5 de dezembro de 2012

INFARTO DO MIOCÁRDIO - Edson Ananias Júnior

Fonte: http://www.coracaoalerta.com.br/o-que-e-infarto-do-miocardio/
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo. Entre elas, é possível afirmar, que uma de suas facetas é o infarto agudo do miocárdio (IAM), o qual possui grande incidência no mundo ocidental. De forma resumida, o IAM é compreendido como a necrose(morte) de parte do músculo cardíaco em decorrência da nutrição inadequada desse tecido. Nesse tipo de situação, a obstrução da circulação coronariana, é quem determina esse quadro. É preciso salientar ainda que essa situação se relaciona com alguns fatores predisponentes a saber: tabagismo, fatores hereditários, diabetes melito, dislipidemia (alteração do colesterol) e envelhecimento. Desse modo, cuidados com a saúde e mudanças de hábito podem ajudar a prevenir essa morbidade.

O IAM pode ocorrer de forma súbita, sem nenhum sintoma anterior, ou antecedido de algumas manifestações como fadigas e desconfortos toráxicos. A dor no infarto agudo do miocárdio é de grande intensidade com localização retroesternal, podendo haver irradiação para o braço esquerdo, mandíbula, pescoço e dentes. Além disso, é necessário diferenciar o IAM de outras doenças para assim iniciar o tratamento que é dividido em pré hospitalar e hospitalar.

Epidemiologia

Segundo o ranking divigulgado pela organização mundial de saúde (OMS) no ano de 2011, a doença isquemica do coração (categoria que engloba o IAM) é a quarta principal causa de morte em países com baixa renda. Esse mesmo levantamento mostrou que em países de renda média e alta essa afecção ganha mais destaque sendo assim a principal causa de morte. Além disso, quando o fator renda é desconsiderado essa se torna a principal causa de morte em números absolutos. Diante disso, é preciso salientar, entretanto, que embora o IAM esteja entre as principais patologias relacionadas às doenças isquemicas do coração, esse dois conceitos não são exatamente equivalentes, uma vez que existem outras doenças que provocam isquemia cardiovascular.

Além disso, segundo os dados do DATASUS, em 2003 no Brasil o IAM foi responsável por mais de 25 % das mortes (oitenta e três mil). Esse número ainda, se for considerado o período de 1998 a 2003 mostra que houve um aumento de 10% em termos de números absolutos, já que em 1998 ocorreu setenta e seis mil mortes por IAM. Todos esses números somados ajudam a explicar altos gastos em saúde pública com essa patologia.

Sinais e Sintomas Típicos

Em casos de infarto agudo do miocárdio a dor traz informações clínicas importantes que podem auxiliar no diagnóstico, uma vez que suas características possuem um padrão mais ou menos estabelecido. No IAM, normalmente, a dor tem localização esternal com irradiação para membro superior esquerdo, mandíbula, pescoço ou dentes. A dor, ainda, é de grande intensidade sendo descrita como uma sensação de aperto, ou em algumas ocasiões em queimação. A posição da dor, entretanto, pode ocorrer em região epigástrica, ou seja, na parte superior do abdome. Os sinais vitais e o aspecto geral do paciente são outras manifestações que podem de alguma forma indicar a ocorrência do IAM . Em graus variáveis, sudorese excessiva, palidez e inquietação são recorrentes, bem como alguma alteração na frequência cardíaca e pressão arterial.

No eletrocardiograma (ECG), pode ainda, haver alterações que indicam o IAM. Contudo, nem sempre o ECG estará alterado. Certas macromoléculas, como a isoenzima MB da CK e troponina, são também indicadores de IAM 

Diagnóstico Presuntivo e o Diferencial

Diante do quadro clínico típico e de alteração do ECG ou na concentração plasmáticas das macromoléculas o diagnóstico presuntivo deve ser feito, para auxiliar nesse processo o histórico de fatores de risco associados ao infarto deve ser avaliado. As características clínicas do IAM, entretanto devem ser diferenciadas de outras patologias como a angina de início recente, dissecção da aorta ou mesmo de dores musculares.

Tratamento

O tratamento do IAM varia de acordo com a evolução cronológica do quadro clínico, sendo então dividido a grosso modo em pré hospitalar e hospitalar.

A fase pré hospitalar normalmente é compatível com o início do IAM, onde é necessário a estabilização da fibrilação ventricular (batimento anormal do coração) por meio de desfibriladores. Nessa etapa é preciso também que se promoca terapia contra as dores, além da manutenção do débito cardíaco, pressão arterial e suporte de oxigenio.

Dentro do ambiente hospitalar existe mais recursos, dessa forma nessa fase é feita medicação com o intuíto de evitar que a região de tecido necrosado aumente, além de criar métodos através do qual o coração volte a receber nutriente seja por meio de desobstrução da circulação, ou pela criação de outras vias.


A irrigação arterial do músculo cardíaco ocorre por através das artérias coronárias e seus ramos, de tal forma que existem dois troncos principais que derivam diretamente da aorta: a artéria coronária esquerda e a artéria coronária direita. A primeira dá origem ao ramo circunflexo e a artéria descendente anterior as quais nutrem boa parte do ventrículo esquerdo incluindo sua face anterior, ápice, parede lateral e uma parte da parede posterior, além do septo interventricular. A outra é responsável pela irrigação do ventrículo direito e também dá origem em 90% dos casos a artéria descendente posterior.


O infarto agudo do miocárdio procede quando existe a oclusão de alguma artéria coronária, de tal forma que certa região do músculo cardíaco fique sem nutrição adequada. A origem da obstrução, normalmente, provém de um ateroma (placa de lipídio e tecido fibroso) formado no sistema vascular. Essa placa pode ,então, impedir a passagem de sangue pelos vasos.

O desenvolvimento de circulação colateral, entretanto, pode criar vias alternativas para que o sangue possa fluir, de tal forma que ajude na prevenção da ocorrência desse tipo de episódio.


É sabido, nos dias atuais, que existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento de ateromas. Um deles é o tabagismo, hábito com certa frequência nos mundo contemporâneo. Além disso, hipertensão arterial, diabetes melito e colesterol alterado, bem como fatores hereditários e envelhecimento também fazem parte dessa lista. 

Mudanças de hábitos e cuidado com a saúde


Diante do conhecimento dos fatores de risco, é possível se presumir que algumas mudanças no cotidiano dos indivíduos podem ser de grande valia na prevenção de IAM. Com exceção do envelhecimento, ao qual todo ser humano está sujeito, bem como dos fatores hereditários, todos os outros itens listados são passíveis de algum tipo de intervenção.

A prática de atividade física pode ajudar no desenvolvimento de circulação colateral, bem como auxiliar no tratamento de diabetes melito, uma vez que simula o efeito da insulina, aumentando a permeabilidade dos músculos à glicose. Além disso, pode ser considerado um tratamento não farmacológico para hipertensão.

Existe , ainda, a possibilidade do tratamento farmacológico de controle para hipertensão, diabetes e colesterol. Além do abandono do tabagismo.

Extraído do sítio Infomédica

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