18 de setembro de 2012

VINÍCOLAS ARGENTINAS BUSCAM INVESTIDORES BRASILEIROS


O aumento da renda dos brasileiros, sobretudo da seleta população das classes A, despertou o interesse dos argentinos em oferecer novos e exclusivíssimos negócios para os nossos ricos. Principais turistas do mercado especializado de vinhos de Mendoza, os ricos começaram a ser vistos não apenas como clientes, mas também como investidores. Eles agora podem produzir seus próprios vinhos, com rótulos e combinações de uvas personalizadas, sem precisar sair do Brasil.

Ex-executivo do Santander, especialista em fundos de investimentos na América Latina, o espanhol José Manuel Ortega largou o emprego em 2004 e se mudou para a Argentina, onde comanda a vinícola O. Fournier. Foi dele a ideia de oferecer a estrangeiros - e aos vizinhos brasileiros em especial - a possibilidade de se lançar no mundo dos vinhos. Além de produzir vinhos de alta gama em uma das “bodegas” mais incrementadas de Mendoza, ele oferece a opção de comprarem por US$ 150 mil um hectare de terra onde terão a sua própria produção.

Se o investidor quiser ficar com o vinho, pode escolher o rótulo, as uvas e usar a infraestrutura de exportação da empresa para receber a sua produção em casa. Mas se resolver, simplesmente, se limitar aos rendimentos do negócio, a O. Fournier compra a produção. Segundo Ortega, o contrato prevê que a vinícola se responsabilize pelo processo produtivo, da colheita à fabricação do vinho. Cerca de 80% dos investidores que embarcaram na iniciativa são brasileiros. Há pelo menos uma dúzia deles, a maioria em São Paulo, que já pode produzir o próprio vinho. E um forte candidato no Rio de Janeiro. Discreto, o proprietário não revela nomes, mas diz que um importante banqueiro paulista está na lista.

"Não precisa ser especialista. Basta ter essa quantia inicial, que, normalmente, não daria para abrir um negócio de vinhos. A rentabilidade fica com o investidor, que é o dono da terra, pode vendê-la a qualquer tempo ou deixar de herança para os filhos", diz Ortega.

Retorno em dois anos

A ideia, segundo ele, que também detém uma planta no Chile e outra na Espanha, é associar o negócio ao prazer. Ortega mudou-se para a Argentina, depois de prospectar o mercado de vinhos daquele país ainda em 1999 com um grupo de investidores. O empreendimento não parou nos vinhos. A próxima etapa é a construção de um resort de luxo nas imediações das vinhas para que os produtores, que terão 50% de desconto em mais este mimo, possam acompanhar seus investimentos e se divertir.

É claro que, como qualquer investimento, há riscos. Neste caso, os vinhos estão sujeitos a percalços. Mas Ortega garante que a tecnologia usada pela vinícola dispõe de mecanismos para minimizar os efeitos de intempéries, como chuva de granizo ou uma seca prolongada. O retorno do investimento na terra também não é imediato, pois as videiras começaram a produzir após dois anos:

"É mais ou menos o prazo para início do retorno. Esse é o sonho de muita gente, que não tem tempo, nem dinheiro para realizar um projeto sozinho. É um projeto cujo financiamento é autossustentável".

Extraído do sítio Diário de Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.