26 de agosto de 2012

UM ACERVO CULTURAL COM MAIS DE 130 MUSEUS - Renata Reps

Você já conhece o Georges Pompidou, o Museu d'Orsay e, logicamente, o Louvre. Pode ter passado ainda pela Orangerie, o Jeu de Paume e o Museu do Picasso. Se acha que, afinal, não resta tanta coisa assim a descobrir neste sentido, está enganado. Paris tem ainda cerca de 130 outros museus para você descobrir ao longo das próximas viagens. Dá até para montar um calendário de alguns anos de viagens sem repetir nenhuma instituição cultural. Mas como ninguém vive apenas de arte contemplativa, nós te poupamos um tempo precioso e visitamos de antemão museus que você nem imaginava que existiam. E que vai gostar de desvendar.

Renata Reps/AE - Museu Halle Saint Pierre sedia as exposições mais descoladas da capital francesa

Museu do Erotismo 

É um passeio muito divertido, mas decididamente não o mais aconselhável para se fazer com os pais ou avós. Mas esqueça os chicotes e luvas de borracha: não se trata de um museu de pornografia ou sexo explícito, mas sim um espaço de apreciação da arte erótica através dos séculos por meio de um rico acervo de obras vindas de várias partes do mundo. Há ilustrações, cartazes de filmes, estátuas indígenas, objetos que remontam ao tempo do império greco-romano e, claro, peças engraçadas que dão o tom de comédia que se espera de um lugar como este.

O museu fica no bairro de Pigalle, onde está o Moulin Rouge, local que equivale ao Baixo Augusta paulistano. O horário de visitação respeita a configuração do bairro: o museu abre às 10 horas e não fecha as portas antes das 2 da manhã, com última entrada até 1h30. Separe ao menos duas horas, com possibilidade de se distrair com os brinquedos da lojinha ou parar para assistir a um dos filmes com atenção redobrada. Há preços especiais para casais que vão fazer a viagem erótica juntos - uma interessante forma de apimentar a relação e destoar um pouco dessa história morna de cidade mais romântica do mundo.

Museu do Fumante 

Não poderia haver melhor lugar para este museu. Ninguém acredita que aquele prédio pequeno no meio da Rue Pache, no 11º distrito de Paris, abriga uma das maiores coleções de objetos, plantas e obras que deram origem a um dos hábitos mais antigos da humanidade. Pode ser até considerado uma forma de apologia não muito politicamente correta - é praticamente impossível ouvir e ver todas as histórias ligadas a numerosos e inimagináveis tipos de cigarros, charutos e cachimbos e não ter vontade de dar um trago na saída. Apesar de o museu ser bem pequeno e normalmente tranquilo, não conhecido da maior parte dos turistas (nem mesmo dos parisienses), é inevitável que alguém perto de você interrompa a visita para acender um cigarro lá fora. A força da imitação humana.

No museu, descubra a diferença entre tabacultura e tabacologia, entre os hábitos orientais e ocidentais e encontre utensílios específicos para cada tipo de substância - ópio, por exemplo. Se você for realmente um interessado pela cultura do fumo, gaste um pouco do tempo consultando as obras de experts no assunto na biblioteca ou mesmo leve algo para casa, como um livro sobre a confecção do cigarro no Caribe. Até o último dia do ano, uma exposição vai unir o melhor dos dois mundos: é a mostra Erotismo e Fumo, com fotos voluptuosas que datam desde os anos 20 e unem criativamente corpos femininos aos cigarros. Mas, se você não for fumante, melhor pensar duas vezes antes de ir: para que correr esse risco?

Halle Saint Pierre

A ideia deste museu é estar ali para quem quer fugir das regras da beleza clássica. É o centro cultural que abriga mais exemplares da arte bruta, ou ingênua, nascida na França e que despreza todo e qualquer tipo de regras e de influências de escolas conhecidas. O iluminado espaço de pé direito alto, dominado por uma escada circular posicionada bem no meio do prédio, recebe as exposições mais descoladas da cidade, centradas em arte moderna, arte pop e contracultura. Este antigo mercado está às margens do jardim da Sacre Coeur, e quando a vista do templo contrasta com o colorido dos muros no exterior do grande salão Saint Pierre, a coexistência de estilos ganha uma beleza excepcional.

Extraído do sítio O Estado de S. Paulo

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