26 de abril de 2013

ALICE PORTUGAL PROPÕE PRÊMIO CASTRO ALVES PARA POETAS BRASILEIROS

Estimular a produção literária no Brasil é o principal objetivo da deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), que por meio do projeto de resolução apresentado nesta terça-feira (23) na Casa, cria o Prêmio Castro Alves de Poesia, a ser concedido anualmente pela Câmara dos Deputados.


De acordo com o projeto o Prêmio terá caráter anual e será conferido pelas Comissões de Cultura e de Educação e pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e consistirá na concessão de diploma de menção honrosa e outorga de medalha com a efígie de Castro Alves aos agraciados, bem como na divulgação dos autores premiados e suas respectivas obras nos veículos de comunicação da Câmara dos Deputados.

Para Alice Portugal o Prêmio é uma “homenagem ao Poeta dos Escravos, baiano que muito jovem morreu e que, em uma de suas apreciações poéticas, disse, com muita clareza, acerca do hábito da leitura:

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar”.

Alice destacou a importância da Câmara dos Deputados enquanto instituição entusiasta da cultura e da poesia no Brasil. “A criação do Prêmio Castro Alves da Poesia tem o objetivo de, no dia do nascimento do poeta- dia 14 de março, esta Casa garantir um prêmio a poesias que sejam contempladas a partir de uma comissão de apreciação que envolva membros das Comissões de Educação e de Cultura desta Casa. É uma iniciativa para estimular a produção literária nacional mediante a divulgação de obras poéticas de qualidade em língua portuguesa”.
A deputada também afirma que o Prêmio Castro Alves de Poesia, a ser realizado anualmente, premiará três destaques na poesia nacional, o que nos “permitirá estimular a produção intelectual dos escritores e autores brasileiros, em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Livro, e lembrar com carinho da vida e obra deste baiano amante de sua terra, das gentes simples e oprimidas, amante do amor e também dos livros”.

Castro Alves - o poeta dos escravos

Nascido em 14 de março de 1847 na Fazenda Cabaceiras, perto da cidade hoje chamada de Castro Alves, no estado da Bahia, o poeta Antonio Frederico de Castro Alves iniciou na adolescência suas atividades literárias. Em 1862, em Recife, onde morava em companhia do irmão mais velho, publica "Destruição de Jerusalém". Aos 21 anos vai para o Rio de Janeiro e é recebido por José de Alencar e Machado de Assis. No dia 7 de setembro de 1868, em São Paulo, em uma sessão magna comemorativa da Independência, declama com grande sucesso seu mais conhecido poema, Tragédias do mar, que mais tarde viria a se chamar Navio negreiro.

Poeta da última geração romântica, Castro Alves é conhecido como “o poeta dos escravos”. Com Tobias Barreto foi um dos maiores representantes do condoreirismo no Brasil, estilo poético inspirado no poeta francês Vítor Hugo. Sob forte influência abolicionista e republicana, dedicou suas obras aos temas sociais, à igualdade, à luta de classes e à defesa dos oprimidos. Seus belos poemas também falam sobre o amor, a morte e o sonho. Amigo de Ruy Barbosa, fundador da Academia Brasileira de Letras, Castro Alves é o patrono da cadeira n°7, hoje ocupada pelo cineasta paulista Nelson Pereira dos Santos.

Castro Alves morreu muito jovem, com 34 anos, em 6 de julho de 1871. Deixou obra pequena, mas significativa, sendo a mais notável, o poema Navio Negreiro. Escreveu ainda Espumas flutuantes (1870), Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875); Vozes d`África(1880); Os escravos, obra dividida em duas partes: A cachoeira de Paulo Afonso(1876); e Manuscritos de Stênio (1883). Teve alguns de seus poemas foram publicados postumamente, a exemplo de Hinos do Equador (1921), Os Escravos (1883) e A Cachoeira de Paulo Afonso (1876).

Extraído do sítio Portal Vermelho

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