28 de julho de 2013

MICK JAGGER COMPLETA 70 ANOS - Jürgen Brendel


Ícone da rebeldia jovem nos anos 60, o vocalista dos Rolling Stones completa sete décadas de vida longe da imagem de rebelde, mas ainda nos palcos e ganhando muito dinheiro.

O sucesso já era um velho conhecido de Mick Jagger em 1965. Mas o que seria do líder dos Rolling Stones se ele não tivesse sido pego urinando na parede de um posto de gasolina em março daquele ano?

Ao lado dos colegas de banda Brian Jones e Bill Wyman, Jagger foi acusado de atentado ao pudor. A multa, ele pagou com prazer. O caso foi amplamente coberto pela mídia e cimentou de vez a imagem de "malvados" dos Rolling Stones, dando aos fãs uma prova definitiva – ainda que de gosto duvidoso – de que Jagger e companhia eram mesmo rebeldes.

Pouco depois, a canção (I can't get no) satisfaction projetaria os Rolling Stones mundialmente, virando um dos hinos de toda uma geração. O Olimpo das grandes bandas do rock havia sido alcançado, em definitivo.

Talentos raros

O ex-estudante de economia sempre teve um bom tino para os negócios. Jagger soube combinar dois talentos difíceis de harmonizar: o do homem de negócios frio e calculista e o do líder carismático de uma banda de rock especializada em protagonizar escândalos.

O hino "(I can't get no) satisfaction" foi escrito por Jagger e Richards em 1965
Ocupar o espaço de bad boys do rock também foi um cálculo brilhante, já que os Beatles já eram os "bons" meninos. Até que ponto o comportamento desregrado dos Stones era calculado, nem mesmo Jagger deve ser mais capaz de responder. Mas hoje ele minimiza os escândalos e diz que os Stones eram apenas uma banda que despertava as paixões adolescentes e que nunca teve a intenção de ser rebelde.

Para o amigo de Jagger e guitarrista dos Rolling Stones Brian Jones, essa "inofensiva banda adolescente" terminou em tragédia, com dependência de drogas e morte por afogamento, em 1969. Jones fora um dos fundadores dos Rolling Stones, ao lado de outro amigo de Jagger, Keith Richards, e do próprio Jagger.

Química no palco

Mick Jagger nasceu em Dartford, no sudeste da Inglaterra, em 26 de julho de 1943 como Michael Philip Jagger. Segundo a lenda, ele e Richards se reencontraram na estação de trem de Dartford em 1960, quando Jagger deixava a cidade rumo a Londres, onde estudava economia. Richards também estava a caminho de Londres.

Os dois se conheciam dos tempos de escola, já que Richards também era nativo da cidade. Eles combinaram de se encontrar para fazer música e um ano depois surgiram os Rolling Stones. Junto com Jagger, Richards é responsável pelos maiores sucesso da banda – uma parceria similar a de John Lennon e Paul McCartney. Jagger impulsiona as apresentações dos Stones com energia e entusiasmo, enquanto Richards oferece brilhantes e inigualáveis riffs de guitarra.

Fãs eufóricos no primeiro show dos Rolling Stones na Alemanha em 1965
Os Stones na Alemanha

Em 1965, Jagger e os Rolling Stones pisaram pela primeira vez em solo alemão. O primeiro concerto da banda na Alemanha aconteceu em 11 de setembro, na cidade de Münster.

O público reagiu eufórico, a exemplo dos fãs ingleses e americanos. O potencial de rebeldia da banda ficou evidente quatro dias depois, quando os Rolling Stones tocaram na Waldbühne, em Berlim. A arena ao ar livre foi completamente destruída. O conflito entre os fãs e a polícia, munida de jatos d'água, durou horas.

A vida pessoal de Jagger

A vida privada de Mick Jagger é tão movimentada quanto sua banda no palco. Em 1970, ele declarou em entrevista a revista alemã Musik Express que não planejava se casar ou ter filhos (até porque isso não combina mesmo com uma imagem de rebelde) – um ano depois, estava casado com Bianca Perez Morena de Marcias.

Sua primeira filha ilegítima, Karis, nasceu em 1970. A mãe era a cantora Marsha Hunt. O primeiro casamento de Jagger durou até 1979 e seu acordo de divórcio foi de supostamente 2,5 milhões de dólares.

O segundo casamento, com a modelo Jerry Hall, durou de 1990 até 1999. Durante seu relacionamento com Hall, Jagger engravidou a modelo brasileira Luciana Gimenez. Atualmente, ele namora a estilista americana L'Wren Scott.

Jagger é pai de sete filhos e tem dois netos, mas parece não ter muito tempo para passar com a família. Quando não está excursionando com os Rolling Stones, está trabalhando em algum projeto solo ou dividindo o microfone com algum colega famoso.

Jagger colaborou com grandes nomes da música pop, como Tina Turner
Artista além dos Stones

Jagger só lançou seu primeiro disco solo em 1985, depois de alguns companheiros de banda, mas She's the boss foi um grande sucesso entre os fãs. Ele lançou mais três álbuns solo e uma compilação dos seus maiores sucessos em 2007.

Desde 1972, Jagger trabalhou com diversos artistas, como músico e cantor. A lista é longa e cheia de nomes famosos, como Carly Simon, Tina Turner e Jerry Lee Lewis. Ao lado de David Bowie, ele gravou Dancing in the street para o projeto de caridade Live Aid. A parceria foi um grande sucesso em todo o mundo.

Ele também brilhou como ator. Sua estreia no cinema foi em A Forca será tua recompensa (1970). Em 2011, Jagger atuou em seu último filme, Confissões de um sedutor, ao lado de Anjelica Huston e Andy Garcia. Seu talento como ator foi várias vezes elogiado. O cineasta alemão Werner Herzog disse que Jagger tem talento suficiente para ter sido um grande nome do cinema.

Um sir nos palcos

Os Rolling Stones em show no Hyde Park, em Londres, em julho de 2013
Em 2003, Michael Philip Jagger foi nomeado cavaleiro britânico pelo príncipe Charles, pelos seus "serviços para a música popular". Ele recebeu o título de sir.

E a história dos Rolling Stones ainda está longe do fim. Em 2013, a banda saiu para mais uma turnê mundial – não como rebeldes, mas como artigos de luxo: os preços dos ingressos variam entre 255 e 1.995 euros.

Mais uma vez, o empresário sir Mick fez um bom negócio e vai continuar faturando alto, mesmo depois de seu aniversário de 70 anos, no dia 26 de julho. Enquanto outros se aposentam, Jagger segue no palco.

O companheiro Keith Richards tocou no assunto em uma entrevista: "Por que deveríamos parar de fazer algo tão divertido. A aposentadoria pode esperar". Uma opinião certamente compartilhada por Jagger.

Extraído do sítio Deutsche Welle

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