5 de março de 2013

RENDAS MARINHAS DE SERGUEI GRIGORASH EM EXPOSIÇÃO EM MOSCOU - Armen Apressian

Ressaca à beira de Balaklava, Serguei Grigorash 

A maré cheia da manhã, e a superfície plana do mar, banhada na luz do sol, ondas cor de âmbar, e a beleza encantadora das tempestades... Na pintura de Serguei Grigorash está representada toda uma diversidade de imagens de um dos elementos mais belos e atraentes. Paisagens marinhas do famoso pintor-marinista de Crimeia estão expostas na Casa Central dos Artistas.

Durante as últimas décadas a tradição artística russa sofreu mudanças significativas. A pintura acadêmica está atraindo cada vez menos jovens artistas – leva muito tempo e é muito difícil aprender todas as sutilezas dessa arte, enquanto a arte contemporânea, à primeira vista, oferece muito mais perspectivas.

Na pintura do artista de Crimeia Serguei Grigorash vê-se nitidamente a influência dos clássicos da arte russa, e, primeiramente, de Ivan Aivazovsky, cujas paisagens marinhas são amadas em todo o mundo.


“A minha casa fica a 200 metros do mar, e seu ruído, essa atmosfera mágica, põe a gente numa disposição especial,” disse em entrevista à Voz da Rússia Serguei Grigorash. “Cada um tem a sua atitude para com o mar, para mim é um lugar onde eu sinto a harmonia do mundo, e é por isso que o mar ocupa a posição central no meu trabalho.”

O artista diz que ele teve sorte na vida. Pintar o mar para ele é uma verdadeira alegria. Falando do seu trabalho, ele sorri: é uma grande felicidade, quando o processo criativo faz feliz o artista, e as pinturas que ele cria sempre atraem a atenção dos espectadores.

“Não se pode fartar do mar,” diz Serguei Grigorash. “Este elemento – sua iluminação, sua dinâmica – mudam a cada segundo. É um verdadeiro prazer contemplar o mar revolto, as ondas, que empurram umas às outras, e nunca se repetem. E isso dá um certo incentivo para a improvisação do artista.”

O artista muitas vezes trabalha longas horas ao ar livre. Ele não abandona as tradições dos velhos mestres, escreve centenas de estudos de campo, que se tornam material de trabalho para pinturas. Serguei Grigorash confessa que esses desenhos rápidos ao vivo, às vezes, são-lhe mais caros do que as telas de grande escala em que ele cuidadosamente trabalha em seu estúdio. “Eles são mais frescos,” diz Grigorash. No entanto, ele não despreza os avanços das tecnologias modernas: ao estudar a estrutura da onda, as sutilezas que o olho não é capaz de discernir, o artista recorre à ajuda de fotos – filmagens em macro ajudam a entender muito.

“Se a fotografia é só um material de apoio, não há problema em usá-lo,” diz o artista. “Mas quando um artista tira uma foto, divide-a em quadrados, e cuidadosamente a redesenha – isso não é apenas ruim, é imediatamente perceptível a olho nu. Esses trabalhos não dão luz, por assim dizer, não transmitem os sentimentos emocionais, são mortos.”

A gama de interesses de Serguei Grigorash não é limitada a vistas marinhas – ele escreve também naturezas mortas, paisagens urbanas, às vezes até retratos. Mas o mar é há muito tempo como se confiasse nele, revelando seus segredos ao artista. “Temos que fazer o que fazemos melhor,” diz Serguei Grigorash.

Extraído do sítio Voz da Rússia

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