5 de janeiro de 2013

UM DICIONÁRIO DEDICADO A LUÍS DE CAMÕES


O Dicionário de Luís de Camões tem coordenação e supervisão do professor catedrático da Universidade do Minho, Vitor Manuel Aguiar e Silva, e envolveu “mais de meia centena de ensaístas e investigadores numa obra comum, escrevendo mais de 200 artigos”.

A publicação é o primeiro dicionário dedicado à vida e obra do maior poeta português, que viveu entre 1524 e 1580. A obra, de mil páginas, contou com 69 colaboradores de vários países, reunidos em cinco anos de pesquisa.

O Dicionário proporciona ao leitor uma informação abundante, rigorosa e atualizada sobre a biografia e a obra lírica, épica, dramatúrgica e epistolar de Camões, a contextualização histórico-literária, os problemas filológicos e a influência e crítica camonianas nos diversos períodos da literatura portuguesa, a recepção de Camões nas principais literaturas mundiais, como a espanhola, a brasileira, a italiana ou a norte-americana, e os movimentos culturais e filosóficos da Europa nos séculos XV e XVI.

Lançada pela Editorial Caminho, a obra foi elogiada por especialistas da crítica literária de Portugal, como Dóris Graça-Dias, e também pela escritora e ex-ministra da Educação da República Portuguesa, Isabel Alçada. “Quando mergulhamos na obra de Camões e conseguimos apreciá-la, nunca mais nos esquecemos que pertencemos a um povo que tem este grande autor”, declarou a ex-ministra.

Dicionário recebe Prémio Jacinto do Prado Coelho

Vítor Aguiar e Silva é professor catedrático da Universidade do Minho e membro da Academia de Ciências de Lisboa.

As “metodologias académicas documentais e textuais rigorosas” valeram ao Dicionário de Luís de Camões o Prémio Jacinto do Prado Coelho, anunciado no dia 15 de dezembro último pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários (APCL).

Em comunicado enviado à Agência Lusa, o presidente da APCL declarou que o prémio distingue “uma obra coletiva, com mais de 200 artigos, a maioria dos quais operando o ponto de situação hermenêutico de múltiplos aspetos da vida e obra do nosso poeta maior”.

Outra das razões apontadas pelo júri é de o dicionário ser “uma obra ímpar de geração, atualizando a informação e a interpretação superveniente dos últimos decénios e registando os últimos resultados da investigação camonística”, afirma Liberto Cruz.

Para o júri da APCL, constituído por Rosa Maria Martelo, Miguel Real e Liberto Cruz a obra presta “análises plurais, espelhando assim a existência concreta plural de Luís de Camões”.

“O Dicionário resgata o poeta e a sua obra de envolvimentos históricos e ideológicos a que têm estado sujeitos desde o século XIX, utilizando metodologias académicas documentais e textuais rigorosas”, atestou o júri.

O prémio, no valor de 5.000 euros, é patrocinado pela Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Os autores anunciaram a entrega do valor do prémio a uma instituição de solidariedade social de reconhecida credibilidade. 

Extraído do sítio Ventos da Lusofonia

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