22 de agosto de 2012

ALTAMIRO CARRILHO FOI SUCESSO TAMBÉM NA RÚSSIA

O flautista brasileiro Altamiro Carrilho, que morreu de câncer no pulmão, na quarta-feira passada (15), aos 87 anos, foi sucesso também em território russo e nos países da extinta União Soviética, quando lá se apresentou na década de 60. Após o seu aplaudidíssimo show em Moscou, em 1963, o Maestro Boris Trisno, um dos mais conceituados da Rússia, afirmou que “Altamiro Carrilho é um dos músicos mais afinados do mundo e um dos melhores solistas de flauta do planeta”. Seu êxito na União Soviética foi tamanho que o músico precisou estender sua permanência no país por três meses para atender aos sucessivos convites que recebia para se apresentar em várias partes do país.

Músico e compositor, com mais de cem discos gravados ao longo da carreira, Altamiro Carrilho estava internado na Clínica Ênio Serra, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, desde o início da semana. O enterro do artista acontecerá na quinta-feira, 16, em Santo Antônio de Pádua, cidade no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde o músico nasceu no dia 21 de dezembro de 1924.

Altamiro Carrilho tocou na Rússia na década de 60
Altamiro compôs cerca de duzentas canções em seus mais de 70 anos de carreira e se apresentou em mais de 40 países, contribuindo para a divulgação do choro brasileiro. Além das próprias músicas e de acompanhar as gravações dos mais consagrados artistas brasileiros, deixou sua marca inconfundível em solos de flauta em dois dos maiores sucessos brasileiros: “Detalhes”, de Roberto Carlos, e “Meu Caro Amigo”, de Chico Buarque de Hollanda.

A primeira flauta Altamiro Carrilho ganhou aos 5 anos, como presente de Natal. Depois, passou a produzir seus próprios instrumentos com bambu. Aos 11 anos, começou a ter aulas de música gratuitas com um carteiro.

Sua carreira musical ganhou impulso em 1938, quando integrou no grupo de seu avô, a Banda Lira de Arion, e, em seguida, ao vencer o programa de calouros de Ary Barroso, compositor de “Aquarela do Brasil”. Em 1951, entrou para o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda, flautista, compositor e parceiro de Pixinguinha.

Ainda na década de 1950, com o grupo Altamiro e Sua Bandinha, apresentou um programa na TV Tupi e emplacou o sucesso "Rio Antigo", com mais de 700 mil cópias vendidas. Nos anos 1960, viajou para fora do Brasil e, a partir daí, recebeu consagração nacional e internacional.

Alternando seu repertório entre a música erudita e a música popular brasileira, o flautista Altamiro Carrilho vinha se apresentando nos últimos tempos com o seu conjunto, em que havia músicos de cavaquinho, pandeiro e violão de 7 cordas.

Extraído do sítio Diário da Rússia

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