28 de março de 2013

CULTURA MAIA AINDA GUARDA MUITOS SEGREDOS NÃO REVELADOS - PARTE II - Uliana Kim

O sítio arqueológico de Tulum, na costa oriental da península de Yucatán, no Mar do Caribe, é uma dos sítios maias pré-hispânicos mais conservados (Cris Bouroncle/AFP/Getty Images)

Um complexo maia interessante é o Forte de Tulum, localizado na costa oriental da Península de Yucatán. Durante a época da queda da civilização maia, várias tribos se mudaram para a costa e construíram o Forte de Tulum para se protegerem do ataque de outras tribos.

“Todas essas pedras do complexo foram pintadas com cores brilhantes. Cores diferentes simbolizavam poderes diferentes da natureza: céu, terra, lua, Sol, fogo, etc.”, disse o professor Kiril Novoselsky.

Profecias Maias

A vida dos maias é descrita no livro “Popol Vuh”. Novoselsky diz que esta obra poderia ser comparada à Bíblia, “porém toda informação está em forma alegórica. [...] Há algumas interpretações, mas creio que todas estão longe da verdade”, afirmou ele.

Todos os comentários foram destruídos ou escritos em hieróglifos que são muito difíceis de interpretar. “A maioria dos segredos ainda está oculta. Uma das interpretações mais populares era a profecia sobre o fim dos dias em 2012”, disse Novoselsky.

Quando inquirido se ele mesmo acreditava nesta profecia, ele disse: “Como cientista, eu investiguei este assunto.”

Ele falou sobre o conhecido investigador esotérico Drunvalo Melchisedek que teria discutido este assunto com sacerdotes guatemaltecos e descoberto que a transformação prevista seria um processo gradual, não em dois dias, mas em 200 anos.

“Em sua opinião, o ano de 2012 é um marco da época antiga e o começo de algo novo, talvez o início de uma nova cultura. Ele diz que isto ocorreria lenta e gradualmente, sem cataclismos ou terremotos”, disse Novoselsky. “As pessoas que vivem no centro da civilização maia não sentem qualquer medo desta profecia.”

E acrescentou, “É minha opinião que todas estas profecias são uma oportunidade para refletir sobre nosso comportamento e o sentido da vida, sobre como melhorar a vida de outras pessoas e nossa própria e de como viver em harmonia.”

Os degraus da Pirâmide de Kukulkán projetam a sombra de uma serpente ascendendo na face lateral em certo período do ano (Luis Barrera/AFP/Getty Images)

Ilha de Cozumel

Dois recifes adjacentes formam a Ilha de Cozumel no Caribe, convertendo-se no segundo maior recife do mundo, segundo geólogos.

“Esta ilha é também sagrada”, disse Novoselsky, “Nela havia um templo da deusa Ixchel, que é a deusa da medicina e da obstetrícia. Inclusive hoje em dia, há muita gente que vai lá para tratar a infertilidade”.

Os habitantes da Ilha de Cozumel nunca passaram por guerras ou batalhas, nem mesmo delitos significativos.

Novoselsky, que também é membro e corresponsável pelo Museu Nicolas Roerich em Nova York, se surpreendeu ao encontrar pessoas na Ilha de Cozumel familiarizadas com um símbolo criado pelo artista e filósofo russo Nicolas Roerich.

No museu local da ilha, todos os guias carregam insígnias com a “Bandeira da Paz” de Roerich, que consiste num circulo que contém três outros círculos no interior, os quais simbolizam o passado, o presente e o futuro, unidos pela eternidade. O símbolo também pode ser interpretado como a religião, o conhecimento e a arte dentro do círculo da cultura.

Novoselsky disse que os guias do Museu não sabiam quem o inventou. A famosa atriz mexicana Alicia Rodrigues, que está envolvida no movimento Pacto Roerich, se apresentou aos habitantes locais durante sua visita em 2009.

“Ela disse que este símbolo foi criado pelo artista russo Nicolas Roerich e os habitantes locais prometeram incluir esta informação no programa da excursão”, disse Novoselsky.

Deciframento russo

Yuriy Knorozov (1922-1999) foi um dos poucos cientistas que puderam contribuir significativamente na decifração da antiga escrita maia. Sem a necessidade de visitar o México, somente mediante o uso de fotografias, livros e artigos de outros autores, ele foi capaz de criar um método que ajudou os investigadores a lerem muitas inscrições maias.

Próximo do fim da vida, após a Perestroika e quando os cidadãos soviéticos podiam viajar ao exterior, ele finalmente visitou o México.

“Ele foi recebido com honras porque as pessoas conheciam sua obra. Muitos cientistas americanos e mexicanos que investigavam a civilização maia fazem referência ao trabalho de Knorozov”, disse Novoselsky.

Um centro de pesquisas foi criado e estudantes vivem ali em contato com os habitantes locais. O trabalho continua para decifrar a escrita hieroglífica maia e descobrir mais segredos.

“Talvez encontremos suas respostas sobre o futuro da Terra”, disse ele.

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