6 de abril de 2013

FESTA DOS QUADRINHOS NA FRANÇA - Fabrizio Rosa

Logo do festival 48 heures de la BD. 48hbd.com

Amantes da literatura, apaixonados pelos quadrinhos. Nos dias 5 e 6 de abril a França festeja a chamada 9ª arte, com o festival 48 heures de la BD, ou 48 de HQ, as histórias em quadrinhos. Uma maratona de dois dias de encontros com autores, exposições, sessões de autógrafos e até distribuição gratuita de quadrinhos.

Em 2012 o faturamento do mercado das HQs na França chegou a 416 milhões de euros, cerca de um bilhão e 82 milhões de reais, com a venda de 38 milhões de álbuns. Mesmo com números tão expressivos, segundo o quadrinista Jul, curador do festival, o um terço dos franceses ainda não leem histórias em quadrinhos. Com publicações traduzidas no Brasil, ele é autor de Silex and the City, famosa série em quadrinhos que recentemente ganhou versão em desenho animado para a TV francesa.

Segundo Jul, a ideia com o festival é verdadeiramente levar os quadrinhos a todos, principalmente aos leitores que não são exatamente leitores de HQs. Pessoas que leem romances ou jornais e que não têm, muitas vezes, o contato com essa arte, com esse tipo de literatura. Mas ele acredita que hoje há histórias de diversos gêneros para os mais variados públicos.

Para atrair esses novos leitores, oito álbuns serão distribuídos gratuitamente. Cada editora participante vai disponibilizar 12.500 exemplares, totalizando mais de 100 mil unidades que estarão em mil livrarias francesas, de grandes redes a lojas independentes.

No Brasil, o cenário para a HQ tem muito a crescer, mas já melhorou bastante nas duas últimas décadas. Quem avalia é a empresária Mitie Utrabo, que há 24 anos é proprietária de uma livraria em Curitiba especializada em quadrinhos, a Itiban Comic Shop. Mitie destaca a forte presença de publicações francesas no Brasil e a também a presença cada vez maior de autores brasileiros na França, principalmente nos últimos dois anos.

Ainda que hábito de leitura no Brasil seja muito menor em relação à França, o quadrinista francês JUL acredita que é possível tornar o brasileiro um leitor de quadrinhos. Para ele, adaptar as histórias para outras mídias, particularmente o cinema e a TV pode levar o leitor a se interessar pelos quadrinhos.

Trechos dos álbuns que serão distribuídos no festival 48 de HQ estarão também disponíveis em versão digital no site.

Extraído do sítio RFI

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