24 de abril de 2013

O PORTO E O INFAME CANCELAMENTO DA SUA FEIRA DO LIVRO


No dia em que se comemora o «Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor» o Partido Ecologista «Os Verdes» vem saudar todos os autores, editores e livreiros portuenses. Numa altura de difícil conjuntura socioeconómica para onde o atual modelo político neoliberal atirou os portugueses, e em particular os portuenses, torna-se imprescindível que o Porto saiba potenciar e valorizar todos os seus valores, sejam materiais ou imateriais.

Não deixa por isso de ser penosamente lastimável constatar que neste ano de 2013 não se irá realizar a Feira do Livro do Porto. Uma feira que não é apenas só uma feira, como quer fazer passar a ideia o ainda presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Rio, ao remeter este evento unicamente para a vertente comercial. Mais do que uma feira, a denominada «Feira do Livro do Porto» é uma Festa. Só quem não a conhece está impossibilitado de o compreender. Só alguém de costas voltadas para aquilo que move os portuenses é que pode agir com indiferença à não realização de um evento, que não é apenas da cidade, mas de toda a região.

De facto a Feira do Livro é um evento que dinamiza a cidade, até mesmo quando entendido de forma simplista como uma iniciativa estritamente comercial. É uma festa que aproxima os escritores dos leitores, com vantagens na formação e aquisição de conhecimento, permitindo um contacto direto com autores e cruzar leitores de todas as idades.

Ao não facilitar a realização da 83ª edição da Feira do Livro, Rui Rio dá mais um ar da sua falta de graça para com a Cultura da cidade do Porto e menospreza, mais uma vez, o valor do Livro. Recordamos aqui a iniciativa «Bairro dos Livros» organizada pelos livreiros da cidade mas cujo projeto a CMP nunca quis verdadeiramente abraçar, ou o exemplo da Biblioteca Pública do Marquês deixada ao abandono durante anos como símbolo do desprezo a que é destinada a política cultural da cidade por parte de Rui Rio.

O atual presidente da Câmara ficará recordado pelo seu alheamento em relação aos problemas da cidade e pela sua ignorante intransigência em relação ao movimento cultural portuense, em contraponto com o carinho incondicional que nutre por motores de automóveis e aviões. Assim que este senhor ganhe coragem para descer do seu pedestal e se envolver no ritmo desta grande cidade terá oportunidade de se aperceber que não deixa de ser reconhecido por isso mesmo, por um «fã de popós».

O Coletivo Regional do Porto do Partido Ecologista "Os Verdes",


Lisboa, 23 de Abril de 2013.

Extraído do sítio Pravda

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