29 de abril de 2013

MUSEU EM NUREMBERGUE É DEDICADO À CULTURA ALEMÃ


Os exemplares expostos no Museu Nacional Germânico vão de peças da Idade do Bronze até as contemporâneas. Arte, ciência e objetos cotidianos constituem o acervo do maior museu de história da cultura de toda a Alemanha.

A ideia de fundar o museu surgiu há aproximadamente 160 anos, quando o barão Hans von und zu Aufsess resolveu criar um espaço em Nurembergue que reunisse e expusesse testemunhos da cultura e história das "regiões alemãs". No século 19, compreendia-se como "alemães" os territórios nos quais se falava o idioma, como por exemplo a Silésia e a Pomerânia e a área próxima a Gdansk – hoje na Polônia.

O Museu Nacional Germânico tem atualmente características modernas, sendo que suas exposições de maior porte estão sempre ligadas a projetos de pesquisa. Ali estão expostos originais dos primórdios da história até os dias de hoje – desde um cone de ouro da Idade do Bronze até o terno de feltro feito pelo artista Joseph Beuys (1921-1986).

Mosteiro de cartuxos e fórum

O saguão de recepção do museu, aberto e moderno, possui áreas de serviço e uma livraria, que remetem o visitante ao século 21, para depois arrastá-lo com poucos passos de volta ao passado, mais precisamente até o século 14: uma igreja, um claustro e um mosteiro da ordem dos cartuxos constituem o cerne do museu, que abriga hoje grande parte das exposições.

No claustro, painéis afixados nas paredes expõem as regras da vida dos monges cartuxos; do outro lado, lápides lembram nobres e eclesiásticos da cidade. Pequenas plaquinhas apontam para o caminho às salas vizinhas de exposição.

Mostra de arte no Museu Nacional Germânico
Do mundo dos mosteiros da Idade Média, o visitante cai diretamente no século 20. Andrea Langer, diretora cultural do Museu Nacional Germânico, conta como o prédio foi sendo ampliado no decorrer dos séculos. O saguão de entrada foi construído por volta do ano de 1900, em estilo neogótico, sendo hoje usado como entrada secundária.

Em 1993, o grupo de arquitetos de Hamburgo ME DI UM projetou a atual entrada principal do museu – uma construção aberta, arejada, com uma fachada transparente, que harmoniza perfeitamente com a arquitetura do mosteiro medieval.

Também em 1993, o escultor israelense Dani Karavan inaugurou sua Rua dos Direitos Humanos – obra constituída de um portão e 27 pilares arredondados de concreto branco, nos quais estão incrustados os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em diversas línguas. A rua liga o Kornmarkt ao muro que circunda a cidade. "Aqui também há uma arquitetura interessante de exposições para ver, que vai do século 14 até hoje", diz Langer.

Museu de enormes proporções

"É fácil se perder dentro deste complexo tão amplo", observa uma visitante, explicando que por isso escolheu previamente o que gostaria de visitar. As exposições possibilitam, de fato, uma visão dos quatro séculos de história e história da arte.

Área do museu: antigo mosteiro
Somente no andar térreo, há oito salas dedicadas aos primórdios da história, com objetos singulares, como por exemplo uma pedra de cerca de 120 mil anos e um cone de ouro suntuosamente ornamentado (usado para cobrir a cabeça de um padre na Idade do Bronze, datado do século 11 a.C.). Frente a esses objetos, um capacete romano usado por volta de 150 d.C. em paradas militares chega a parecer um objeto "recente".

Um andar acima, o visitante se depara com um dos destaques do museu: em 30 salas, há obras de arte e cultura do Renascimento até o Iluminismo. Deste acervo fazem parte pinturas de Dürer, Lucas Cranach, o Velho, e Rembrandt, além de peças artesanais, objetos domésticos, instrumentos musicais e tecidos, além de joias.

A pequena seção vizinha, dedicada à moda, inclui desde roupa de natação até vestidos de gala e chapéus extravagantes, que eram usados na Alemanha entre o séculos 18 e 20. E, no andar superior, encontramos arte, moda e objetos cotidianos do século 20.

Ali há bules de chá com design de Marianne Brandt; uma máquina de café do ano de 1935; modelos de bolsas de mão dos anos 1950 até as esculturas de bronze de Hans Arp – no mais tardar neste momento, o visitante terá chegado ao presente depois de ter conhecido apenas uma pequena parte do Museu Nacional Germânico. E muitos dos visitantes deixam o local pretendendo voltar, para ao menos verem mais uma parte do acervo.

Centro interdisciplinar de pesquisa

"O Museu Nacional Germânico tem por tarefa não apenas resguardar a arte a cultura dos países de língua alemã, mas também pesquisá-las e apresentá-las ao visitante", explica Langer. O museu reúne diversas disciplinas, com destaque para a Idade Média tardia e para o início da Idade Moderna. As exposições permanentes são dedicadas a Renascimento, Barroco e Iluminismo.

Saguão de entrada do museu
"A grande vantagem desta casa é que, em função da diversidade de disciplinas científicas, são desenvolvidos tópicos interdisciplinares de pesquisa. No momento, está sendo conduzido, por exemplo, um projeto intitulado 'Caminhos rumo à Modernidade'. Trata-se de todo século 19, que abarca disciplinas diversas como história da arte, história, etnologia, design, música. De cada uma delas há especialistas que têm algo a contribuir", completa Langer.

O Museu Nacional Germânico faz parte da Comunidade Leibnitz, na qual trabalham 86 instituições científicas, que realizam pesquisas de base. Entre elas estão os "museus voltados para a pesquisa", ou seja, o Museu Alemão (Deutsches Museum), em Munique; o Museu da Navegação, em Bremerhaven, e o único museu histórico-cultural da Alemanha: o Museu Nacional Germânico em Nurembergue.

Extraído do sítio Deutsche Welle

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