Um dos principais escritores da literatura brasileira, Jorge Amado, continua a receber mais homenagens no Brasil e no exterior em virtude de seu centenário de nascimento, a ser celebrado nesta sexta-feira, dia 10 de julho. Houve no Congresso Nacional – o Parlamento brasileiro – uma sessão solene em homenagem ao grande escritor baiano. E no dia 10, haverá um novo evento em celebração à vida e à obra de Jorge Amado na Fundação José Saramago, em Lisboa.
Congresso Nacional homenageou Jorge Amado em sessão solene
No último dia 6 de agosto, o Congresso Nacional brasileiro prestou homenagem a um dos mais prestigiados escritores do país. O centenário de nascimento de Jorge Amado foi lembrado em evento promovido pelo senador e ex-presidente da República, José Sarney, além de Lídice da Mata, Walter Pinheiro e João Durval – os três senadores do Estado da Bahia, terra natal do escritor.
O senador e ex-presidente da República do Brasil, José Sarney, presidiu sessão solene do Congresso Nacional em homenagem a Jorge Amado. |
Além da obra Gabriela, Cravo e Canela (publicada em 1958), exibida agora em uma segunda adaptação para a televisão brasileira, Jorge Amado é autor de clássicos da literatura nacional, como Mar Morto (1936), Capitães da Areia (1937), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966), Tenda dos Milagres (1969) e Tieta do Agreste (1977), entre muitos outros.
Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, em uma fazenda de cacau no município de Itabuna, sul do Estado da Bahia, e passou a infância em Ilhéus. Publicou seu primeiro romance, O País do Carnaval, em 1930.
Além de sua atuação como romancista dos costumes da Bahia, Jorge Amado teve destacada participação na vida política do país. Em 1935, formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro. Militante do Partido Comunista, exilou-se na Argentina no início da década de 1940 e, ao regressar ao Brasil, foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo, pelo Partido Comunista Brasileiro. É autor da lei que assegura a liberdade de culto religioso, ainda em vigor.
Em 1945, casou-se com a paulistana, também escritora, Zélia Gattai (1916-2008), com quem permaneceu até o fim da vida. Exilou-se na Europa até o início da década de 1950, no período em que o Partido Comunista foi declarado ilegal no Brasil.
De volta, passou a dedicar-se inteiramente à literatura e foi eleito para a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras em 1961. O romancista baiano foi laureado com o Prêmio Camões em 1994.
Jorge Amado faleceu em Salvador, em 6 de agosto de 2001, quatro dias antes de completar 81 anos.
Zélia Gattai, Jorge Amado e José Saramago em Salvador, em foto de 1996.
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Festa na Casa dos Bicos em Lisboa por Jorge Amado
A Fundação José Saramago celebra o centenário do nascimento do escritor brasileiro Jorge Amado, na próxima sexta-feira, dia 10, com um conjunto de iniciativas, entre elas, a capoeira.
Em comunicado, a Fundação afirma que a proposta foi apresentada pela atriz brasileira Vera Barbosa, que “tinha pensado numa sessão intimista, com textos e canções”.
Na realidade, “Jorge Amado e José Saramago foram amigos, cruzaram-se em vários pontos do mundo, visitaram-se mutuamente, trocaram cartas, confidências, opiniões. Admiravam a obra literária um do outro”, escreve a Fundação, justificando o empenho nas celebrações.
A opção da Fundação José Saramago foi “fazer agora uma festa e deixar para o outono iniciativas de cariz mais institucional”.
A festa planeada pela Fundação, na sexta-feira a partir das 18 horas, no largo em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação, contará com uma apresentação do grupo Arte Pura Capoeira.
“A seguir, no auditório da Casa dos Bicos, haverá uma sessão de música e leituras encenadas pela atriz Vera Barbosa, acompanhada pelo violonista João Maló”, anuncia a instituição.
Também neste espaço, o autor de Teresa Batista Cansada de Guerra (publicado em 1972) é tema de uma exposição constituída por livros, fotografias, correspondências trocada com José Saramago, filmes e música. No evento, serão servidos pratos da culinária brasileira.
“Do Brasil – da editora Companhia das Letras e da Fundação Casa Jorge Amado – vieram as obras completas, fotografias, gravações e até fitinhas à maneira [da Igreja de Nosso Senhor] do Bonfim [de Salvador], com frases de Jorge Amado”, afirma a instituição lisboeta que, ao seu acervo, foi “buscar cartas trocadas entre os dois escritores e mais fotografias, além das que estão visíveis n’A Semente e os Frutos, a exposição inaugurada no dia 13 de junho, quando a Casa dos Bicos abriu ao público, sob a gestão da Fundação.
Jorge Amado é o autor brasileiro mais traduzido, e vários dos seus romances deram origem a seriados televisivos, telenovelas e filmes.
O escritor cultivou vários amigos em Portugal; entre eles, a atriz Beatriz Costa que incentivou a escrever as suas memórias.
Extraído do sítio Ventos da Lusofonia
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