6 de fevereiro de 2013

ARTE JAPONESA NOS MUSEUS DO MUNDO - Marilia Kubota

Yokoo Tadanori. Diário de um ladrão Shinjuku (Sōzōsha) (Shinjuku dorobō nikki [Sōzōsha]). 1968. Gravura.

A arte japonesa está em alta. Não apenas aquela que confortavelmente reconhecemos como arte japonesa, como as gravuras do ukiyo-e. Dois museus americanos abrem seus espaços para abrigar obras influenciadas pela art pop, o que se pode chamar de modernismo japonês. Em Nova York, o Museu de Arte Moderna (MoMA) abriga uma exposição sobre a história das vanguardas japonesas pop, surgidas de 1955 a 1970 e o Guggenheim dedica uma retrospectiva de apenas um dos grupos da época: o Gutai. Artistas herdeiros desses conceitos, como Mariko Mori (que está com uma exposição em Londres), Yayoi Kusama (a artista das bolinhas) e Takashi Murakami fazem grande sucesso por dialogarem com as massas.

“Tokyo 1955-1970: a new avant-garde”, aberta até 25 de fevereiro, reúne 200 obras de 60 artistas. No site do MoMA é possível ver todas as obras, ordenadas de modo a contar a história da arte pop japonesa. Já no site do Guggenheim está anunciada a exposição do Gutai, que abre no próximo dia 15. O Gutai, fundado pelo professor e crítico Jiro Yoshihara seguia o mote “Faça o que ninguém nunca fez” e ficou famoso por intervenções agressivas.

Saburo Murakami, Passing through, 1956.

Na Royal Academy of Arts, em Londres, Mariko Mori pode ser considerada herdeira de todas as experimentações.

Mariko Mori.

Em sua obra (esculturas, vídeos, fotos, desenhos e som), ela mistura Ocidente e Oriente, cerimônia do chá e cultura cyber, budismo e xintoísmo, ciência e espiritualidade.


Uma mostra na Pinacoteca de Paris vai na contra-mão dessas tendências. Em vez de exaltar a arte ocidental, faz o contrário: mostra a proximidade entre Van Gogh e Hiroshigue (pintor japonês no qual o mestre holandês se inspirou). A diluição entre as fronteiras entre o popular e o erudito faz, muitas vezes, o apreciador de arte perguntar: o que é arte ? É preciso lembrar que o espectadores de Van Gogh também consideravam suas árvores distorcidas e coloridas em excesso uma aberração . Por isso, é impossível saber o que será ou não consagrado: o tempo é o crítico mais feroz.

Extraído do sítio Jornal Memai

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