10 de novembro de 2012

"O FILHO ETERNO", DE CRISTÓVÃO TEZZA, VAI SER PUBLICADO EM CHINÊS EM 2013


"O Filho Eterno", de Cristóvão Tezza, vai ser publicado em chinês, em junho de 2013, anunciou hoje o escritor brasileiro, em declarações à agência Lusa em Macau.

Este será o primeiro romance do autor a ser traduzido para chinês. "É um acontecimento sensacional, uma coisa muito boa", até porque a China "é um mercado muito difícil para autores brasileiros, nos dois sentidos: A gente lê muito pouco autores chineses e a China conhece muito pouco da literatura brasileira traduzida", realçou.

Com "O Filho Eterno" (2007), que aborda a experiência de criar um filho com síndrome de Down, Tezza conquistou diversas distinções, como o Prémio Jabuti - um dos mais prestigiados das letras do Brasil - e o Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, ambos em 2008.

O primeiro capítulo da obra traduzida foi disponibilizado pela editora num encontro em Pequim, onde foi lido, em português e mandarim, contou o escritor.

Pequim figurou como a segunda etapa da sua viagem de estreia pela Ásia, a qual partiu de um convite da embaixada do Brasil no Japão, que promoveu uma jornada literária brasileira, numa ideia que logo se estendeu à China.

Para o Japão seguiram mais dois escritores brasileiros - Luiz Rufatto e Tatiana Salem Levy -, no entanto somente Cristóvão Tezza rumou à China, onde, entre outras atividades, proferiu palestras no Instituto Cervantes.

O escritor vai realizar uma palestra na Universidade de Macau na sexta-feira, a qual servirá de "prelúdio" à Semana da Cultura Brasileira, que arranca no dia 12.

"A Literatura Brasileira de Hoje" dá o mote à palestra: "A literatura tem uma história clássica que vai de Machado de Assis até meados de 1970 quando houve a implantação da ditadura militar no Brasil nos anos 1960 e que mudou uma série de aspetos da cultura brasileira, do mundo, houve uma revolução global de costumes, uma mudança de paradigma", sublinhou Cristóvão Tezza.

Ao mesmo tempo, continuou, "o Brasil também passou de um país iminentemente rural para um país substancialmente urbano como é hoje e isso foi um processo muito rápido e muito violento dos anos 1970 para a frente e isso, é claro, mudou alguns aspetos da nossa literatura, mudou um certo perfil". Depois, "a implantação do plano real em meados dos anos 1990 deu estabilidade, modernizou o país", que vivia há décadas "o inferno da inflação", sem conseguir planear nada, apontou.

Além da palestra, na sexta-feira, Cristóvão Tezza tem um encontro marcado na Livraria Portuguesa, onde será apresentado "O Filho Eterno", editado em Portugal pela Gradiva.

Depois desta obra, o escritor brasileiro publicou ainda o romance "Um Erro Emocional" e a coletânea de contos "Beatriz".

Há dois meses, lançou "O Espírito da Prosa", "autobiografia literária", talvez a última incursão pelo ensaio, disse, revelando que agora quer "descansar", apesar de ter em "estado latente" uma outra obra ainda sem data ou tema.

Nascido em Lages, Santa Catarina, em 1952, mas radicado em Curitiba desde a infância, Tezza publicou mais de uma dezena de livros.

Desde 2009, dedica-se a tempo inteiro à escrita, após ter deixado a Universidade Federal do Paraná, respondendo às "grandes chamadas para a vida literária".

Extraído do sítio ionline

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.