1 de julho de 2012

UMA COMPETIÇÃO DE DANÇA CHINESA PROIBIDA NA CHINA - Li Jia e Angela Wang

Uma dançarina na 4ª Competição Internacional de Dança Chinesa. (Dai Bing/The Epoch Times)
A propaganda oficial chinesa nos últimos anos tem tentado se focar nas artes e na cultura como um meio de promover a mensagem oficial do Partido Comunista. Mas parece que os artistas são encorajados nesse sentido apenas se isso se adequa a linha do Partido Comunista Chinês (PCC).

Na China, os potenciais participantes da Competição Internacional de Dança Clássica Chinesa da ‘New Tang Dynasty’ (NTD) Televisão foram ameaçados, algumas vezes duramente, pelas autoridades chinesas e orientados a não aderirem a essa competição.

A NTD é uma emissora principalmente de língua chinesa sedeada em Nova York, que Pequim considera uma ameaça devido a sua reportagem ousada sobre questões de direitos humanos na China. A competição de dança faz parte de uma série de competições, que incluem culinária, pintura e canto, que a estação de televisão realiza para promover as artes tradicionais chinesas.

Segundo Lijuan Ma, a diretora da série de competições da NTD, oficiais da segurança chinesa disseram a potenciais participantes na competição de dança provenientes da China que não receberão os documentos de viagem para participarem do evento que será realizado em Hong Kong e Nova York.

"Nós também fomos contatados por escolas de dança que foram ordenadas a dizerem a seus alunos para não virem a nossa competição. Alguns dos que se registraram conosco lhes foi dito que se participassem, eles seriam expulsos da escola e não seriam mais capaz de ter uma carreira de dança na China", disse Ma.

De acordo com ela, os comandos vieram do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, o poderoso órgão da segurança pública que controla todos os aspectos da manutenção da lei na China. O trabalho do CAPL é reprimir dissidentes e suprimir qualquer coisa que possa ser considerada politicamente sensível.

John Lenczowski, fundador e presidente do Instituto de Política Mundial, uma escola de pós-graduação privada em Washington DC, indicou numa entrevista que o controle da cultura é importante para os partidos comunistas.

"Acredito que os regimes comunistas têm um interesse permanente na tentativa de controlar a identidade de seu povo e eles fazem isso apagando elementos importantes da história e cultura de um país, a fim de refazer essa identidade, e é a reformulação dessa identidade que é finalmente projetada para controlar o povo e eliminar qualquer potencial ameaça ao regime do partido", disse ele em entrevista.

As competições da NTD são destinadas a revitalizar e preservar a cultura tradicional chinesa, as artes plásticas e a música clássica, segundo seu website. As autoridades chinesas têm tentado várias vezes interferir nos eventos da emissora, inclusive recusando vistos a chefs da China que se registraram para concorrer na competição de culinária da NTD em 2010 e 2011.

A Competição Internacional de Dança Clássica Chinesa da NTD está no seu quinto ano. O vencedor da competição inaugural em 2007, Chen Yongjia, deu uma indicação do porquê o regime pode se opor ao evento. Chen disse que, em sua opinião, o ataque do regime comunista à espiritualidade e à cultura tradicional tem distorcido a essência da cultura chinesa.

"Especialmente depois da Revolução Cultural, na superfície, parecia ser a dança clássica chinesa, mas não contêm qualquer um dos mesmos significados ou conotações tradicionais. Era meramente para cantar louvores ao PCC e à cultura do PCC", disse Chen em entrevista. "É exagerado, vazio e carrega o ar de assassinato da revolução."

As competições da NTD apresentam a cultura chinesa independente da influência do regime, segundo Ma, minando implicitamente a legitimidade da propaganda cultural do PCC; ela diz que é por isso que o PCC tenta interferir com eles.

O educador de dança Guo Xiu, que preside o júri da competição de dança da NTD, disse que alguns dançarinos chineses no continente se recusam a comprometer sua arte em prol de uma carreira, mas eles não têm espaço para exercer sua criatividade na China.


Extraído do sítio The Epoch Times

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