8 de julho de 2013

FLIP 2014 SERÁ EM AGOSTO, POR CAUSA DA COPA - Raquel Cozer


Mario de Andrade, Rubem Braga, Lima Barreto ou, por que não, uma escritora (hipótese levantada apenas após a sugestão de um jornalista) foram citados por Mauro Munhoz, presidente da Casa Azul, que organiza a Flip, como possíveis homenageados da 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, em 2014.

A exemplo do ocorrido em outros anos de Copa do Mundo, o evento será transferido de julho para agosto, ainda sem data definida.

Até o início da tarde deste domingo (7), a organização ainda não tinha levantamento de quantas pessoas passaram por Paraty durante os cinco dias do evento, mas estimou em algo entre 20 mil e 25 mil, número similar ao de edições anteriores.

Em conversa com jornalistas, Munhoz destacou o debate realizado na quinta entre os arquitetos Paul Goldberg e Eduardo Souto de Moura como um dos pontos altos deste ano. "Nunca tinha visto um evento de arquitetura que interessasse tanto ao público em geral, nem perguntas tão pertinentes vindas de gente de fora da área."

Comentou que foi um ponto forte ter conseguido trazer Gilberto Gil "por um cachê muito baixo, de R$ 55 mil, que praticamente só pagou os custos do show". "Ele veio por militância", disse.

Sobre os manifestos que percorreram as ruas de Paraty, Munhoz elogiou o fato de ter havido "harmonia e tranquilidade quando as coisas poderiam ter sido bastante complicadas".

EGITO

Outro dos assuntos mais comentados desta Flip foi o cancelamento da vinda do escritor palestino Tamim Al-Barghouti -após indefinição sobre a possibilidade de ele sair do Egito logo após o golpe militar, na última quarta, Tamim acabou conseguindo embarcar para Londres, mas perdeu ou teve furtado seu passaporte, de forma que teve de retornar a Amã, na Jordânia, país do qual tem nacionalidade.

O curador Miguel Conde informou que Tamim enviou uma carta pela manhã lamentando a ausência e comentando sua posição acerca dos conflitos no país -a leitura desta ficou prometida para a mesa das 15h deste domingo, da qual o poeta participaria.

"Neste ano tivemos três cancelamentos de última hora e acho que conseguimos boas substituições. Fiquei feliz por T.J. Clark aceitar participar de uma segunda mesa [no lugar de Michel Houellebecq]. O Juan Pablo Villalobos já tínhamos pensado em trazer no ano passado e acabou se saindo muito bem na mesa com o Tobias Wolff", disse.

A respeito da programação extra, sobre os manifestos, Conde destacou ter achado interessante uma discussão sobre o jornalismo em relação ao atual momento histórico - uma referência a vaias recebidas por William Waack, jornalista da Globo, que mediou mesa ontem à noite.

"Embora a mesa de ontem não fosse sobre jornalismo, muitas das perguntas dirigidas à mediação eram sobre esse assunto e foi interessante o Waack assumir a questão que estava em jogo e interagir fora do estúdio com um público não necessariamente simpático à TV Globo ou a ele. Ficou claro que isso é uma questão quando se fala que há uma crise de representação em jogo nesses protestos", argumentou.

INGLATERRA

Idealizadora da Flip, a inglesa Liz Calder comentou a FlipSide, evento inspirado na Flip e previsto para acontecer de 4 a 6 de outubro em Snape Maltings, na costa leste da Inglaterra, e que terá entre os convidados os brasileiros Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e José Miguel Wisnik.

Ela disse que o governo brasileiro participará com apoio financeiro, por meio da Fundação Biblioteca Nacional e da embaixada brasileira no Reino Unido, mas não soube quantificar esse apoio.

Extraído do sítio Folha de S. Paulo

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