21 de março de 2013

SÃO MIGUEL É A CAPITAL DA ENOLOGIA MARGINAL DO SUDESTE - Augusto Diniz

São Miguel Arcanjo. Fotos: Augusto Diniz

Em busca do melhor da enologia marginal – aquela que os enólogos quase não falam porque acham que se trata de algo desprezível -, finalmente encontramos a capital dela da região Sudeste do Brasil. Trata-se de São Miguel Arcanjo, uma bucólica cidade no sul do estado de São Paulo, a cerca de 180 km da capital.

Há motivos de sobra para se acreditar que estamos no centro da melhor produção de vinho do mais industrializado território do país. Primeiro porque realmente o vinho é melhor do que de outros centros da enologia marginal, como São Roque, Jundiaí e adjacência (ambos em São Paulo) e Andradas (MG).

Outro fator perceptível de garantia de qualidade é que as plantações de uvas são bem mais extensivas do que em outras localizadas que citei anteriormente. Isso, com certeza, faz com que a produção seja melhor controlada – como se sabe, em muitos desses lugares da enologia marginal do Sudeste, o suco de uva proveniente da região Sul dá forte suporte à vinicultura, já que a região mais rica do país não tem vinhedos suficientes para atender toda a sua produção.

Creio que a vantagem de São Miguel Arcanjo na qualidade do vinho, além do clima, claro, está também no fato de se localizar em área quase que unicamente agrícola. É sabido que o sul do estado de São Paulo é ainda pouco industrializado e que a agricultura familiar ainda tem importância valiosa na economia. Esse cenário permite um cuidado maior com a produção, já que as pressões por espaço de terra e concorrência com outras culturas parecem bem menos acirradas.

O mais interessante de tudo isso é que pouca gente conhece o lugar. O turismo ainda é parco.

Contabilizei pelo menos oito vinícolas nessa rota do vinho de São Miguel Arcanjo, dita a capital da uva itália, de acordo com o governo local. Mas há outras variedades, como as uvas máxima (criação paulista a partir do cruzamento das uvas seibel e sirah), bordô, niágara, rubi e mais algumas.

A busca pela enologia marginal da região Sudeste se mira agora em vinícolas do circuito das águas paulistas – dizem que por lá possuem vinhos que os enólogos têm ojeriza em falar que existem.


Extraído do Blog de Augusto Diniz

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