28 de fevereiro de 2013

BIÓGRAFO DE CLARICE LISPECTOR VAI ESCREVER SOBRE A VIDA DE SUSAN SONTAG

O escritor Benjamin Moser, 36, que já escreveu sobre a vida de Clarice Lispector (1920 - 1977), foi confirmado como autor de uma biografia autorizada da escritora Susan Sontag, famosa romancista norte-americana morta em 2004, aos 71 anos.

O escritor Benjamin Moser, autor da biografia de Clarice Lispector, se prepara para mergulhar na vida de Susan Sontag. Leticia Moreira/Folhapress

O filho de Sontag, o também escritor David Rieff, e o agente literário Andrew Wylie fizeram questão que Moser fosse o autor da biografia de Sontag.

O livro que escreveu sobre Clarice Lispector, "Why This World", foi finalista do National Book Critics Circle Award, em 2009.

Por e-mail ao "New York Times", Benjamin Moser, que mora na Holanda, disse que o livro deve levar entre três e quatro anos para ficar pronto.

"Quando comecei a ler tudo que Sontag já publicou, me dei conta que da quantidade de coisas que escreveu e fez", disse.

"É difícil imaginar uma outra escritora que tenha vivido tão intensamente."

Extraído dos sítio Folha de S. Paulo 

FEIRA DO LIVRO DE JOINVILLE ABRE ESPAÇO PARA A PRODUÇÃO CULTURAL


Boa notícia para escritores, artistas e produtores culturais interessados em participar da 10ª Feira do Livro de Joinville

A organização do evento, que ocorre de 3 a 14 de abril, no Complexo do Centreventos Cau Hansen, está recebendo propostas para lançamento de livros, de performances e atividades em geral que possam agregar à programação nos espaços previstos para a feira.

Conforme Sueli Brandão, do Instituto Joinville de Cultura e Educação, a ideia é dar oportunidade para os criativos da região em todas as manifestações e gêneros, contribuindo desta forma para o brilhantismo do evento.

Propostas devem ser enviadas para o e-mail feiradolivro@institutofeiradolivro.com.br até o dia 1º de março, para serem avaliadas e, se identificando com o perfil do evento, incluídas na programação geral conforme disponibilidade de data, horário e espaço. A organização informa que não haverá pagamento de cachê ou qualquer ajuda de custo para os interessados. 

Informações pelos telefones (47) 3422-1133 e 9972-2204, com a presidente do Instituto e idealizadora da Feira do Livro Sueli Brandão.

A Feira do Livro de Joinville é uma realização do Instituto da Cultura, Educação, Esporte e Turismo, com apoio do SESC, Prefeitura Municipal, Fundação Turística, Secretaria de Educação, Fundação Cultural, Associação Nacional de Livrarias, AN Escola, Univille e Proler.

Extraído do sítio ADJORI-SC

A BENÇÃO DA TECNOLOGIA - Mauro de Bias

Biblioteca do Vaticano disponibiliza na internet 256 dos seus 80 mil manuscritos. Em parceria com a universidade de Oxford, o processo de digitalização do acervo vai levar mais de dez anos para ser concluído.

Manuscritos mais frágeis terão prioridade na digitalização

Fechados pelo enorme aparato de segurança do Vaticano e guardados com extremo rigor no cuidado com temperatura e umidade do ar, mais de 80 mil manuscritos passam por um processo de digitalização na Biblioteca Apostólica Vaticana. As primeiras 256 obras jão estão disponíveis no site da instituição e, entre elas, há preciosidades como 'Variae epistolae', do ano 537, de autoria do monge calabrês Cassiodorus Senator.

O esforço para digitalizar todos os manuscritos da biblioteca é lento, custoso e delicado, conforme explicitou o monsenhor Cesare Pasini, prefeito da institutição. Todas as obras disponíveis agora e no futuro podem ser consultadas gratuitamente.

O procedimento é feito com tecnologia chamada Fits (Flexible Image Transport System), desenvolvida pela Nasa - a agência espacial dos Estados Unidos. Para esta primeira fase da digitalização, a Biblioteca Vaticana recebeu 2,5 milhões de euros da fundação londrina Polonsky. A biblioteca Bodleian, da Universidade de Oxford, também terá manuscritos digitalizados. Estima-se que 1,5 milhão de páginas sejam fotografadas, sendo dois terços correspondentes às coleções do Vaticano.

O prefeito da Biblioteca Vaticana conta que há uma prioridade. Escritos hebreus, gregos e incunábulos (obras impressas com tecnologia ainda incipiente) do século XV foram os escolhidos para virem à público primeiro, devido à importância histórica. “As obras são de vários períodos históricos, vão da Idade Média ao século XV. Decidimos por digitalizar antes os manuscritos mais delicados e antigos”, explica Pasini.

Tudo é feito com doações e apoio de outras instituições, como a EMC Corporation, que oferece o suporte técnico. “Eles nos deram máquinas para digitalização, conservação e também apoio financeiro”, conta Pasini. A Biblioteca Vaticana mantém ainda outro projeto de digitalização em andamento, em parceria com a Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Com ele haverá a reconstituição digital da antiga Biblioteca Palatina, a qual chegou a ser considerada tesouro da Alemanha no século XVI, cujo acervo se encontra, na maioria, em Roma.

“Esses bens dizem respeito à Humanidade. Tem cultura clássica, humanística, pré-colombiana, asiática, chinesa, japonesa. São livros que podem interessar a todas as pessoas curiosas do mundo”, enumera o dirigente da biblioteca. “As pessoas vão poder ler e ver as imagens; isso se torna um serviço de conhecimento e liberdade”, completa.

Muitos anos pela frente

Manuscritos disponíveis são de períodos da Idade Média até o século XV

O trabalho, porém, será longo. No ano passado, quando o projeto foi anunciado, a expectativa era de completá-lo em até cinco anos. Mas a escassez de recursos pode atrasar - e muito - o processo. “As dificuldades financeiras destes anos tornaram difícil encontrar colaboradores. Portanto, o projeto deve levar mais de dez anos para ser concluído”, avalia Pasini. A biblioteca agora está procurando instituições que possam ajudar a financiar o projeto, já que o dinheiro disponível só deve assegurar mais três anos de trabalho.

O professor de paleografia João Franklin Leal, avalia a digitalização dos manuscritos com empolgação. “A gente aplaude, porque é realmente uma coisa estupenda. Não é só maravilhosa, é estupenda”, diz. Para o historiador, que já visitou a Biblioteca Vaticana, ter os manuscritos online gratuitamente é uma forma de democratizar o conhecimento.

“Agora não vai ser mais preciso pegar avião, se hospedar em hotel, passar pela burocracia do acesso. Isso tudo leva tempo. Para consultar um livro é preciso esperar uma semana. Imagina o preço que fica”, comenta. “Com tudo digitalizado e na internet, o acesso é em casa”, destaca Leal.

Há, porém, uma única desvantagem da iniciativa, segundo Leal: “Só é uma pena que as pessoas vão perder a oportunidade de visualizar a beleza da própria estrutura física da biblioteca e dos exemplares. Uma coisa é ter digitalizado. É bonito, é fantástico, a informação está ali. Mas outra coisa é sentir o produto na sua frente, tocar nele. Isto não dá para substituir”, suspira.

Extraído do sítio Revista de História

OBESIDADE, UM PROBLEMA FEDERAL - Aracy P.S. Balbani


A Organização Mundial de Saúde calcula que 2,8 milhões de pessoas morram a cada ano em consequência da obesidade, tornando esta epidemia a mais grave do início do século 21. No Brasil, os números do problema engordam cada vez mais. O país tem pelo menos 70 milhões de cidadãos acima do peso, dos quais 18 milhões são obesos. Cerca de 34% das crianças de cinco a nove anos e 21,7% das crianças e adolescentes de 10 a 19 anos pesam mais do que deveriam. A epidemia de obesidade na adolescência fez com que se reduzisse o limite de idade para realizar cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos. 

Sabe-se que 80% das pessoas obesas na infância continuarão a padecer desse mal na idade adulta, com maior risco de sofrerem lesões dolorosas nos joelhos e no quadril, hipertensão arterial, diabetes tipo 2, sintomas digestivos, apneia obstrutiva do sono, obstrução das artérias pelo colesterol elevado e também o preconceito social. 

Pesquisas comprovam que fatores genéticos contribuem muito para a ocorrência da obesidade, assim como a existência de determinado tipo de bactéria no intestino, o hipotireoidismo, a vida sedentária e a mudança de hábitos alimentares, com maior consumo de lanches e alimentos industrializados.

O sedentarismo e a alimentação inadequada se disseminaram pelas áreas urbanas e rurais em todo o território nacional. Os deslocamentos de moto ou carro substituíram as caminhadas e o uso da bicicleta. Mesmo nas áreas ribeirinhas da Amazônia diminuiu o consumo de peixe e aumentou a ingestão de iogurtes, biscoitos recheados e outras guloseimas altamente calóricas.

Um brasileiro consome 51 kg de açúcar por ano. Apenas 1/3 dos alunos do ensino fundamental das escolas particulares comem hortaliças e frutas cinco vezes ou mais por semana. Crianças e adolescentes de todas as classes sociais ingerem grandes quantidades de refrigerantes, salgadinhos, biscoitos e chocolates, passam mais tempo em frente ao computador ou à TV e praticam menos atividades físicas. 

Combater a fome e a desnutrição sempre foi um desafio no Brasil. Agora há outra questão: controlar a epidemia de obesidade e seus efeitos na vida das pessoas e no sistema de saúde. As filas para cirurgia bariátrica no SUS cresceram tanto que vários pacientes, após três anos de espera, têm movido ações judiciais para tentarem obter uma vaga em hospital público. Crianças gordinhas aumentam a demanda por consultas para tratar a hipertensão arterial e o colesterol alto. Não há serviços públicos de polissonografia que consigam suprir a necessidade de exames para diagnóstico de apneia do sono em obesos. Isso levou o Ministério da Saúde a implementar um programa contemplando a obesidade no âmbito do controle das doenças crônicas não transmissíveis.

Há uma distância entre as recomendações dos médicos e nutricionistas - muitos dos quais estão acima do peso - para emagrecer com saúde e o que os pacientes colocam em prática. Falar é fácil, mas mudar o estilo de vida para emagrecer de forma saudável e manter o peso é difícil. Enquanto o Ministério da Saúde e as entidades médicas discutem a proibição da comercialização de anfetaminas, revistas semanais batem recordes de venda com matérias de capa sobre dietas e remédios para “derreter” a gordura corporal. É urgente que o governo tome iniciativas para combater a obesidade. Corremos o risco de ficarmos conhecidos como Brasil, um país de gordos. 

A autora, Aracy P. S. Balbani, é médica otorrinolaringologista, colaboradora do JC.

Extraído do sítio Revista Bicicleta

27 de fevereiro de 2013

LANÇADA NA FRANÇA ANTOLOGIA BILINGUE DE POESIA BRASILEIRA


Lançada na França a maior antologia bilingue de poesia brasileira, em obra coordenada por Max de Carvalho.

O poeta e tradutor franco-brasileiro Max de Carvalho acaba de lançar a primeira grande antologia bilíngue da poesia brasileira publicada na França. São mais de 130 autores, de Anchieta a Drummond, dos cantos de amor indígena aos concretistas, que vão do século XVI ao século XX.

Em mais de 1.500 páginas, Max de Carvalho traça um panorama de quatro séculos de criação poética, do Barroco, de Gregório de Matos (1636-1695), ao Modernismo, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Um trabalho de pesquisa de cinco anos, que trouxe descobertas que surpreenderam o próprio autor.

“Bem, foram cinco anos de trabalho. No início eu pensei que seria uma coisa, digamos, mais leve, com os poetas, talvez, mais lidos, mais famosos, talvez mais acessíveis, no certo modo de se dizer as coisas. Mas aos poucos eu fui descobrindo coisas realmente muito bonitas, belíssimas. E eu achei que eu tinha que dar o maior valor possível a essas coisas antigas, e também modernas, mas menos conhecidas do que os nossos principais poetas.”

Max de Carvalho, 52, é crítico literário de poesia radicado na França e nascido no Rio de Janeiro. Sua obra contou com a colaboração de Magali Carvalho e de Françoise Beauchamp e com a ajuda dos tradutores Ariane Wikowski, Isabel Meyrelles, Inês Oseki-Dépré, Michel Riaudel e Patrick Quillier.

O trabalho mostra um panorama da poesia no Brasil que atravessa cinco séculos, trazendo mais de 130 poetas em cerca de 1.500 páginas, de José de Anchieta (1534-1597) e Gregório de Matos, passando por Augusto dos Anjos (1884-1914), Manuel Bandeira (1886-1968) e Carlos Drummond de Andrade, até Ferreira Gullar (1930- ) e Hilda Hilst (1930-2004).

Da esq. para a dir.: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes Campos reunidos em foto de 1966; livro traz obras poéticas de mais de 130 autores brasileiros.

O autor aprecia a riqueza de linguagem trabalhada na poesia brasileira, porém, questiona-se sobre o público limitado que tem no exterior as obras feitas no Brasil. Além disso, declara que procurou mostrar a diversidade da poesia do país ao longo do tempo e que enfrentou desafios próprios da tradução para outra língua de uma seleção poética tão variada de estilos.

“Então, eu acho que é um pouco um espelho que eu quero apresentar. Nessa poesia mais antiga do Brasil, tem muitas ambiguidades semânticas. Às vezes eu fiquei realmente sem saber como superar a dificuldade. Finalmente, com o passar do tempo e deixando passar um mês ou dois, voltando para enfrentar novamente a dificuldade de traduzir, eu cheguei lá onde eu queria. Eu acho que consegui.”

A obra abre uma discussão sobre o início da poesia brasileira feita por autoras. A obra deixa um espaço em branco em homenagem à que teria sido a primeira poetisa brasileira: Rita Joana de Souza, que viveu em Olinda entre 1696 e 1718. Citada nos primeiros textos críticos literários sobre a poesia no Brasil, infelizmente não restou para os dias de hoje um único verso de sua obra. 

Clique aqui para ouvir a entrevista de Max de Carvalho a Taíssa Stivanin, em reportagem da RFI – Rádio França Internacional.

* Extraído da RFI (França) e da Agência Estado (Brasil).

Extraído do sítio Ventos da Lusofonia

LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA NA EUROPA: TEMA EM DEBATE - Camila Gonzatto


Pesquisadores de diversos países reúnem-se em dois encontros, em Berlim e Paris, para discutir sobre espaços, traduções e intermediações culturais envolvendo a literatura brasileira. Presença do Brasil na próxima Feira do Livro de Frankfurt, na condição de país convidado, reforça relevância da produção literária brasileira no cenário internacional.

A literatura brasileira contemporânea, assim como as artes visuais e as demais práticas culturais, é de difícil sistematização. O aumento do número de escritores, temáticas e a facilidade crescente da circulação de textos – seja por meio impresso ou digital – criam um panorama amplo e múltiplo. Mas dentro dessa heterogeneidade, seria possível encontrarmos alguns traços em comum?


De acordo com a professora da Universidade de Brasília (UNB), Regina Dalcastagnè, ao lado de um conjunto majoritário de obras que se mantêm presas à ambientação e às preocupações mais tradicionais da narrativa no país – assuntos da esfera privada, envolvendo personagens de classe média, brancas e frequentemente intelectualizadas –, há um foco renovado nas periferias e na marginalidade, reforçado pela visibilidade que o cinema nacional tem dado a essas questões. “Existe um terreno comum, entretanto, sobre o qual todos (ou praticamente todos) se movem: o realismo”, afirma.

É justamente a pluralidade que chama a atenção dos leitores e dos pesquisadores. Até há alguns anos, a literatura brasileira atual não era tão estudada nas universidades – nem nas brasileiras, nem no exterior. Mas o interesse crescente dos alunos e professores vem mudando esse cenário. “É uma literatura que interessa porque, ao lado de outras representações contemporâneas, nos ajuda a ver o mundo que nos cerca”, diz Dalcastagnè. “Também acho importante o diálogo que acabamos estabelecendo com os autores que estão produzindo neste momento”, complementa.

Processo de internacionalização

No mês de março, Berlim e Paris serão sede de debates em torno da literatura produzida atualmente no Brasil, durante o Colóquio Internacional Espaços, traduções e intermediações culturais. Trata-se do segundo encontro europeu deste gênero. O primeiro foi realizado na Universidade da Sorbonne, em Paris, em janeiro de 2012, resultado da cooperação entre o Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília e o Grupo de Estudos Lusófonos do Centro de Pesquisas Interdisciplinares sobre o Mundo Ibérico Contemporâneo da Universidade de Paris-Sorbonne.

De acordo com o professor desta universidade, José Leonardo Tonus, a ideia dos encontros é responder, academicamente, ao processo de internacionalização da literatura brasileira contemporânea, ainda pouco traduzida na Europa. As feiras internacionais têm um papel importante no aumento do interesse pela literatura produzida no Brasil – como será o caso da Feira de Frankfurt de 2013, em que o Brasil é o país convidado. Além das feiras, outras ações contribuem para essa expansão: “os cursos de Letras, que (ainda) continuam a formar leitores; a atual política de apoio à tradução da Biblioteca Nacional; os prêmios literários internacionais; a presença dos escritores brasileiros em eventos internacionais e, finalmente, o trabalho da comunidade de brasileiros expatriados, que com suas associações, centros de lazer, coletivos, fanzines, jornais e blogs dão visibilidade à nossa literatura no exterior”, ilustra Tonus, criador e responsável pelo blog Estudos Lusófonos, que há quase dois anos é atualizado sistematicamente e já conta com mais de 63 mil visitas.

“Brasilianismo à brasileira” e sua “vertente estrangeira”


Os encontros também buscam reunir os grupos de pesquisas locais em torno de preocupações epistemológicas comuns e confrontar perspectivas teóricas e metodológicas diversas. “Se há uma diferença entre um ‘brasilianismo à brasileira’ e sua vertente ‘estrangeira’, ela se situa na escolha de certas temáticas e do campo metodológico. Na França, por exemplo, não podemos negar o peso do estruturalismo e da antropologia cultural no conjunto dos estudos literários. Isto explica o interesse dos estudiosos por questões de ordem narratológica, ou ligadas ao gênero, à imagologia ou às experiências da alteridade”, esclarece Tonus.

Entre as novidades recentes, está a aproximação da instituição francesa com o centro de pesquisas sobre o Brasil do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Livre de Berlim. “Em geral, nos institutos onde se ensina literatura latino-americana, fala-se muito mais sobre os desenvolvimentos na literatura atual hispânica da América Latina e menos sobre a literatura atual brasileira, que é ainda bastante pouco conhecida. Com a perspectiva da presença do Brasil na Feira de Frankfurt em 2013, torna-se muito importante discutir a literatura brasileira atual e mostrar que nossos pesquisadores têm, sim, interesse nela”, diz a professora Susanne Klengel, do Instituto de Estudos Latino-Americanos (LAI), da Universidade Livre de Berlim.

Além da presença de pesquisadores da Alemanha, França e Brasil, o encontro conta com participantes de outros países europeus como Áustria, Dinamarca, Inglaterra e Portugal. A heterogeneidade dos pesquisadores resulta em um conjunto de trabalhos com múltiplos olhares e perspectivas, tendo sempre como eixo principal a reflexão em torno do fazer literário, enquanto espaço de traduções e intermediações culturais.

Serviço:

Colóquio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea. Espaços, traduções e intermediações culturais - Universidade de Paris-Sorbonne, nos dias 7 e 8 de março de 2013. - Instituto de Estudos Iberoamericanos de Berlim, nos dias 11 e 12 de março de 2013.

* Camila Gonzatto é roteirista e diretora de cinema e TV e cursa doutorado em Teoria da Literatura na PUC-RS.

Extraído do sítio Instituto Goethe

MANAUS INICIA MÊS DE MARÇO COM 23 ATRAÇÕES CULTURAIS GRATUITAS

Peças teatrais, shows de músicas, além de espetáculos de dança e sessões de cinema podem ser conferidas.

Teatro Amazonas. Foto: Dirgo Oliveira/Portal Amazônia

MANAUS - A agenda cultural de Manaus inicia o mês de março repleto de opções de entretenimento para todos os públicos. Somente neste final de semana, 23 atrações gratuitas serão oferecidas. Peças teatrais, shows de músicas, além de espetáculos de dança e sessões de cinema podem ser conferidas nos principais espaços públicos da cidade, a partir das 14h até as 21h30.

Embalando a ‘Sexta Dançante do Centro Estadual de Convivência do Idoso’, Aparecida, zona Sul de Manaus, o cantor Frank e Seus Teclados promete não deixar ninguém parado nesta sexta, 1º, às 18h. No Cine Teatro do Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignolia, Cidade Nova, zona Norte de Manaus, a diversão fica por conta da Entrecorpos Companhia de Dança com o Espetáculo “Hysteria”.

No coreto da Praça Heliodoro Balbi, centro de Manaus, o Trio Free Lance realiza um show instrumental de forró pé de serra, xote e baião. “Esperando na Janela”, “Asa Branca” e “Fogão de Barro” fazem parte do repertório que a banda prepara para esta sexta-feira, 1º, às 18h.

No sábado (2), às 17h, a Companhia de Teatro Alecrim Nativo apresenta o Espetáculo Gato Jhone Love em Busca das Cantigas de Roda, no Cine Teatro do Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignolia, Cidade Nova, zona Norte de Manaus. Segundo a diretora do espetáculo, Julissete Soutello, o objetivo da peça é resgatar as cantigas de roda que fizeram muito sucesso em gerações passadas e atualmente se perderam. “As crianças vão conhecer as cantigas que seus avós cantavam para seus pais, e os adultos vão poder reviver as canções que embalaram sua infância”, destacou.

Ao dar vida às cantigas, a trama conta a saga de um gato, que viaja para a Espanha em busca de seu chapéu e encontra com o “Cravo e a Rosa”, em seguida, conhece “Therezinha de Jesus” e se apaixona pela moça, dedicando a ela a canção “Se essa rua fosse minha”. Com instrumentos de percussão, violão e figurinos que recriam os personagens, a peça visa estimular a imaginação do público.

No domingo (3), às 18h, a diversão fica por conta do artista Davis com um show de mágica no Centro Cultural Largo São Sebastião, centro de Manaus.

Extraído do sítio Portal Amazônia

ELKE ERB, A GRANDE DAMA DA POESIA ALEMÃ CONTEMPORÂNEA - Ricardo Domeneck


Ênfase no concreto e visão aguçada do cotidiano caracterizam obra da poeta. Mas Erb acrescenta o experimento linguístico e sua ironia particular. Uma referência importante para as jovens gerações de autores.

Espécie de matriarca da cena poética berlinense contemporânea, Elke Erb nasceu numa pequena cidade da Renânia do Norte, mas passou parte da infância e adolescência na República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), para onde seu pai, o crítico literário Ewald Erb, decidira emigrar em 1949. Ela se formou em Germanísitica, Eslavística, História e Pedagogia na Universidade de Halle.

Também conhecida como tradutora do russo, inglês e georgiano, Elke Erb verteu para o alemão escritores de gerações diversas, como Alexander Pushkin, Marina Tsvetáieva, Anna Akhmátova, Velimir Khlébnikov, Oleg Yuriev e Olga Martynova. Sua vida como escritora na Alemanha Oriental encontrou os obstáculos comuns a todos os que se recusaram a uniformizar-se de acordo com a estética do regime, e ela foi vigiada pela polícia secreta Stasi, do mesmo modo que Peter Huchel e outros poetas e escritores.

Erb costuma combinar contos, poemas e ensaios num mesmo volume. Estreou em 1975, com Gutachten. Poesie und Prosa (Avaliações. Poesia e prosa), ao qual seguiram-se, até a queda do Muro de Berlim, Einer schreit: Nicht! Geschichten und Gedichte (Alguém grita: Não! Histórias e poemas, 1976), Trost. Gedichte und Prosa (Consolo. Poemas e Prosa, 1978), Vexierbild (Ilusão de ótica, 1983), e Kastanienallee. Texte und Kommentare (1987), cujo título evoca uma avenida berlinense.

Detalhe realista e experimentalismo linguístico

"Poeta do absurdo" Christian Morgenstern influenciou Erb
Elke Erb seguiu vivendo no leste da capital alemã após 1989, e hoje tem papel importante para as gerações mais jovens de poetas, como editora e por seu próprio trabalho poético. A exemplo de outros poetas que iniciaram e conduziram grande parte de seu trabalho sob a vigilância dos controles estéticos de um Estado comunista, há na obra de Elke Erb uma ênfase sobre o concreto e material e uma visão aguçada sobre a vida cotidiana.

A essas características, porém, ela une um trabalho sintático pessoal, com ironia bastante particular. Por vezes, recorre até mesmo a uma linguagem quase infantil, num trabalho sonoro e semântico que remete à poesia do absurdo do inglês Edward Lear, ou, em alemão, a Christian Morgenstern e o dadaísta Hans Arp.

Os experimentos sintáticos de Elke Erb demonstram afinidades com o trabalho das escritoras norte-americanas ligadas à revista L=A=N=G=U=A=G=E, e ela encontrou em Rosmarie Waldrop uma tradutora e interlocutora congenial. Em 1995 a editora Burning Deck Books, de Waldrop, lançou Mountains in Berlin, uma antologia de poemas de Elke Erb traduzidos para o inglês.

Grande dama da poesia

Nos últimos anos, a autora alemã publicou basicamente coletâneas de poemas, vários pela importante editora de Urs Engeler, entre os quais: die crux (2003), Gänsesommer (2005), Sonanz. 5-Minuten-Notate (2008), assim como Freunde hin, Freunde her (2005). Em 2012 foi convidada a integrar a Academia de Artes de Berlim.

Numa resenha do livro Sonanz, Tom Pohlman discute como Erb oscila entre gêneros literários distintos. Ele menciona o mal-estar de pertencer a um gênero delimitado – comum entre os poetas contemporâneos, mas que os une por um interesse quase científico no funcionamento da linguagem. A esse grupo, Pohlman subscreve Elke Erb, assim como os franceses Francis Ponge e Philippe Jaccottet, ou a dinamarquesa Inger Christensen, entre outros. Mas é possível também incluir aqui a própria Rosmarie Waldrop, tradutora de Erb nos Estados Unidos, ou Hilda Hilst, do Brasil, ainda que de maneiras distintas.

Com a chegada de mais uma geração de poetas na língua alemã nestes últimos anos e o respeito que também têm dedicado ao trabalho de Elke Erb, parece cada vez mais clara e certa sua ascensão à posição de uma das Grandes Damas da poesia germânica contemporânea, ao lado de Ulla Hahn e Friederike Mayröcker, entre outras.

Extraído do sítio Deutsche Welle

LIVRO DIDÁTICO OCUPA SEGUNDO LUGAR DENTRE OS MAIS LIDOS NO BRASIL - Mariana Tokarnia


Brasília – Quase todos os professores de escolas públicas no Brasil (98%) usam livros didáticos, segundo levantamento do QEdu: Aprendizado em Foco, uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos voltada para a educação. Do restante, 1% acredita que o livro não é necessário e 1% não usa porque a escola não tem.

O levantamento é baseado nas respostas ao questionário socioeconômico da Prova Brasil 2011, aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Além disso, os livros didáticos ocupam o segundo lugar dentre os mais lidos pelos brasileiros, logo depois da Bíblia, segundo levantamento do Instituto Pró-Livro. No Dia Nacional do Livro Didático, comemorado hoje (27), a Agência Brasil conversou com especialistas sobre o papel dessas obras no ensino brasileiro.

“O livro didático é, ainda hoje, a principal ferramenta de professores e alunos, e ainda é o principal referencial educativo”, diz a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Circe Fernandes Bittencourt, coordenadora do Livres, site que reúne as obras escolares de 1810 a 2005. Segundo Circe, ao longo do tempo o Brasil teve grandes avanços, mas ainda o livro é pensado para o professor.

“O aluno ocupa o papel de um consumidor dependente. Não é ele quem escolhe o livro didático. A luta hoje é por maior autonomia, para que os alunos usem os livros sem precisar sempre de uma orientação do professor”. Circe acrescenta que um bom professor é aquele que conhece os alunos e é capaz de fazer uma aula voltadapara as necessidades dos estudantes. Esse é o objetivo de Cláudio Antunes Correia, professor no Distrito Federal e diretor de Políticas Educacionais do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro -DF). Este ano, ele está fora da sala de aula, mas lecionou de 1993 a 2012.

“O livro didático não é a única ferramenta, nem a principal, mas é necessária. Tentamos mesclar os livros com textos e exercícios, outras referências que trazemos para sala de aula”, diz Correia. Apesar do esforço para selecionar a obra mais adequada, a pesquisa do QEdu, mostra que 17% dos professores, o que equivale a 36,5 mil docentes, não receberam o livro que solicitaram. Além disso, 7% dos professores (15 mil) dizem que os alunos não receberam o material no início do ano letivo.

No ensino público, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o responsável pela aquisição e distribuição dos livros. A distribuição é feita diretamente pelas editoras às escolas, por meio de um contrato entre o FNDE e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os livros devem chegar às escolas entre outubro e o início do ano letivo. Nas zonas rurais, as obras são entregues na sede das prefeituras ou das secretarias municipais de Educação, que devem entregá-las às escolas.

O PNLD é executado em ciclos trienais, ou seja, a cada ano o FNDE compra e distribui livros para todos os alunos de determinada etapa de ensino, repõe e complementa os livros reutilizáveis para outras etapas. Em 2012, foram comprados livros para os alunos do ensino médio, com investimento de R$ 883,5 milhões para a etapa, para atender a 9,3 milhões de estudantes entre o ensino regular e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esse número supera o do Censo Escolar 2012, no qual são registrados 8,1 milhões de alunos. Além disso, houve a reposição dos livros para o ensino fundamental, somando mais R$ 443,5 milhões.

Para 2013, o investimento foi R$ 1,2 bilhão. Pela primeira vez, escolas do campo de 1º ao 5º anos com mais de 100 estudantes receberão obras selecionadas. Está aberto o processo seletivo para as obras a serem disponibilizadas no ano letivo de 2015. As inscrições vão até o dia 21 de maio e as editoras podem também apresentar obras multimídia, que reúnam livro impresso e digital.

Extraído do sítio Agência Brasil

BRASIL TRAZ 15 TRADUTORES PARA "BANHO DE CULTURA" - Luís Guilherme Barrucho

Biblioteca Nacional criou programa de residência para tradutores

Recluso e avesso a entrevistas, o escritor brasileiro Rubem Fonseca compartilha com poucos suas intimidades literárias. Um de seus confidentes há pelo menos um quarto de século é o tradutor americano Clifford Landers, para quem o autor, além de reconhecidamente talentoso, é um ser humano "infalivelmente gracioso, acessível e generoso" com um "maravilhoso senso de humor".

Os elogios rasgados permeiam uma relação de amizade que franqueou a Landers a tradução de quatro livros e duas coletâneas de pequenas estórias de Fonseca, além de ter dado o ponto de partida na versão anglófona de uma quinta obra do escritor brasileiro, sobre a qual o americano vem se debruçando nos últimos meses: o aclamado romance Agosto, que trata do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954).

Daqui a poucas semanas, porém, o americano terá a oportunidade de reencontrar Fonseca, com quem mantém uma relação de amizade à distância, no Rio de Janeiro, onde o escritor mineiro escolheu se radicar há quase oito décadas.

Landers faz parte de um grupo de 15 tradutores, escolhidos após um rigoroso processo de seleção para participar do primeiro programa de residência a tradutores estrangeiros criado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN).

Quatro deles já chegaram ao Brasil, enquanto o restante deve desembarcar no país até julho deste ano.

Em entrevista à BBC Brasil, a coordenadora do programa, Carolina Selvatici, explicou que o objetivo da iniciativa é aprimorar a tradução das obras brasileiras, tanto clássicas quanto contemporâneas, além de promover a literatura nacional no exterior.

O americano Clifford Landers é amigo pessoal do escritor Rubem Fonseca há 25 anos

"A partir de uma imersão in loco no universo do autor, os tradutores têm a oportunidade de aprofundar seu contato com a obra e isso se reflete no aprimoramento da tradução", diz.

"Além disso, muitos desses tradutores funcionam como verdadeiros promotores da literatura brasileira no exterior, pois muitas editoras não têm acesso a livros escritos em português, sobretudo os mais recentes", acrescenta.

As obras, das mais diferentes matizes literárias, serão vertidas do português para seis idiomas: cinco para o espanhol, quatro para o francês, dois para o inglês, dois para o italiano, um para o alemão e um para o grego.

Além da imersão no universo das obras traduzidas, também estão previstos encontros entre os tradutores e autores dos livros.
Programa

Subsidiado por um orçamento de R$ 154 mil do Ministério da Cultura, o programa, que tem duração mínima de cinco semanas, financia a estadia dos tradutores em três cidades-sedes: Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, e conta com o apoio de centros linguísticos locais.

O espanhol Pere Comellas destacou a importância da vinda ao Brasil

Para cobrir as despesas com passagens aéreas, transporte, hospedagem e alimentações, cada um dos 15 tradutores recebeu uma bolsa que varia de R$ 7 mil a R$ 11 mil e poderão viajar para outros locais do Brasil, mas obrigatoriamente, terão de passar por uma das três cidades-sedes para assistir a um ciclo de palestras nas instituições parceiras da Biblioteca Nacional.

Segundo Selvatici, a comissão julgadora, formada por cinco pessoas, entre membros da FBN e das instituições parceiras, recebeu inscrições de 18 tradutores, das quais selecionou 15.

Como pré-requisito para concorrer ao programa, os tradutores tiveram que propor obras que já tinham começado a traduzir - e que estavam, portanto, com lançamento previsto por alguma editora no exterior.

Ao todo, são 14 livros, uma vez que dois tradutores estão traduzindo a mesma obra: O Arquipélago, de Érico Veríssimo, devido à sua complexidade.

Entre os critérios analisados, avaliou-se, entre outros fatores, a dificuldade linguística da tradução, o currículo do tradutor, a relevância da obra para a promoção e divulgação da cultura e da literatura brasileira no exterior e o plano de trabalho e a pesquisa necessária para a conclusão do projeto.
Benefícios

Livros a traduzir

Quinze tradutores traduzirão 14 obras brasileiras para seus idiomas nativos. São elas:

Cartas de um sedutor, de Hilda Hilst

A mulher dos sonhos, de Aleilton Fonseca

Agosto, de Rubem Fonseca

A vida como ela é, de Nelson Rodrigues

O Diário da Queda, de Michel Laub

Lotte & Zweig, de Deonísio da Silva

Antologia de Poesia Brasileira Vol. 1 (vários autores)

Dom Casmurro, de Machado de Assis

Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre

Fogo Morto, de José Lins do Rego

O Arquipélago, de Érico Veríssimo

Os Espiões, de Luís Fernando Veríssimo

A Obscena Senhora D., de Hilda Hilst

A guerra dos bastardos, de Ana Paula Maia

Para os tradutores, a experiência in loco traz inúmeras vantagens. Uma delas, segundo o espanhol Pere Comellas, que está traduzindo a quatro mãos O Arquipélago, de Érico Veríssimo (1905-1975), é a oportunidade de ter um contato único com a cultura da obra traduzida.

"A formação do tradutor está intrinsecamente ligada ao conhecimento enciclopédico das gírias. Por isso, nada substitui o impacto prático de poder vivenciar parte do universo do autor", afirma ele, que tem no currículo traduções para o espanhol de obras do brasileiro Moacyr Scliar (1937-2011) e do angolano José Eduardo Agualusa.

Já Dominique Nédellec, escolhido para verter ao francês O Diário da Queda, de Michel Laub (Companhia das Letras, 152 páginas) destaca a importância de poder encontrar pessoalmente o autor.

"Já marcamos de nos encontrar em Porto Alegre, onde parte da história se passa. Vou aproveitar para tirar dúvidas e entender melhor o contexto em que o livro foi escrito", diz.

Dúvidas

Foi o que fez a tradutora alemã Wanda Jakob durante os bate-papos que teve com a autora Ana Paula Maia, de quem traduz A guerra dos bastardos (Língua Geral, 298 páginas), romance com verve existencialista pródigo em gírias urbanas.

Desde janeiro no Brasil, Jakob, que se dedica a traduzir autores brasileiros contemporâneos, conta que uma palavra lhe tem tirado o sono.

Jacob relatou as dificuldades da tradução do português para o alemão

"Ainda não consegui encontrar uma boa tradução para 'céu da boca' em alemão que seja realmente representativa do que a palavra significa", disse.

"As palavras em alemão também são maiores do que no português. Encurtar o texto sem prejudicar a mensagem e o entendimento do leitor é um desafio constante", acrescenta.

Algo semelhante ocorreu nos contatos via e-mail entre o jornalista brasileiro Edney Silvestre e o britânico Nicholas Caistor, tradutor para o inglês de seu romance de estreia, Se eu Fechar os Olhos Agora (Record, 304 páginas).

"Ele me pediu mais esclarecimentos sobre como poderia traduzir palavras como 'moleque', 'laje' e 'frentista'", diz o jornalista à BBC Brasil.

Para Landers, entretanto, nenhum benefício pessoal proporcionado pelo programa será maior do que o impacto que ele poderá propiciar a seus leitores.

"Espero que com a iniciativa, que inclui uma série de palestras, eu possa abrir novos canais de comunicação entre os brasileiros e os anglófonos, de forma a melhorar o entendimento e a divulgação de ambas as culturas".

Além do programa de residência a tradutores, a Biblioteca Nacional também investe em outras frentes. Uma delas é a concessão de bolsas de até a US$ 8 mil (R$ 16 mil) para a tradução de obras brasileiras no exterior.

Desde 1991, 400 bolsas já foram concedidas.

Extraído do sítio BBC Brasil

PENICOS DE PRATA


Penicos de Prata são um projeto musical em torno de poesia erótica e satírica. O conceito do espetáculo passa pela valorização da poesia portuguesa como fonte de criação de uma estética ligada à música tradicional portuguesa em cruzamentos com música de câmara. A formação é constituída por André Louro (guitarra e voz), Catarina Santana (ukulele e voz), Eduardo Jordão (contrabaixo e voz) e João Paes (violoncelo e voz). Ativos desde 2005, alegram tertúlias e concertos, levando a poesia portuguesa de uma forma divertida a todos os que se deixam envolver por estas duas artes. António Botto, Ernesto Manuel de Melo e Castro, Fernando Pessoa e Adília Lopes são alguns poetas musicados.


Extraído do sítio Centro de Artes de Sines

MORRE O ESCRITOR STÉPHANE HESSEL, PAI INTELECTUAL DOS INDIGNADOS

Pensador e humanista francês revolucionou protestos populares pelo mundo com seu livro de 32 páginas.

Pensador e escritor Stéphane Hessel morreu nesta quarta-feira e deixa como legado uma história humanista 

O pensador, escritor e diplomata franco-alemão Stéphane Hessel, autor do popular manifesto "Indignai-vos", morreu nesta quarta-feira (27/02) aos 95 anos, informou sua esposa Christiane Hessel-Chabry à imprensa francesa.

Hessel nasceu em Berlim, em 1917, numa família de descendência judaica e se naturalizou francês 20 anos depois, indo para a França durante a Segunda Guerra Mundial. O pensador se uniu a Charles de Gaulle na Resistência Francesa, foi capturado pela Gestapo (polícia secreta nazista) em 1944, passou pelos campos de concentração de Buchenwald e Dora-Mittelbau, escapou com identidade trocada, foi recapturado e conseguiu fugir na transferência para o campo de Bergen-Belsen.

Após o final do conflito, iniciou sua carreira diplomática no Ministério de Relações Exteriores francês como embaixador na China e depois como secretário da comissão, onde redigiria a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Hessel era militante do Partido Socialista desde 1986 pela proximidade com François Mitterand, presidente francês entre 1981 e 1995. Ele também mostrou cumplicidade com José Luis Zapatero, ex-primeiro-ministro espanhol do PSOE (Partido dos Trabalhadores Socialistas da Espanha).

Mas sua fama mundial chegou pelas mãos do "Indignai-vos", um manifesto político publicado na França em outubro de 2010, e que em palavras do autor "conclama os jovens a se indignar". Em apenas 32 páginas, Hessel fez uma chamada à resistência da população que inspirou movimentos de protesto no mundo todo, entre eles, os "Indignados" do movimento 15-M da Espanha. “A pior das atitudes é a indiferença, é dizer ‘não posso fazer nada, estou me virando’”, afirmou.

"Este livro transformou totalmente minha vida. Eu era um pequeno diplomata aposentado que levava uma vida tranquila e agora não posso passear por Paris sem que alguém me pare na rua para me agradecer. É maravilhoso", disse o autor há alguns meses.

Publicado em outubro de 2010 por uma pequena editorial de Montpellier, no sul da França, quase sem promoção midiática e com custo de €3, o livro se transformou em um grande sucesso de vendas, com quase um milhão de exemplares vendidos em dez semanas. O livro ultrapassou fronteiras, foi traduzido para cerca de 30 idiomas e vendeu quase quatro milhões de exemplares.

“A razão básica de ser da Resistência era a indignação. Nós, veteranos dos movimentos de resistência e das forças combatentes da França Livre, apelamos às jovens gerações para manter viva a indignação, transmitir essa herança da Resistência e dos seus ideais. Estamos dizendo: assegurem a continuidade, indignem-se! Os responsáveis políticos, econômicos, intelectuais e a sociedade toda não devem se omitir nem se deixar impressionar pela atual ditadura internacional dos mercados financeiros, que ameaça a paz e a democracia”, denuncia em suas páginas.

“Hessel conquistou seu leitor ocidental graças a seu inegável carisma pessoas e à história de guerra. Além disso, sue mensagem se torna clara e concisa para o povo farto das promessas de políticos e cada vez mais desiludido com o liberalismo capitalista”, diz o jornal Libération.

Hessel e o líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, durante conferência em Toulouse em 15 de agosto de 2011

Depois do sucesso editorial, Hessel se transformou em uma referência da esquerda, sempre sendo muito crítico com as políticas levadas a cabo no ocidente, em particular sobre imigrantes, políticas sociais e mercados financeiros. O autor, porém, renunciou aos direitos do livro desde o início.

"Acredito que há um risco, que é o de que as pessoas se indignem, protestem e depois tudo continue na mesma. É preciso que a indignação dê lugar a um comprometimento conjunto", disse em entrevista ao Público em 2011.

Depois de “Indignai-vos”, escreveu outro livro que também teve êxito, “À nous de jouer” (algo como “Nossa oportunidade” e traduzido na Espanha para “Comprometa-se!”). Publicado no fim de 2011, o livro é uma conversa com um jornalista e ativista francês de 25 anos, Gilles Vaderpooten. Ali, Hessel traça em oito aspectos seu conceito de democracia, compromisso, rebeldia e de insurgência sempre com palavras. A promoção do livro o levou à Itália, onde precisou ser repatriado por alguns dias por um problema de saúde que custou sua vida.

* Com informações de EFE, Público.es, Público.pt e ElMundo.es.

Extraído do sítio Opera Mundi

FEIRA DO LIVRO DE TRAMANDAÍ FOI SUCESSO DE PÚBLICO E VENDAS


Dez dias de alegria na praça, noites marcadas pela emoção, encantamento, poesia, escritores e seus livros.

Da força do mar ao aconchego da praça, este foi o slogan da 12ª Feira do Livro de Tramandaí, realizada de 15 a 24 de janeiro e que contou com Mário Feijó como patrono, Tiago Lucas Correa, como xerife e Fernando Lopes como escritor homenageado. Neste ano de 2013 a Feira do Livro, voltou a ser realizada na Praça Leonel Pereira, no centro da cidade, o que facilitou o acesso e garantiu uma ótima participação do público. Livreiros e expositores se mostraram satisfeitos com as vendas. 

Dos 4481 livros vendidos durante os dez dias de feira, os três mais vendidos foram:

1º - 50 Tons de Cinza (E.L. James - Editora Intrínsica)

2º - Adorável Heroína (Michael Hingson - Editora Universo dos Livros)

3º - The Walking Dead (Robert Kirkman - Editora Galera)

O Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Tramandaí, montou toda a estrutura necessária para que a feira acontecesse num ambiente agradável, seguro e de fácil acesso para a população. A Diretora do Departamento de Cultura, Profª. Solange Almeida, agradece a todos que auxiliaram na realização do evento e destaca que a qualidade da programação com teatro, palestras, sessão de autógrafos, sarau, oficinas literárias e shows musicais encantou o público e fez com que milhares de pessoas visitassem os pavilhões da feira.

Extraído do sítio Onda.H

EXPOSIÇÃO EM SÃO PAULO MOSTRA RESISTÊNCIA E FEMINILIDADE DA MULHER CONTEMPORÂNEA - Elaine Patricia Cruz


São Paulo – Em 2008, o fotógrafo belga Pascal Mannaerts visitou a capital da Indonésia, Jacarta. Passando por um mercado, registrou a imagem de um manequim, em primeiro plano, com adesivos cobrindo seus olhos, nariz, sobrancelhas e boca. No fundo da fotografia, destacou a imagem de uma mulher real, com os cabelos cobertos por um véu.

Três anos depois, visitando vários países da África, Mannaerts fez registros de mulheres carregando baldes de água na cabeça em Burkina Faso e de mulheres sorrindo ao participar de um ritualukuli, na Etiópia.

Em um período de cerca de dez anos, Mannaerts viajou por vários países capturando imagens da mulher contemporânea. Os mais de 50 cliques feitos pelo fotógrafo belga estarão expostos a partir do dia 2 de março, na Caixa Cultural, no centro de São Paulo. A exposição Elas: Resistência e Feminilidade das Mulheres no Mundo pretende originar uma reflexão sobre a visibilidade das mulheres em diferentes países, como vivem, se casam, sobrevivem e até como enfrentam as dificuldades para criar os filhos.


Em entrevista à Agência Brasil, a co-curadora e produtora da exposição no Brasil, Lilian Fraiji, contou que o interesse de Mannaerts pelo tema começou quando ele trabalhava no Departamento de Imigração da Bélgica. “Ele trabalhava como advogado, fazendo a parte da autorização da imigração. Com esse trabalho, passou a ouvir muitas histórias de imigrantes e se interessou muito por essas histórias de vida. Ele começou então a viajar pelo mundo fazendo o registro dessas pessoas”, explicou.

Mostrando os diferentes hábitos culturais, religiosos e sociais de cada país, Mannaerts retrata especificamente mulheres, principalmente aquelas que vivem em países ou comunidades que enfrentam graves problemas de miséria e de exclusão social. Nesse trabalho, ele notou que, independentemente de classe social, muitas mulheres são vítimas de violência (física, moral, sexual e psicológica) e enfrentam dificuldades de acesso ao trabalho, à geração de renda, à educação e à participação política.


A ideia do fotógrafo era não se limitar a um trabalho etnográfico e documental, mas enfatizar o fortalecimento da autoestima e o empoderamento das mulheres. “Essa exposição foi um grande desafio para a gente porque não queríamos mostrar as mulheres como vítimas. Só que a realidade não é essa. A realidade é que a mulher sofre um problema sério de violência em todo o mundo. Independentemente do país, a mulher ainda sofre uma série de problemas sociais, tendo que lutar pelas condições mais básicas e primordiais”, disse a cocuradora.

“Precisamos olhar a mulher por meio da realidade em que ela vive e do contexto em que ela está inserida. Independentemente do país, ela ainda sofre muita discriminação e isso é coisa inadmissível em pleno século 21. Queremos reverter esse olhar. E a transformação começa quando identificamos que existe o problema. Essa exposição traz uma série de dados para atestar essa situação que as mulheres vivem hoje. E, a partir dessa identificação, tentar transformar essa realidade”, acrescentou Lilian.

O fotógrafo deve vir ao Brasil para o encerramento da exposição. A expectativa é que em sua primeira vinda ao país ele faça também registros das mulheres brasileiras – o que poderia compor uma nova exposição.

Além das fotos, a exposição também vai apresentar uma instalação sonora, idealizada pela dupla Carol Misorelli e Marilia Scharlach, como parte do projeto Clementinas. Na instalação, elas reúnem vídeos e áudios de mulheres que são grandes líderes e figuras importantes para mudanças sociais em seus países. A instalação será inaugurada no dia 8 de março, como parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

A entrada é gratuita e a mostra poderá ser visitada até 28 de abril. Mais informações podem ser obtidas no site da Caixa Cultural.

Extraído do sítio Agência Brasil