1 de dezembro de 2012

MUSEUS LOCAIS É TEMA DE LIVRO - Victor Affonso

Imagem historica do Palacete Pronvicial na sua inauguração, localizado no centro de Manaus. Foto: divulgação

O livro “Museus do Amazonas”, primeira obra da cientista social e mestra em sociologia Rila Arruda, em parceria com Maralina Pinto, será lançado nesta sexta-feira (30) às 19h no Museu Amazônico como um marco: será a primeira publicação a abordar e, de certa forma catalogar, todos os museus do Amazonas desde a inauguração do primeiro espaço deste estilo, ainda no século 19, até os dias atuais.

De acordo com a escritora – que garante que o seu levantamento pode ser considerado mais eficaz que o do cadastro nacional do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) -, o Estado ainda carece de museus e de uma maior atenção a esses locais.

O livro surgiu de apenas uma parte de sua dissertação de mestrado, um capítulo intitulado “Política cultural e museus no Amazonas (1997-2010)”, onde aborda os museus pertencentes ao governo estadual, foco principal de sua obra. A publicação passou no edital da Fapeam, que bancará a impressão de 900 cópias. “Um dos principais objetivos é fazer um panorama histórico e ao mesmo tempo atual desses museus”, afirma Rila, revelando que no Amazonas, atualmente, existem 31 museus, sendo 27 deles na capital.

“Museus do Amazonas” está divido em três capítulos. O primeiro faz uma breve história desde a construção do primeiro museu do Estado, o Museu Botânico do Amazonas (1883-1890) até a criação do Ibram, hoje vinculado ao Ministério da Cultura (MinC). Na segunda parte, é mostrada uma descrição histórica dos primeiros museus do Amazonas, o Museu Botânico do AM e o Museu Amazonense. Já o terceiro capítulo é uma análise da política museal do Estado, a partir de 1997, e seus museus: Museu de Numismática, Pinacoteca, Misam, Museu Tiradentes, Ecomuseu do Seringal, Museu de Arqueologia, Museu Casa Eduardo Ribeiro e Museu do Homem do Norte. Há, ainda, uma lista de todos os museus públicos e privados de Manaus.

“Há uma certa escassez de fontes”, admite Rila, contando que utilizou como fontes primárias leis, decretos, folders, painéis de museus, documentos históricos, mensagens de governadores e dados cedidos pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). “Como fontes secundárias utilizei algumas poucas referências sobre os locais, bem como monografias de uma especialização que teve na Ufam (Universidade Federal do Amazonas) em museologia, e um livro do Robério (Braga, titular da SEC) sobre o Palacete Provincial. Sobre o Museu Botânico há mais referências, porém descobri informações novas que não há em nenhuma publicação que já li sobre o assunto. Tudo está no livro”, acrescenta a escritora.

Para Rila, o Amazonas ainda carece de mais espaços desse tipo. “Não temos um museu de arte moderna ou contemporânea, tem apenas a Pinacoteca, mas não cumpre todo esse papel. Não temos um grande museu etnográfico, não temos um museu naval (o Museu do Porto está fechado há muito tempo), não há museu que abrigue exposições itinerantes que rodam o mundo etc”, acredita, culpando ainda os problemas na forma de exposições de museus privados de Manaus e a falta de guias impressos e publicações que tratem deste assunto.

Extraído do sítio Em Tempo

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