28 de março de 2013

LUIS CARBONELL: PALAVRA VIVENTE - Amelia Duarte de la Rosa


Mestre da palavra, da declamação poética e de várias gerações de artistas em nosso país, Luis Mariano Carbonell chega aos seus 90 anos com a mesma lucidez oral que o levou a ser considerado o Aquarelista da Poesia Antilhana e uma das glórias da cultura cubana e latino-americana.

Seu aniversário foi razão suficiente para que a Universidade das Artes (ISA) lhe rendesse tributo, no Dia Internacional da Narração Oral, com a entrega do Diploma ao Mérito Artístico. “Nossa Universidade se honra em conceder a Carbonell, que é uma rajada de autoctonia da cultura cubana, este reconhecimento”, expressou o reitor da ISA, doutor Rolando González Patricio, durante a cerimônia realizada na Aula Magna da instituição acadêmica.

Ambientado no Festival de Narração Oral Primavera de Contos 2013, evento internacional dirigido por Maira Navarro, que se realiza em diversos palcos da capital, a homenagem contou com a participação de narradores orais cubanos e com a do próprio homenageado, que teve a bem deleitar os presentes com El Baile, um conto de Virgilio Piñera.

Máximo representante dos contistas na Ilha, Carbonell foi o primeiro e talvez o único artista capaz de lotar teatros, só com a arte da palavra. Suas declamações, mistura de poesia e música, ouvido e esperteza, fizeram parte de vários espetáculos teatrais e de produções discográficas, onde sobressaem os antológicos discosRapsodia de Cuba y Esther Borja canta a dos, tres y cuatro voces canciones cubanas, nos quais colaborou com Esther Borja, na década de 1950.

Considerado o melhor intérprete da chamada poesia negra, afro-cubana ou mulata, Carbonell — sempre na vanguarda artística do país — conta em seu amplo repertório com poemas de Nicolás Guillén, Zacarias Tallet, Emilio Ballagas, Regino Pedroso, Agustín Acosta, Federico García Lorca, o dominicano José Antonio Alix, o venezuelano Aquiles Nazoa e outros.

“Artista da mestiçagem criativa, própria não unicamente da identidade cubana, mas da convergência identitária caribenha”, como o definiu uma vez o crítico López Lemus, Luis Mariano obteve inúmeros prêmios e reconhecimentos, tanto dentro como fora de Cuba. Com a satisfação de ter realizado contribuições formidáveis em diversas áreas da cultura, o Mestre chega a 90 anos duma vida produtiva e o povo de Cuba o comemora junto a ele.

Extraído do sítio Granma

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