3 de maio de 2013

LIVRO SOBRE A TRAJETÓRIA DE DORIVAL CAYMMI ABRE COMEMORAÇÕES PELO CENTENÁRIO DO COMPOSITOR - Paulo Virgilio


Rio de Janeiro - Na história da música popular brasileira, o período que vai de 1930 a 1950 ficou conhecido como a Era do Rádio. Ao longo dessas duas décadas, o rádio, meio de comunicação surgido no Brasil no decênio anterior, os anos 20, se consolidou como plataforma para o lançamento de músicas e a popularidade de cantores e compositores, quase sempre em apresentações ao vivo, nos auditórios das emissoras. A trajetória de um importante protagonista dessa época está contada no livro O Que É que a Baiana Tem? - Dorival Caymmi na Era do Rádio, que será lançado na noite de hoje (30), na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, na zona sul da capital fluminense.

Se vivo, Dorival estaria completando hoje 99 anos. Marco inicial das comemorações pelo centenário do compositor, que ocorrerá em 30 de abril de 2014, o lançamento do livro será acompanhado de um bate-papo com a participação da autora, Stella Caymmi, e dos jornalistas Sergio Cabral e Tárik de Souza.

Neta e biógrafa de Dorival Caymmi, a jornalista Stella Caymmi escreveu o livro a partir de mais de 70 entrevistas com o avô, complementadas com pesquisas em seu arquivo pessoal e no próprio compositor. Muitas das longas conversas, segundo Stella, ocorreram pouco antes da morte de Caymmi, em 2008.

“A ideia foi fazer uma seleção crítica de temas importantes e centrais a partir dos depoimentos de Caymmi, sobretudo os que acarretaram tensões e dificuldades em sua carreira”, disse. A jornalista é autora também de uma extensa biografia do avô, Caymmi – O Mar e o Tempo, resultado de dez anos de pesquisa e lançada em 2001.

Imortalizada na voz de Carmen Miranda, a canção O Que É que a Baiana Tem?, que dá título ao livro, é o eixo da narrativa que mostra como se deu o sucesso meteórico do baiano Dorival Caymmi a partir de sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1938. A música foi composta para o filme Banana da Terra e foi sucesso no carnaval de 1939. “Carmen, quando tomou conhecimento de O Que É que Baiana Tem? ligou de São Paulo para o meu avô, querendo gravar a música. Os dois gravaram em dueto, coisa rara na época. Muitos compositores faziam músicas para a Carmen, mas Caymmi foi o primeiro a ser convidado a cantar com ela em uma gravação. Ele começou com o pé-direito”, dissea Stella.

Os conflitos entre os artistas e as emissoras de rádio e as gravadoras também são analisados pela autora, que destaca ainda a influência de intelectuais de esquerda, como Jorge Amado, na trajetória do avô e no engajamento de Caymmi na luta pelo direito autoral. “Ele foi um dos criadores da Associação Brasileira de Compositores e Autores (ABCA), antecessora da União Brasileira dos Compositores (UBC)”, disse.

Extraído do sítio Agência Brasil

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