21 de novembro de 2012

PRÊMIO PARANÁ DE LITERATURA ANUNCIA OBRAS VENCEDORAS


A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) divulgou na quarta-feira (14) os títulos dos livros vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2012. Em sua primeira edição, o concurso da Secretaria da Cultura do Estado selecionou obras inéditas, de autores de todo o País, em três categorias que homenageiam figuras importantes da literatura paranaense.

O júri apontou Sergio Y vai à América, de Alexandre Vidal Porto (SP), como melhor romance (prêmio Manoel Carlos Karam). Papis et circensis, de José Roberto Torero (SP), venceu a categoria de contos (prêmio Newton Sampaio). E As maçãs de antes, de Lila Maia (RJ), foi o destaque entre as obras de poesia (prêmio Helena Kolody).

Cada autor receberá R$ 40 mil e terá sua obra publicada pela Biblioteca Pública, com tiragem de mil exemplares. A entrega oficial dos prêmios e o lançamento dos livros acontecem no dia 11 de dezembro, em evento a ser realizado na BPP.

"O Prêmio Paraná teve ótima repercussão em todo o País e chamou a atenção da cena literária. A prova são as quase 900 obras inscritas. Além disso, ter um autor como José Roberto Torero entre os vencedores é algo bastante significativo. A intenção de recolocar o Paraná no mapa dos grandes prêmios literários foi cumprida de maneira exemplar", afirma Rogério Pereira, diretor da Biblioteca e presidente da comissão julgadora.

Segundo Pereira, a meta agora é trabalhar para fortalecer ainda mais o concurso. "O Prêmio terá continuidade em 2013. Já é uma certeza, pois temos recursos garantidos. Serão investidos novamente R$ 200 mil".

O diretor da Biblioteca afirma que, por ora, serão mantidas as categorias de romance, conto e poesia. Mas estão em estudo alguns ajustes no regulamento, principalmente no que se refere ao ineditismo dos textos nos meios eletrônicos. "É algo que já estamos discutindo. Também estudamos a possibilidade de parceria com uma grande editora para que os livros tenham circulação comercial em todo o País. Com isso, a tiragem de mil exemplares seria, no mínimo, dobrada", diz Pereira.

COMISSÃO JULGADORA — As 878 obras concorrentes foram avaliadas por um júri formado por nove membros - três em cada categoria. José Castello, João Cezar de Castro Rocha e Luiz Ruffato foram os jurados da categoria romance. Marçal Aquino, Rodrigo Lacerda e Caetano Galindo escolheram o melhor livro de contos. Heloisa Buarque de Hollanda, Miguel Sanches Neto e Antonio Carlos Secchin analisaram as obras de poesia.

"Fiquei surpreso com o número de bons textos apresentados. E, igualmente, com a diversidade. Mininarrativas, realismo mágico, brutalismo, experimentalismo, realismo de fina cepa, humor. O Prêmio Paraná me provou que há muita variedade e qualidade esperando os leitores", afirma o tradutor e professor da UFPR Caetano Galindo.

O escritor Miguel Sanches Neto também destaca a versatilidade da produção. "Apareceram bons livros nas mais diversas modalidades, dos volumes de haicais à poesia filosófica, das formas tradicionais aos experimentalismos, da poesia lírica à política e ecológica. A seleção foi feita a partir do conjunto, da capacidade de o poeta construir um livro com unidade de linguagem e de voz", explica.

"A maior novidade do panorama das letras no Brasil não é, como se poderia pensar, o renascimento da vida literária. Pelo contrário, trata-se do surgimento da experiência literária no espaço público. São dois movimentos diferentes. O primeiro, a vida literária, supunha o círculo restrito de pessoas envolvidas profissionalmente com a literatura. O momento atual demanda a ampliação da experiência literária. Nesse sentido, a criação de um prêmio representa um estímulo muito importante", diz o crítico e professor da UERJ João Cezar de Castro Rocha.

Extraído do sítio O Diário

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