5 de maio de 2013

O LEGADO DE RAIMUNDO JINKINGS É CELEBRADO NA FEIRA DO LIVRO - Carolina Klautau


O dono da última livraria de rua de Belém foi homenageado na XVII Feira Pan-Amazônica do Livro neste sábado, 4. Raimundo Jinkings faleceu há 18 anos e deixou um legado cultural enorme para aqueles que viviam ao seu redor ou que lhe pediam conselhos de leitura em sua livraria. O Seminário em Homenagem a Raimundo Jinkings destacou a sua vida e profissão de livreiro.

A palestra “Raimundo, relato de vida” abriu o ciclo de homenagens. A viúva, Isa Jinkings, foi a responsável pelo início da conversa. A professora leu trechos de homenagens que escritores paraenses fizeram ao marido durante a vida. Ela também lembrou da infância, juventude e da fase adulta de Raimundo Jinkings. A atuação no Partido Socialista, a militância contra as desigualdades sociais e o amor à literatura foram assuntos que permearam toda sua vida. Quem esteve no seminário, reconhece o valor do livreiro. “Lembro de ir com minha família à livraria e passávamos horas lá. Foi o último estabelecimento literário de rua que frequentei e me recordo de ver meus pais sempre pedindo conselhos de leitura ao Jinkings”, lembra o dentista, Tarcísio Santos.

Em seguida, foi a vez da amiga do casal, Amarílis Tupiassu, falar sobre “Raimundo, relato de vida”. Em sua conversa com a plateia, a professora destacou a atuação de Jinkings na melhoria do ensino público e na preocupação com a educação como um todo. Para ela, a homenagem foi merecida. “É preciso louvar a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro pela celebração da importância de Jinkings para a cultura paraense. Escrevi minha fala com muita emoção, porque além de uma excelente pessoa, o Raimundo era uma das pessoas mais apaixonadas por literatura que eu já conheci”, revela Amarílis Tupiassu.

Raimundo Jinkings nasceu no Maranhão. Mudou-se para o Pará, onde casou e teve filhos. Na década de 1950, começou a trabalhar no atual Banco da Amazônia e já possuía ideias socialistas. O livreiro passou boa parte da vida preocupado com as causas sociais e foi preso durante a Ditadura Militar. A livraria Jinkings surgiu de um momento de necessidade da família, quando o livreiro passou a investir no que mais gostava - a literatura - para ganhar dinheiro.

O Seminário em Homenagem a Raimundo Jinkings continua neste domingo, 5, na Sala Marajó, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. A partir das 14h haverá palestra com Roberto Corrêa e Alfredo Oliveira. A entrada é franca.

Extraído do sítio Hangar

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