2 de março de 2013

A PINTURA LUMINOSA DE ALEXANDER MARANOV - Armen Apressian

A. Maranov

Será possível pintar a luz com vulgares tintas a óleo? Como refletir numa tela os raios da energia cósmica invisível, os pensamentos e os sentimentos? O pintor Alexander Maranov vê a magia do nosso mundo e oferece a sua beleza aos que o rodeiam.

Alexander Maranov nasceu em Tashkent. O interesse infantil pelo desenho se transformou em profissão – ele recebeu formação clássica na Escola de Artes de Tashkent e no Instituto de Teatro e Artes de Tashkent, onde absorveu as tradições do realismo acadêmico.

Assim nos conta o pintor:

“Trabalhei muito todos esses anos. Além dos obrigatórios estudos e esboços, estudava as subtilezas da técnica artística dos mestres contemporâneos e dos séculos passados, tentava descobrir os mistérios da luz, fazia experiências.”


Os trabalhos de Alexander Maranov provocavam a admiração dos professores e dos colegas, que não se cansavam de se surpreender com a mestria artística do pintor e com o refinado realismo das suas obras. No início dos anos 90, o pintor se mudou para Moscou. Aí, depois de longas reflexões sobre o sentido da vida e sobre a verdadeira vocação de um artista, chegou ao entendimento de como deveria ser a sua nova pintura. Alexander Maranov recorda:

“Eu compreendia que era impossível trabalhar à maneira antiga, o meu desenvolvimento nos parâmetros da pintura académica tinha terminado. Uma vez, eu estava deitado a olhar para uma simples lâmpada de 60 Watts. Em determinado momento, eu vi na luz dessa lâmpada uma luminosidade surpreendente e percebi que era precisamente isso que eu devia pintar.”

Simultaneamente com o entendimento do que deveria ser pintado, surgiu a questão de como pintar o visível, como transmitir a luz? Porque, em resumo isso é uma pura abstração. Depois se seguiram as buscas de uma forma que permitisse tornar a beleza da luz compreendida pelo espectador.

“Eu percebi que tudo o que nos rodeia, as árvores, a água, as nuvens, é composto por essas linhas luminosas. Nós vemos frequentemente os objetos de uma forma diferente daquilo que eles são. As nuvens, que à primeira vista são brancas e fofas, são compostas precisamente por linhas e pontos luminosos. Se as virmos dessa maneira, elas não só serão mais bonitas, como serão muito mais próximas da alma humana.”

Assim apareceu a primeira obra “nova” de Alexander Maranov, que ele batizou de “O Brilho”, uma dança surpreendente em cujo ritmo as figuras humanas se transformam em linhas luminosas. Ou então são os próprios raios de luz que se entrelaçam numa espécie de ritmo, se transformam em ornamentos pulsantes e que simplesmente encantam o espectador.

Neste momento, Alexander Maranov está a trabalhar num novo ciclo de pinturas que recebeu o nome de “Genesis”.

“Ao preparar-me para iniciar um novo quadro, eu faço uma meditação, durante a qual regresso constantemente àquele momento de 1992 em que eu percebi pela primeira vez a beleza das linhas luminosas. Ao entrar no estado mediativo, eu vejo numa completa escuridão os objetos luminosos. Cada um deles é belo, mas alguns não encontram eco na alma e outros, pelo contrário, despertam sensações agradáveis. Foi assim, por exemplo, que apareceu a obra “A Fórmula do Oceano”. É a minha representação da água.”

Os visitantes das exposições de Alexander Maranov ficam absorvidos pelo indescritível encanto das suas obras. O livro de visitas do artista está cheio de recensões entusiásticas. A maioria dos espectadores converge na mesma opinião: os seus quadros são impossíveis de descrever, ou explicar de alguma forma, porque o artista consegue olhar para além do limite da vida tangível e materializar na pintura uma ideia de energia.

Extraído do sítio Voz da Rússia

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