20 de novembro de 2012

FLUPP VAI HOMENAGEAR WALY SALOMÃO EM 2013 - Leonardo Cazes


A Festa Literária Internacional das UPPs (Flupp) terminou no último domingo com mais acertos do que erros e planos para o ano que vem. Segundo os organizadores, cerca de 7 mil pessoas passaram pelas três tendas montadas no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, durante os quatro dias do evento. Para 2013, o autor homenageado já está decidido: será o poeta Waly Salomão, morto em 2003. A Flupp também deve ter casa nova, na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão.

De acordo com Écio Salles, um dos organizadores da festa junto com Julio Ludemir, Heloísa Buarque de Hollanda e Luiz Eduardo Soares, a ideia é fazer o evento circular pela cidade. Na sua opinião, o principal objetivo, de criar um ambiente literário na comunidade com diversidade de público e autores, foi alcançado.

A programação foi o ponto alto da Flupp e as mesas com convidados internacionais tiveram uma receptividade acima das expectativas. Apesar das barreiras da língua, o poeta palestino Najwan Darwish e o rapper líbio MC Swat, que se apresentaram na sexta-feira, empolgaram o público com suas leituras em árabe.

A presença de moradores da comunidade na plateia, entretanto, foi menor do que o desejado, segundo o curador Toni Marques. Ele diz que há uma preocupação em se comunicar melhor com esse público.

— Quem foi, gostou muito. Mas a presença nas mesas das pessoas da comunidade foi menor. O Najwan (Darwish, que também é consultor do Festival de Literatura da Palestina) falou comigo que a Flupp é um trabalho que começa hoje, é um investimento. Não começa com resultado. Talvez ele tenha razão — diz o curador.

Outro ponto negativo da Flupp foi a falta de conexão entre o autor homenageado, Lima Barreto, e as atividades do evento. Houve apenas uma mesa sobre sua obra, com a professora Beatriz Resende e a escritora Luciana Hidalgo. A exposição sobre sua trajetória, montada em uma das tendas, também foi modesta.

Sobre a escolha de Waly Salomão como homenageado da próxima edição, Marques foi só elogios e disse que ele tem a cara da festa.

— Salomão transitava entre o pop e o erudito. Tinha uma cultura vastíssima de poesia e literatura, mas mantinha uma coisa meio marota. É a cara da Flupp — resume Marques.

Para 2013, os organizadores também vão avaliar um dos problemas observados este ano: o pouco público nos eventos de quinta e sexta-feira, principalmente na parte da tarde. Uma possível reorganização dos dias de realização da Flupp ainda será discutida.

Extraído do sítio O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.