8 de setembro de 2012

FUNDAÇÃO DE ANDY WARHOL VENDE OBRAS DO ARTISTA PARA CONTINUAR MISSÃO FILANTRÓPICA - Ana Dias Cordeiro

O primeiro leilão está marcado para o dia 12 de Novembro (Reuters)

Marlon, obra icónica de Andy Warhol de 1966, em ecrã de seda com a imagem reflectida do actor Marlon Brando, sentado numa moto de boina, casaco de cabedal e olhar fixo na câmara, tem toda uma história por trás. É a imagem (transformada pela arte pop de Warhol) da estrela de Hollywood no filme de László Benedek de 1953 The Wild One.

E poderá, em breve, passar do espólio da Andy Warhol Foundation for Visual Arts em Nova Iorque para um coleccionador de arte, um privado desconhecido, uma galeria ou museu em qualquer parte do mundo, quando se realizar a 12 de Novembro o primeiro de uma série de leilões de obras do pintor que a Fundação e a Christie´s organizam nos próximos meses e anos, alguns via internet.

A decisão foi tomada pela fundação e o anúncio feito conjuntamente com a leiloeira ontem à noite nos Estados Unidos. A iniciativa marca o 25º aniversário da morte de Warhol (1928-1987), disse o presidente do conselho de administração da fundação, Michael Straus, citado em comunicado disponível no site da fundação. 

A fundação quer vender parte das obras de Warhol – algumas inéditas ou quase porque apenas vistas em círculos restritos – para perpetuar a sua obra e cumprir a sua vontade e o seu espírito filantrópico. Warhol queria contribuir para o desenvolvimento das artes visuais, através de apoios e bolsas para artistas e instituições. E a instituição que gere o seu património quer expandir esse desígnio e, para tal, precisa de reforçar os fundos de que dispõe. Só assim, explica, pode continuar a apoiar a comunidade artística no longo prazo e quando esta “mais precisa”. 

“Estas vendas irão permitir um acesso global sem precedentes ao trabalho de Andy Warhol, em sintonia com a sua própria filosofia de democratização e métodos de trabalho”, diz Joel Wachs, presidente da fundação, no mesmo comunicado. O responsável explica que as vendas das obras abrem a possibilidade de a fundação fazer mais doações a museus e atribuir mais bolsas a artistas, e assim “potenciar o legado de Warhol e o seu impacto no mundo artístico” além de “oferecer uma base ainda mais segura para expandir a filantropia no futuro”. 

Nos últimos 25 anos, a fundação já atribuiu mais de 250 milhões de dólares (cerca de 200 milhões de euros) em bolsas e apoios a artistas e a centenas de museus e organizações sem fins lucrativos. Marlon valerá entre 15 mil e 20 mil dólares, segundo estimativas. É apenas uma das obras a leilão. Entre outras estão Self-Portrait in Fright Wig, em Polaroid, também estimado nos valores entre 15 mil e 20 mil euros ou Jackie cuja base de licitação ascenderá aos 200 mil euros.

Extraído do sítio Público.pt

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