18 de outubro de 2012

A PAIXÃO RUSSA PELO SAMBA BRASILEIRO - Oksana Lazarenko


Os brasileiros ficam ofendidos quando os estrangeiros associam o Brasil só ao samba e Carnaval. Mas o samba e o Carnaval não são as únicas coisas que os estrangeiros conhecem sobre o Brasil, são simplesmente aquilo que eles gostam mais.

Os russos gostam muito do samba. Moscou já tem, pelo menos, três escolas desta dança brasileira. A maioria das professoras de samba são russas que aprenderam o samba no Brasil. Mas tem também uma maravilhosa professora baiana - Edvânia Ferreira de Jesus. Ela é a única professora brasileira em Moscou.

Edvânia já vive em Moscou há três anos. Ela veio a Moscou para ensinar samba. A talentosa brasileira aprendeu russo em Moscou e já fala muito bem. Na verdade, para ensinar uma dança brasileira não é preciso falar nenhuma língua, basta a linguagem do corpo. As alunas que aprendem samba nas aulas com Edvânia dizem:

“Nas primeiras aulas, Edvânia sabia apenas três palavras em russo, mas isso não foi um problema para nós. A língua da dança não tem fronteiras. Seguíamos as ações dela, bailávamos e ríamos muitíssimo. Na verdade, gostamos muito do Brasil, mas o Brasil é muito longe da Rússia, e Edvânia, com sua energia mágica, cheia da alegria, é como um pedacinho do Brasil na Rússia. E quando ela fala em russo: “Meninas, vamos”, é muito carinhosa.

“Eu gosto do samba porque me dá muito otimismo. As emoções positivas são o que falta na Rússia”, contou Tatiana, diretora das aulas de samba.

“Para mim, o samba é uma concentração de vitalidade no corpo. O samba cria imunidade contra a depressão. Quer estrar feliz? Tem que sambar”, diz Olga, uma das alunas.

Nas aulas de samba sempre tem muita gente. Algumas bailam há três anos, outras vêm pela primeira vez. Na verdade, é um pouco difícil para as russas começar a bailar samba, porque as danças tradicionais da Rússia são muito diferentes do samba. Têm outra lógica, outro ritmo e espírito.

“Na dança russa o quadril não baila . No samba, pelo contrário, isso é fundamental. Os passos são diferentes também. No início foi um pouco difícil. Todos os dias eu repetia os passos diante do espelho na minha casa até finalmente conseguir.

O ritmo do samba é muito rápido para nós. Mas eu digo às outras alunas: “Vivemos na capital, cheia de bulício e onde tudo acontece a grande velocidade, porque podemos viver a este ritmo e não podemos dançar tão rapidamente como vivemos?” – pergunta uma outra aluna, Ekaterina.

“Eu vivi muitos anos na União Soviética. O samba me deu as emoções que me eram negadas na Rússia Soviética. Para algumas alunas foi difícil aprender os movimentos, para mim foi difícil me abrir e pegar o espírito do samba”,- disse Svetlana.

As alunas de samba brincam:

“O samba ajuda a sobreviver ao frio na Rússia”.

Para Edvânia que dança desde os 5 anos de idade, o samba é como “o ar que respiro, é um estilo de vida”.

“Danço o samba todos os dias como sambista e como professora. Gosto muito de observar o êxito das minhas alunas russas”, disse ela.

Extraído do sítio Voz da Rússia

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