20 de fevereiro de 2013

PROGRAMA PROTEGE MACACOS URBANOS QUE VIVEM EM PORTO ALEGRE

Grupo promove a convivência harmônica com os bugios na cidade. Pontes foram feitas para evitar acidentes com os animais.


Um projeto de proteção a animais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) completa 20 anos em 2013. O programa Macacos Urbanos visa proteger os animais que vivem nas poucas áreas de floresta de Porto Alegre.

Os bugios, espécie de macaco, são frequentes em uma reserva ecológica de 130 hectares da Praia do Lami, na Zona Sul da capital. O macho dominante do grupo emite um ronco que pode ser ouvido de longe.

“Chama o ronco do bugio, tem até um estilo de música gauchesca chamada o ronco do bugio em uma homenagem. Esse ronco é feito pelo macho do bando. Os bandos tem um macho dominante, o macho alfa. O macho ronca para avisar que ele está no seu território. Então ele avisa o outro bando que aquele território é dele”, explica a bióloga Fernanda Teixeira.

Além da reserva, eles ocupam mais espaço nos centros urbanos. Passeiam pelos galhos de árvores e até pelos telhados e jardins de casa. Preocupados com possíveis conflitos entre homens e macacos, biólogos criaram o programa para preservação e proteção da espécie.

O projeto Macacos Urbanos surgiu em 1993. O morro São Pedro, no extremo sul da cidade, é o campo de trabalho para os pesquisadores. Porém, os animais são abundantes também em outras regiões da cidade.

“Toda essa região, desde a Lomba do Pinheiro até a Região Sul de Porto Alegre que ainda tem áreas de produção rural, tem grandes áreas com mata nativa que ainda tem bugios”, diz a bióloga.

Os moradores também ajudam na proteção aos animais. João Claudio mora no bairro Lami desde 2001. Ele é voluntário e tenta conscientizar os vizinhos a ter respeito pelos animais.

“Com o trabalho de educação de moradores, se explica que os animais tem alimentos próprios na mata. Que não se alimentam de maçã e banana que nem as pessoas pensam, então aqui temos uma visão diferenciada", conta.

O monitoramento dos animais é outra atribuição dos moradores. Com a proximidade da zona urbana, foram registrados casos de choques elétricos, atropelamentos e de ataques de cães. Pontes de cordas foram feitas para que os macacos se locomovam com menor risco. São 11 pontes instaladas na praia do Lami.

“Na verdade as pontes de corda são instaladas como uma alternativa de travessia para os animais, mais pra evitar que eles desçam pro chão e sejam atropelados ou atacados por cachorros, mas eles continuam usando a fiação elétrica, então a fiação também precisa ser encapada”, alerta a bióloga.

“Nós deixamos uma ficha que a gente chama de monitoramento participativo para que as pessoas que observarem os animais atravessando a ponte, possam identificar data e hora para a gente saber se as pontes estão sendo efetivas para a travessia dos animais”, Explica o veterinário Elisandro Oliveira dos Santos.

Cuidando dos animais e alertando a população local, o grupo consegue manter a convivência harmônica com os animais. A população trata os macacos como os antigos habitantes e todos desfrutam juntos da natureza.

Extraído do sítio G1

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