28 de setembro de 2012

ENSAIO "FERNANDO PESSOA - UMA QUASE-AUTOBIOGRAFIA" GANHA PRÊMIO DA ACADEMIA DE LETRAS

A Academia Brasileira de Letras (ABL) distinguiu o livro “Fernando Pessoa - Uma quase-autobiografia”, de José Paulo Cavalcanti Filho, como “livro do ano”, anunciou hoje a editora portuguesa do autor.

José Paulo Cavalcanti Filho (Rui Gaudêncio)
Marcos Vilaça, ex-presidente da instituição, afirma: “A Academia reconheceu o trabalho de um pesquisador competente e obstinado. É a mais importante biografia de Pessoa, desfazendo equívocos de décadas em torno do homem”, lê-se no sítio da ABL na Internet.

Cavalcanti Filho já recebeu, com esta mesma obra, o Prémio Brasília de Literatura, na categoria Biografia, e está nomeado para o Prémio Jabuti, também na categoria de Biografia.

O prémio “livro do ano” da Academia Brasileira tem o valor de 75 mil reais, cerca de 28.600 euros, e ostenta o nome do senador José Ermírio de Moraes pois foi instituído pela sua família e pela empresa Votorantim, em 1995.

Em declarações à Lusa, ainda antes de saber deste Prémio, José Paulo Cavalcanti Filho afirmou que a obra é fruto de oito anos de investigação e 30 viagens a Portugal.

O autor explicou que decidiu fazer o livro porque tinha vontade de saber coisas sobre o poeta português, sobre as quais ninguém tinha escrito.

“A obra de Pessoa já está bem estudada, mas quem é o homem atrás da obra? Eu sempre quis saber mais sobre Pessoa, mas esse livro que eu queria ler não existia. Então decidi fazê-lo”, contou à Lusa Cavalcanti, que se apaixonou por Pessoa há cerca de 50 anos, quando ouviu pela primeira vez, em 1966, o poema “Tabacaria”, recitado por João Villaret.

“Desde então, é uma paixão que me encanta e oprime”, brincou.

Para o autor, “a (quase) autobiografia”, que em Portugal foi publicada pela Porto Editora, “começou de verdade” quando descobriu que toda a obra do poeta estava baseada em factos de sua própria vida.

“Quando um poeta escreve ‘Se eu casasse com a filha da minha lavadeira, talvez fosse feliz’ é uma imagem recorrente, que quer dizer ‘se tivesse uma vida simples, talvez fosse mais feliz’ em outros [autores], em Pessoa não. Em Pessoa, eu sabia que existia uma lavadeira, chamada Inês, uma filha da lavadeira, chamada Guiomar, e um romance”, explicou.

José Paulo Cavalcanti Filho é advogado, ex-ministro da Justiça do Brasil, consultor do Banco Mundial e da UNESCO. Integra, por nomeação da Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, juntamente com outras seis individualidades, a Comissão da Verdade, responsável por investigar os crimes da ditadura militar brasileira.

Extraído do sítio Revista Ípsilon

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