23 de junho de 2013

NORTE DO PERU: HISTÓRIA, CULTURA E PRAIAS - Valeska Mateus

Embora pouco visitada por brasileiros, a região é um destino perfeito para quem busca.

A 1h de voo de Lima, a cidade de Trujillo tem clima quente o ano inteiro e chama a atenção pelos seus belos casarões coloniais com janelas gradeadas (Foto: Divulgação)

Quem cita o Peru como destino turístico logo pensa em Lima, Cusco e Machu Pichu, os cartões postais do país. Mas o Peru tem muito mais a oferecer ao visitante. O norte reserva ricos sítios arqueológicos e o patrimônio cultural de uma civilização ainda mais antiga – a pré-colombiana.

“O Sul é mais conhecido por ser um roteiro mais comercial e visualizado, devido a Machu Pichu. Mas o Norte engloba arqueologia, cultura, praias e um clima mais gostoso para o turista”, comenta Andrea Pereira Trinidad, supervisora de área da Lima Tours, receptivo da Viagens Master, no Peru.

Segundo Andrea, a região é pouco conhecida pelos brasileiros, mas muito visitada por europeus. “Um destino para quem busca conhecimento e cultura.”

O roteiro deve começar por Trujillo, apelidada de cidade da eterna Primavera, devido ao clima quente o ano inteiro (a temperatura média fica entre 28 e 30º). Capital da região conhecida como “La Libertad”, fica a pouco mais de 1h de voo de Lima.

Seus casarões coloniais, com fachadas em tons pastel e as janelas gradeadas, semelhantes a uma renda, são a marca da arquitetura local e considerados os mais belos do Peru.

Andrea ressalta que, para quem visita essa região, as praias também são um grande atrativo.

Paraíso do Surf

Ao norte da cidade de Trujillo, a praia Chicama, no vilarejo de Lambayeque, é um verdadeiro paraíso para surfistas por possuir a onda mais larga, longa e de esquerda do mundo. Muito visitada pelos praticantes do esporte, ela sedia campeonatos de surf e fica apenas 40 minutos de Trujillo.

Entre as manifestações culturais da cidade está a dança típica “Marinera”. Todos os anos, em janeiro, a cidade promove o festival nacional, no qual exímios dançarinos se exibem, na competição e nas ruas do Centro Histórico.

A maior cidade de barro da América

As ruínas arqueológicas de Chan Chan, que pertencia ao antigo Reino Chimú, é a maior cidade de barro da América, com 24 km². Ela foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1986.

Dela se vislumbra as edificações que eram construídas em adobe, material abundante na região e que foi muito bem aproveitado pela civilização Chimú, que teve início no século 13 e acabou com o começo da colonização do Império Inca.

As gravações feitas por esse povo nas paredes do antigo palácio revelam a importância que davam à água, com relevos de peixes, redes de pesca e pelicanos. “Chan Chan é o principal atrativo de Trujillo”, diz Andrea.

No Complexo Arquológico El Brujo, a 60 km de Trujillo, as Huacas do Sol e da Lua mostram que não é necessário ir ao Egito para conhecer pirâmides. “As pirâmides do Peru são muito similares às egípcias, mas não possuem formato pontiagudo. Todas as pinturas encontradas em escavações estão em seu interior”, detalha a agente.

Andrea conta que em Huaca do Sol foi descoberto, em 2006, o esqueleto de uma mulher em uma das tumbas – a Senhora de Cao - que teria sido, conforme foi constatado depois, governante de uma sociedade na qual esse cargo era dominado apenas por homens.

Vale a pena visitar o Museu de Cao, que abriga a dama mumificada e as joias que pertenciam a ela, além de objetos e vídeos que mostram o desenvolvimento das culturas na costa peruana.

Gastronomia

Assim como em todo o Peru, a gastronomia do Norte é um dos atrativos do destino. Os mariscos do Oceano Pacífico são o grande forte do cardápio dos restaurantes. Há receitas servidas com molho de pimenta, cebola, inhame e milho na espiga cozido.

Não deixe de experimentar um dos pratos típicos, o Chinguirito - muito parecido com o ceviche, é preparado com lâminas de peixe fresco e seco, marinado em limão, sal e cebola.

Entre as bebidas típicas, a mais conhecida é a “Chicha”, uma cerveja de milho - sempre tomada em cuias - e a pilsen Trujillo, fabricada na cidade desde 1920 e muito popular na região.

Entre as sobremesas, destacam-se os doces de groselhas, feitos a partir de groselhas verdes cozidas, e natilla, a base de rapadura, farinha de arroz, nozes e leite.

Museus e pirâmides compõem o entorno de Chiclayo

Duas horas ao sul de Trujillo, a cidade Chiclayo faz o turista reviver as lendas da cultura Moche, o que lhe confere o apelido de “Cidade da Amizade”.

Na capital do estado de Lambayeque, que fica a 13 km do Oceano Pacífico, vale a pena visitar a Catedral, com sua arquitetura neoclássica, e o convento Santa Maria.

Mas é nos arredores de Chyclayo que está sua riqueza arqueológica, em alguns dos melhores museus do Peru, como o Tumbas Reais de Sipán.

A tumba do Senhor do Sipán, governante mochica que dominou entre os séculos 2 e 3, foi descoberta apenas em 1987. A múmia do dirigente está no Museu, que abriga ainda uma extraordinária coleção de objetos em ouro, prata e cobre dourado dos reis mochicas.

Inaugurado em 2001, o acervo do Museu Nacional de Sicán exibe cerâmicas, máscaras mortuárias, ferramentas e outras peças que contam a história da cultura sicán. “Possui um acervo bem diversificado, com múmias, metais, vasos de cerâmica...”, detalha a gerente.

A 20 minutos de Chiclayo, e Túcume - ou Vale das Pirâmides, como também é chamado - é um passeio imperdível. Nele se pode conhecer as 26 pirâmides de adobe.

Extraído do sítio Jornal da Cidade 

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