20 de março de 2013

LITERATURA: HÁ 60 ANOS MORREU GRACILIANO RAMOS - Amanda Cieglinski e Ana Elisa Santana

Graciliano Ramos (Site Oficial Graciliano Ramos)

Nesta quarta-feira, 20 de março, completa-se 60 anos da morte do escritor Graciliano Ramos. O alagoano nasceu em 27 de outubro de 1982 , na cidade de Quebrangulo, e morreu em 20 de março de 1953, vítima de câncer do pulmão.

Sua obra mais famosa é Vidas Secas, de 1938, que conta a história de retirantes nordestinos castigados pela seca. Mas além de romances, Graciliano também era conhecido por ser cronista, contista e político – ele foi prefeito da cidade de Palmeira dos Índios (AL). Foi preso durante o governo Getúlio Vargas, em 1953, acusado de subversão, experiência retratada no livro Memóras do Cárcere, que foi publicado pela viúva Heloísa Ramos, após sua morte. 

Neste ano, a 11ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) celebrará a obra de Graciliano Ramos. O escritor publicou seu primeiro conto O Pequeno Pedinte, aos 11 anos, no jornal do internato onde estudava, em Viçosa (AL). Seu primeiro romance foi Caetés, que ele concluiu em 1928, mas só fui publicado em 1933. 

Para conhecer melhor a obra do escritor, assista ao episódio da série “Mestres da Literatura”, da TV Escola. No programa é possível conhecer a trajetória de Graciliano desde prefeito da sua cidade até grande escritor da literatura brasileira, além de conferir uma análise sobre sua principal obra, Vidas Secas.

Leia o poema Autorretrato, uma mini-biografia feita pelo próprio escritor 

Auto-retrato aos 56 anos 

Nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas.
Casado duas vezes, tem sete filhos.
Altura 1,75.
Sapato n.º 41.
Colarinho n.º 39.
Prefere não andar.
Não gosta de vizinhos.
Detesta rádio, telefone e campainhas.
Tem horror às pessoas que falam alto.
Usa óculos. Meio calvo.
Não tem preferência por nenhuma comida.
Não gosta de frutas nem de doces.
Indiferente à música.
Sua leitura predileta: a Bíblia.
Escreveu "Caetés" com 34 anos de idade.
Não dá preferência a nenhum dos seus livros publicados.
Gosta de beber aguardente.
É ateu. Indiferente à Academia.
Odeia a burguesia. Adora crianças.
Romancistas brasileiros que mais lhe agradam: Manoel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz.
Gosta de palavrões escritos e falados.
Deseja a morte do capitalismo.
Escreveu seus livros pela manhã.
Fuma cigarros "Selma" (três maços por dia).
É inspetor de ensino, trabalha no “Correio do Manhã”.
Apesar de o acharem pessimista, discorda de tudo.
Só tem cinco ternos de roupa, estragados.
Refaz seus romances várias vezes.
Esteve preso duas vezes.
É-lhe indiferente estar preso ou solto.
Escreve à mão.
Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José Olympio.
Tem poucas dívidas.
Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas.
Espera morrer com 57 anos.

Extraído do sítio EBC

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