei ruído
de la vida, se van ensanchando.
Son eternos, los muros monstruosos, 
muros de años, de lustros, de siglos.

Tradução de Antonio Miranda: POEMAS DO SILÊNCIO (I) // Sinto o silencio crescer na morada / e é como se fosse caindo, em meu redor, / invisíveis ladrilhos, idênticos. Construção que fantástica sobe / a cada instante e se torna mais sólida. // De improviso salta minha voz e caem / desmoronados os muros... mas, logo / a construção começa uma vez mais. / O pedreiro não sente fatiga. / E os muros caídos de repente / novamente se alçam, me cercam. // Afinal um dia se tornarão tão espessos / que para sempre estarei emparedado / entre muros de insone silêncio. // Sobre os prisioneiros do cemitério, a morte / empilha silêncio; os muros / que os mantém tão longe do ruído / da vida, vão-se ampliando. / São eternos, os muros monstruosos, / muros de anos, de lustros, de séculos.

Aurelio Arturo: Poeta colombiano nascido em La Unión, Nariño, em 1906. Doutor em Direito pelo Externato de Colômbia, publicou, em 1928, quando ainda era estudante, seus primeiros poemas na Revista Universidad, dirigida pelo intelectual Germán Arciniegas. Dedicado por inteiro ao exercício profissional, exerceu alguns cargos públicos, como Secretário-geral do Ministério do Trabalho e funcionário do Ministério de Defesa. Praticou a poesia e as traduções em seus tempos livres, mas de maneira constante. Em 1963, editou seu único livro, "Morada al Sur", que obteve o Prêmio Nacional De Poesia Guillermo Valencia. Meses depois de sua morte, recebeu o doutorado Honoris Causa em Filosofia e Letras pela Universidade de Nariño. Faleceu em Bogotá, em 1974.

Extraído do sítio Antonio Miranda

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.