2 de dezembro de 2012

BRASIL POSSUI TRÊS NOVOS BENS PROTEGIDOS PELO IPHAN

A Ponte Pênsil Affonso Pena, em Goiá, a Ponte Eurico Gaspar Dutra, em Mato Grosso do Sul, e o Fandango Caiçara do litoral de São Paulo e do Paraná estão sob a proteção do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (IPHAN). Reunido no Edifício Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro – RJ, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, na última quinta-feira, dia 29 de novembro, sob a coordenação da presidenta do IPHAN, Jurema Machado, aprovou o tombamento dos dois monumentos e o registro da manifestação cultural.

Nos últimos três anos, Conselho Consultivo reconheceu como Patrimônio Cultural do Brasil 35 bens. Em 2012, também entraram para o rol de bens protegidos pelo IPHAN os Centros Históricos de Antonina – PR, de Manaus – AM, de Oeiras e Piracuruca, e o Conjunto da Estação Ferroviária de Teresina – PI, e o Ofício e os Modos de Fazer as Bonecas Karajá – GO/TO.

Ponte Pênsil Affonso Penna


Testemunho vivo da grande luta para a participação mais significativa do estado de Goiás à vida socioeconômica do Brasil em meados do século XIX, a ponte Pênsil Affonso Penna, com 240 metros, construída sobre o Rio Parnaíba, liga as cidades de Itumbiara, em Goiás, e Araporã, em Minas Gerais. Inaugurada em 27 de maio de 1912, a estrutura de ferro recebeu tabuado de madeira e se tornou rodoferroviária, incrementando a economia na região. A Ponte Pênsil Affonso Penna, além de seu significado como obra de engenharia e arquitetura representativa do início do século XX, significa a integração socioeconômica da região Centro-Oeste ao restante do país.

Ponte Ferroviária Eurico Gaspar Dutra


Muito mais do que a porta aberta para o escoamento dos produtos vindos da Bolívia para o Brasil, a Ponte Eurico Gaspar Dutra, no município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, é a conexão entre os séculos XIX e XX, sobre o Rio Paraguai. Com dois quilômetros de extensão e 112 metros de altura no vão central, a construção da ponte levou quase 10 anos (entre 1938 e 1947) e marcou a Arquitetura Moderna brasileira. Foi idealizada no início do século XX, como parte da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil do Brasil (FENOB) que, em 1912, tinha seu ponto final na cidade de Porto Esperança e precisava chegar à outra margem do Rio Paraguai, para garantir a ligação com a cidade de Corumbá e, consequentemente, com a Bolívia.

Fandango Caiçarado litoral de São Paulo e do Paraná


Trabalho e divertimento, música e dança, saberes e fazeres. Essas são algumas das características marcantes do Fandango Caiçara, uma expressão musical-coreográfica-poética e festiva encontrada, principalmente, nos municípios de Iguape e Cananéia, em São Paulo, e Guaraqueçaba, Paranaguá e Morretes, no Paraná, estendendo-se a pequenos trechos dos municípios de Paruíbe e Ilha Comprida, também em São Paulo. O fandango é um elemento fundamental para a construção e afirmação da identidade cultural das comunidades caiçaras, que fortalece a articulação, resistência da identidade, e manutenção de suas práticas culturais. Os bailes são acompanhados de mesas fartas e são momentos onde a comunidade atualiza as notícias e reforça as relações de parentesco, a convivência entre tocadores, dançadores, preservando a memória e a prática das diferentes músicas e danças, e a continuidade do conhecimento musical em torno do fandango e sua evolução.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Bens reconhecidos pelo Conselho Consultivo nos anos de 2010 a 2012
  • Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis - GO
  • Vila Serra do Navio - AP
  • Lugares Sagrados dos Povos Indígenas do Alto Xingu - MT
  • Bens da Imigração Japonesa - SP
  • Teatro Oficina - SP
  • Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões - AM
  • Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro - AM
  • Ritual Yaokwa do Povo Indígena Enawene Nawe - MT
  • Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial – Rio de Janeiro - RJ
  • Centro Histórico de São Félix - BA
  • Conjunto arquitetônico e paisagístico de Santa Tereza - RS
  • Patrimônio Naval, como embarcações típicas- MA/BA/SE/RS
  • Acervo do Museu do Mar, em São Francisco do Sul - SC
  • Igreja Positivista do Rio de Janeiro - RJ
  • Centro histórico de Natal, Rio Grande do Norte
  • Centro histórico de São Luiz do Paraitinga - SP
  • Conjunto histórico de Paracatu - MG
  • Ampliação de tombamento do conjunto urbanístico e paisagístico de Cáceres- MT
  • Festa de Sant’Ana de Caicó - RN
  • Extensão de tombamento do conjunto arquitetônico e urbanístico da Serra da Piedade - MG
  • Acervo do Museu do Trem, Rio de Janeiro – RJ
  • Centro histórico de Belém - PA
  • Conjunto histórico e paisagístico de Jaguarão - RS
  • Ponte Bi Nacional Mauá – Jaguarão - RS
  • Roteiros Nacionais de Imigração em Santa Catarina - SC
  • Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão - MA
  • Centro Histórico de Antonina – PR
  • Ofício e dos Modos de Fazer as Bonecas Karajá – GO/TO
  • Centro Histórico de Manaus – AM
  • Centro Histórico de Oeiras – PI
  • Centro Histórico de Piracuruca – PI
  • Conjunto da Estação Ferroviária de Teresina – PI
  • Ponte Pênsil Affonso Penna – GO
  • Ponte Eurico Gaspar Dutra – MS
  • Fandango Caiçara do litoral de São Paulo e do Paraná – SP/PR
Conselho Consultivo aprova tombamento da Ponte Eurico Gaspar Dutra, em Corumbá - MS

Construída em concreto, a ponte é um marco na Arquitetura Moderna brasileira, abrindo caminhos para a integração comercial com a Bolívia

Muito mais do que a porta aberta para o escoamento dos produtos vindos da Bolívia para o Brasil, a Ponte Eurico Gaspar Dutra, no município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, é a conexão os séculos XIX e XX, sobre do Rio Paraguai. A conhecida ponte Quase Internacional é, agora, um bem protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A proposta de tombamento foi aprovada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido no último dia 29 de novembro, no edifício Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.

Assim como toda a história da construção da ponte Eurico Gaspar Dutra, os números relacionados a ela também são impressionantes para uma obra do início do século XX, executada em uma região de difícil acesso. São 2 mil metros de comprimento, 112 metros de altura no vão central, até 10 metros de largura e 2,1 mil operários que, em quase 10 anos de trabalho, manipularam 25,1 mil metros cúbicos de concreto armado, com 2,6 toneladas de aço e cerca de 27 quilômetros de estacas variadas. Além do arco central, a superestrutura possui outros quatro com 90 metros de altura, um viaduto na margem esquerda, em Porto Esperança, com 971,5 metros de extensão, formado por 25 arcos menores. Na outra margem, um outro viaduto de 53,2 metros é formado por mais dois arcos com 26 metros de vão. Ao todo, são 46 pilares sendo que seis deles foram firmados no leito do Rio Paraguai, a uma profundidade de sete metros.

A ponte, que marcou a Arquitetura Moderna brasileira, foi idealizada no início do século XX, como parte da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil do Brasil (FENOB) que, em 1912, tinha seu ponto final em Porto Esperança e precisava chegar à outra margem do Rio Paraguai, para garantir a ligação com a cidade de Corumbá e, consequentemente, com a Bolívia. Após sucessivas alterações de traçado, a antiga ponte Barão do Rio Branco começou a ser construída em 1º de outubro de 1938 e só ficou pronta nove anos depois. A inauguração foi em 21 de setembro 1947, quando a ponte recebeu o nome do então presidente, recentemente empossado após o fim do Estado Novo, Eurico Gaspar Dutra.

Extraído do sítio Jornal Dia Dia

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