19 de fevereiro de 2013

O PAÍS INTEIRO NO MUSEU DE OLARIA - Ana Clara


No norte do País há um espaço onde estão representados todos os centros produtores da olaria nacional. O Museu de Olaria de Barcelos expõe desde a cerâmica, à faiança, passando pelo azulejo. Um espaço com «um forte peso no turismo», como refere a directora, Cláudia Milhazes.

Começou por se chamar Museu Regional de Cerâmica. Corria o ano de 1963. Situado numa região de fortes tradições cerâmicas (Barcelos), foi o alargamento das colecções que adquiriu que fez com que se passasse a chamar simplesmente Museu de Olaria.

Hoje, este espaço de três andares, situado na Casa dos Mendanhas Benevides Cyrne, um edifício do século XVIII, conta com um acervo de oito mil peças, oriundas não só do concelho de Barcelos, como de outras regiões de Portugal e de países lusófonos (Brasil, Angola e Timor), ou de outros, tais como Espanha, Chile e Argélia.

Com uma mostra marcadamente etnográfica e representativa da actividade de produção de olaria, o Museu da Olaria de Barcelos conta, igualmente, com peças de faiança, azulejos e cerâmica arqueológica, assim como alguns instrumentos de trabalho.

Cláudia Milhazes, directora do Museu, explica ao Café Portugal, a importância deste espaço e o que representa no mundo do artesanato local e nacional. 

«O Museu de Olaria é um espaço de grande importância pelo facto de as suas colecções compreenderem peças de todos os centros produtores de olaria em Portugal, extintos ou ainda em laboração e ainda de alguns países de expressão portuguesa, tal como Cabo Verde, Angola, Timor, Brasil, etc.».

Sobre o acervo a nossa interlocutora, indica, por exemplo, que a colecção de olaria portuguesa «está dividida em louça preta, louça vermelha fosca, louça vermelha vidrada e figurado, sendo que cada um destes grupos está organizado por zonas geográficas, centros produtores e tipologias de formas». 

Adianta que a região de Portugal com maior representatividade é a zona Norte, havendo, no entanto, peças provenientes de todos os centros produtores. 

«Em termos cronológicos, a grande maioria das peças que constituem a mostra do Museu de Olaria foi executada e utilizada no final do século XIX e durante o século XX», acrescenta.


Entre muitos objectivos deste espaço, há alguns que se destacam, como faz questão de evidenciar Cláudia Milhazes: «estudar, salvaguardar e divulgar as colecções que constituem o espólio do Museu de Olaria, valorizar a olaria como testemunho e documento de uma tradição, de sociedades e de culturas e apoiar e colaborar na salvaguarda, estudo e divulgação do património olárico nacional, apoiar e colaborar na salvaguarda, estudo e divulgação do património cultural etnográfico, móvel e imóvel, entre outras».

Cláudia Milhazes refere ainda que «as peças são adquiridas por compra a antiquários e a particulares, por doação e ainda uma parte encontra-se em depósito». 

«Papel preponderante junto dos jovens»

Numa região de fortes tradições cerâmicas, «em que a olaria assume relevância no panorama económico do concelho, o Museu de Olaria tem um forte peso no turismo, sendo considerado por muitos um local de passagem obrigatória», explica a responsável. 

E realça que o Museu «afirma-se no panorama cultural do concelho, pelo seu programa expositivo, variado, que pretende dar a conhecer as colecções do Museu, a cerâmica em geral e os ceramistas portugueses». 

«Assume ainda um papel preponderante junto das camadas mais jovens, dispondo de programas específicos para este tipo de público: visitas guiadas, ateliers, oficinas temáticas, mini cursos», explica.

Anualmente, o Museu de Olaria recebe, em média, cerca de 17 mil visitantes, sendo tutelado pela autarquia de Barcelos.

Extraído do sítio Café Portugal

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